A moralidade coletiva não é moral, é medo
autoconhecimento

A moralidade coletiva não é moral, é medo


A moral é instituição feita pelos homens.
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A inteligência constitui a segurança da verdadeira moral, que tudo abrange e é isenta de medo.
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Se tiverem a compreensão, farão a coisa reta; se não compreenderem, atuarão sem inteligência. Se desejam compreender, não se deixem amarrar pela moral.
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Se percorrerem o mundo, verificarão como a moral é mutável.
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A maioria dentre vocês tem medo de perguntar, de indagar, porque este interrogar produzirá a ação definida, exigindo uma modificação definida na vida diária de vocês. Assim, preferem discutir apenas intelectualmente o que é a verdadeira moral.
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O progresso moral é como caminhar à margem longa de um rio, quando o que querem é passar para o outro lado. Do outro lado está a liberdade, que provém da compreensão. Uma pessoa moralizada vai sempre caminhando por um lado do rio, ponderando se há de ou não ousar atravessá-lo, pois teme a tradição. Há grande quantidade de pessoas no mundo, que são moralizadas; entretanto não chegam a parte alguma.
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A partir do momento em que compreendem a vida, a moral em si cessará de existir pelo fato de se encontrarem em meio da corrente da compreensão, que é a mais alta das formas de moral.
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Para compreender o que é verdadeira moral, vocês necessitam primeiro, compreender o que a moral é presentemente. Se puderem discernir como ela cresceu ao redor de vocês e se libertarem, a si mesmos, de suas múltiplas astúcias e crueldade, então terão a inteligência, cuja ação será verdadeiramente moral, pois não se baseará no medo. Se apaixonadamente observarem as coisas, verificarão que a moral dos nossos dias está baseada num profundo egoísmo, na busca de segurança, não somente neste mundo, mas, também no além.

Em virtude da aquisição, do desejo de possuir, da aquisição, coisa essa que exige profundo discernimento, daí advirá a inteligência, que é a guarda da verdadeira moral.
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A  moral verdadeira não se baseia no medo e, portanto, está isenta de coerção. A moral existente, embora professando o amor e sentimentos nobres, acha-se baseada na segurança egoísta e no desejo de aquisição.

Vocês querem que essa moral seja mantida? As igrejas são edificadas pelo medo e desejo de continuação egoísta de vocês. A moral da religião e dos negócios nasce da profunda segurança egoísta, não sendo, portanto, moral. As igrejas e outras organizações não lhes podem servir de auxílio, por se acharem baseadas na ignorância humana e no desejo de aquisição.

Como pode haver verdadeira moral, se os governos, por todo o mundo, como também as igrejas, conferem honrarias às pessoas que são a expressão suprema do espírito de aquisição?

Esta estrutura de moral, em seu todo, está apoiada por vocês e, portanto, só pelo próprio pensamento e ação de vocês é que poderão radicalmente alterá-la, fazendo vir à existência a verdadeira inteligência.
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O homem é explorado pelo homem, em virtude da ilusão e da ignorância.

Depois de nos rodearmos de tantas limitações que impedem a felicidade, a bondade, o amor ao homem, pensamos nos libertar dos padrões de comportamento, substituindo por outras limitações.

Por meio do desejo de aquisição, por meio do medo, vocês apenas estão criando ilusões e, na rede que as constituem vocês também prendem o seu próximo.
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A moralidade da vontade não é moral, porém a expressão do medo.

Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK





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