FILME - AS MÃES DE CHICO XAVIER
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FILME - AS MÃES DE CHICO XAVIER





Filme: As Maes de Chico Xavier
Direção: Glauber Filho - Halder Gomes
Elenco: Via Negromonte, Vanessa Gerbelli, Gabriel Pontes, Tainá Müller, Nelson Xavier, Herson Capri, Neusa Borges, Joelson Medeiros, Caio Blat
Gênero: Drama
Duração: 108 min.
Sinopse:
Baseado em fatos reais e inspirado no livro "Por Trás do Véu de Isis", o filme conta a história de três mães com vidas completamente distintas que ao encontrar o médium Chico Xavier, novamente vivido pelo ator Nelson Xavier, recebem conforto para cada um de seus problemas.
As histórias das três mães, Ruth (Via Negromonte), cujo filho um jovem que enfrenta problemas com drogas, Elisa (Vanessa Gerbelli), que tenta superar a perda do filho junto com o Marido, o pequeno Theo (Gabriel Pontes), e Lara (Tainá Muller), uma professora que enfrenta o dilema de uma gravidez não planejada, se cruzam quando conhecem Chico Xavier e reencontram a esperança de vida através do Médium.


A perda de pessoas queridas é sempre muito dolorido. A morte é assustadora, por mais que religiões tentem explicá-la. As mães de Chico Xavier,  encerrou o centenário do médium brasileiro mais famoso de todos os tempos. E trata desse sentimento amargo que muitas mães experimentam ainda jovens: a morte de um filho. 
O jornalista – ateu – Marcel Souto Maior, autor do livro em que o filme foi baseado e de outros dois sobre Chico Xavier, resume bem o que o espectador verá na tela do cinema: “Estamos todos condenados à morte ou a vida continua? O espiritismo aposta na melhor hipótese. Uma esperança – ou uma certeza – irresistível para milhões de brasileiros”.



Dirigido por Glauber Filho e Halder Gomes, “As Mães de Chico Xavier” conta a história de três mulheres que sofrem diferentes perdas em suas vidas e são ajudadas por Chico (Nelson Xavier) em dado momento, com as histórias delas se cruzando no decorrer da projeção. Elisa (Vanessa Gerbelli) é uma esposa relegada a último plano por seu marido (Joelson Medeiros), com o rebento do casal, o pequeno Theo (Gabriel Pontes) sendo a única fonte de alegria em sua vida.

Por sua vez, a jovem professora Lara (Tainá Müller) está lidando com uma gravidez indesejada. Já a artista plástica Ruth (Via Negromonte) encara a queda de seu filho, Raul (Daniel Dias), diante do pesadelo das drogas. O marido desta última, o executivo de televisão Mário (Herson Capri), recebe uma pauta sobre Chico Xavier, enviando o repórter Karl (Caio Blat) para realizar uma entrevista com o médium.



Em uma determinada cena de “As Mães de Chico Xavier”, o médium mineiro (mais uma vez interpretado por Nelson Xavier) olha para o jornalista (Caio Blat) que insiste em tomar um depoimento dele para a sua matéria e fala: “Procure as mães. Eu sou apenas um instrumento em nome delas”. 

A verdade por trás dessa frase o repórter descobre num momento posterior: Chico Xavier se sentia plenamente realizado como médium quando ele psicografava as cartas que ofereciam o conforto para parentes que sobreviveram às perdas de entes queridos.

Alguns dos atores incorporam tão bem seus personagens que, em determinado momento, a emoção vem com força. É o caso, principalmente, da atriz Vanessa Gerbelli, que está muito bem no papel da mãe que perdeu seu filho de cinco anos de idade e que vê em Chico Xavier uma chance de entrar em contato com a criança. 


A cena em que Vanessa está no banco de uma praça com Tainá Müller é a primeira a pegar o espectador de jeito e a mostrar que para ver o filme é preciso estar preparado para derramar algumas lágrimas. 

A conversa gira em torno de uma pessoa ser capaz de se doar por outra e é a partir dessa sequência que o filme se mostra abertamente contra o aborto, o que é explicitado ainda mais na dedicatória final. 

AS MÃES DE CHICO XAVIER, dirigido por Glauber Filho e Halder Gomes, compensa alguns problemas na montagem,  com as performances de gente boa como as duas atrizes citadas, mais Herson Capri, Caio Blat e, claro, o próprio Nelson Xavier, numa interpretação quase mediúnica, cheia de paz e espiritualidade. 

E o filme ganha muito com a sua interpretação mágica e doce do médium mais famoso do Brasil. E se NOSSO LAR contou com bons efeitos especiais, AS MÃES DE CHICO XAVIER também possui momentos de destaque nesse campo, como na cena que mostra o terror de quem acabou de se suicidar ou no trágico assalto no ônibus. Mas no final o que interessa mesmo é o amor daquelas tão sofridas mães. 

Outro ponto interessante é o modo como a imprensa é mostrada, ressaltando seus vícios em detrimento das virtudes. Frases como "não é todo dia que há a oportunidade de trabalhar a verdade no jornalismo" e "obedecemos ao mandamento maior, a audiência" revelam a face suja da imprensa, muitas vezes escondida diante do idealismo de seus representantes.


Interessante notar os momentos em que a produção melhor funciona são os de maior simplicidade, como quando vemos Elisa abraçada com uma roupa de seu filho. Terna e incrivelmente tocante, esta sequência não necessita de manipulação ou trilha exagerada para conseguir causar emoção junto a qualquer pessoa.

O filme mostra, nas diferentes histórias, que as coisas acontecem de uma maneira repentina, porém, tudo na vida tem um propósito, e essa era a mensagem que Chico Xavier queria passar ainda em vida. O elo entre as três tramas, mais do que o médium e a comunicação pós-morte, é a temática da maternidade. 



"As Mães de Chico Xavier" é um filme de mensagens, uma espécie de propaganda nada sutil de doutrinas e julgamentos morais, como demonstra um letreiro final, que avisa: "Esse filme é dedicado às vítimas do aborto provocado". O objetivo do filme, assumidamente, é levar, nas palavras do produtor Luís Eduardo Girão, uma "mensagem do bem" à população, demover ideias de uso de drogas, suicídio e aborto. Disso, não há o que dizer e "As Mães de Chico Xavier" atinge seu objetivo.

Além de levar mais de meio milhão de pessoas ao cinema, a película teve uma grande repercussão: foi premiada no Brazilian Film Festival, em Los Angeles, com o prêmio de melhor atriz coadjuvante para Tainá Muller.

O filme tem um desfecho que da a certeza para quem o vê que cumpriu o prometido, contando através das três histórias o “trabalho”  fantástico que Chico Xavier realizava, quando se comunicava com os mortos. As histórias comovem e trazem mensagens a todos, independente de religião. Mesmo irregular, o roteiro mais focado na esperança do que na religião, acaba emocionando de verdade. 









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