O "normal", não deve ser tomado como o verdadeiro padrão
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O "normal", não deve ser tomado como o verdadeiro padrão


A necessidade individual de escapar do formalismo rígido para a liberdade intelectual vem somente a uma minoria. Mas é dessa minoria que emergem os que realmente procuram a Verdade.

Não assumindo uma posição teórica, não se comprometendo com nenhuma crença, não usando nenhum rótulo, não se colocando em nenhuma categoria, o estudante de filosofia inicia sua procura pela Verdade em liberdade intelectual e termina-a em liberdade pessoal interior. Ele é, então, o que é

Ele se recusou a submeter-se ao próprio ego apenas para submeter-se ao da sociedade? Deve conformar-se ao mundo e aos caminhos do mundo por medo da opinião do mundo a seu respeito? Terá coragem suficiente para rejeitar as ideias religiosas de seu vizinho, mas não para resistir aos hábitos tolos de seu vizinho? 

Se um homem não consegue encontrar na sociedade os padrões adequados a seu caráter, deve, então encontrar os seus próprios padrões. É isso que o transforma em alguém que busca. 

Um homem deve permanecer em sua própria órbita e tirar suas diretrizes de seu interior. Se, por medo da solidão, por intimidação ou por sugestão, juntar-se aos grandes grupos de seu tempo, não chegará ao melhor de si mesmo.

Enquanto tantos homens vivem em erro e comprometidos com o que é incorreto, meramente porque isso foi estabelecido pela tradição ou pelo costume, alguns poucos devem fazer aquilo que é maior e mais nobre, seguindo um audacioso não-conformismo. 

Sem fazer alarde e evitando atritos desnecessários, ele pode seguir seu caminho independente e escolher suas próprias metas.

O comum, o "normal", não deve ser tomado como o verdadeiro padrão. 

Ele deve andar em seu próprio passo, e não no trote apressado da sociedade. Ele deve escolher sua própria estrada, e não a mais percorrida. O modo de vida de seus vizinhos não lhe serve e, então, deve agir diferente. Ele sente o desejo de se transformar criativamente em algo melhor do que é agora, algo mais nobre, mais sábio e mais perceptivo. Mas seus vizinhos não tem esse desejo, estão satisfeitos com uma existência estática. 

Ele deve estar disposto, e até mesmo determinado, a pensar diferentemente daqueles que estão à sua volta. E como pode ser de outra forma, se sua meta também é diferente? 

Enquanto uma conversação é razoável e útil, ele a respeita, mas quando ela se transforma numa formalidade vazia ou numa pomposidade inflada, não mais.

Ele deve aceitar o fato de que não é, e não quer ser, como a maioria das pessoas.

A pessoa superior tem sempre uma escolha diante de si: deve viver da maneira que os outros vivem para agradá-los ou deve viver da maneira que seus próprios padrões exigem? Se deixa que eles a derrubem, perde o que levou muitos, muitos anos para desenvolver. Em algum lugar, em algum ponto, deve tomar sua posição, deve fincar os pés e recusar-se a mover-se dali.

Quando um homem se afasta dos falsos padrões estabelecidos pelo materialismo, entra em conflito com as convenções mutilantes de sua época.

Quase todos os homens vivem prisioneiros de ideias que nem mesmo são suas, mas que lhes foram sugeridas por outros. O pensamento independente é raro.

Onde está o homem que tem seu próprio eu, e não um eu criado pelos outros? A hereditariedade e o ambiente, a sociedade e a sugestão, a convenção e a educação contribuem poderosamente para formar um "eu" que não é o seu próprio "eu", para fabricar um pseudo-indivíduo que não é ele mesmo, mas que passa por ele. 

Onde está a pessoa capaz de cultivar sua própria inteligência sem ser condicionado pelas ideias e exemplos introduzidos nela por seu ambiente ou suas leituras, por sua religião ou sua família, por sua tradição social ou pelos medos e desejos pessoais relacionados aos outros? São os outros, do passado morto ou do presente vivo, que a aprisionam, parcial ou totalmente, em seus pensamentos e imaginações, seus conflitos.

À medida que penetra mais e mais em si mesmo, suas ações particulares tornam-se mais e mais independentes das sugestões de outras pessoas, e resistentes à sua influência.

Uma vida interior não inteiramente dirigida por outra pessoa ou não inteiramente dependente de outra pessoa é uma vida adulta. Ninguém é adulto enquanto busca aprovação dos outros para suas ações ou se encolhe diante de sua desaprovação.

Não temos que aceitar todos os encargos que os outros tentam colocar sobre nossos ombros. Somos livres para escolher e ter certeza de que não estamos meramente subjugando nosso próprio ego ao de outra pessoa. 

Ele não deve permitir-se ficar preso pelos outros em contatos passados que já cumpriram seu objetivo e que, agora, só vão limitá-lo. 

Essa liberdade de procurar e encontrar a verdade, bem como selecionar seu próprio caminho de aproximação a ela, é uma prerrogativa preciosa.

Deixe que os outros sigam qualquer caminho que os atraia, mas não deixe que lhe imponha esse caminho se você não sente nenhuma afinidade por ele.

Ele não está mais disposto a ceder às exigências do mundo por lealdade, por conformismo, por submissão. Está recuperando sua identidade individual e está determinado a mantê-la.

É ao Eu Superior que ele deve consagrar sua fidelidade última.

Paul Brunton




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