O amigo imortal
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O amigo imortal




O estudante da Sabedoria Antiga recordará a evocação que faz J. Krishnamurti em sua obra “O Amigo Imortal”, quando descreve seu encontro com o Buddha.

Como é uma obra esgotada, transcrevemos as primeiras páginas do poema, que é de uma serena beleza e de grande profundidade.

- 1 -

O AMIGO IMORTAL

Donde quer que eu olhe, descubro Tua presença;
Pleno estou da gloria de Tua  magnificência,
E ardo no fogo sacro de Tua felicidade.
E choro por aqueles
Que jamais te contemplam,
Pelos que nada sentem
Da Tua gloriosa Paz.
Em qual forma humana
Poderia demonstra-lhes
Tua inacessível gloria?

Eu me sentei a sonhar num albergue
De imponente quietude.
Estava a manhã sonolenta
E tranqüila;
De pé, frente aos céus,
Os montes, em azul,
Impassíveis, serenos.
Ao redor da casa de madeira,
Distraídos pássaros em negro e amarelo
Saudavam ao sol de primavera.

Me sentei sobre o solo
Com as pernas cruzadas
Meditando;
E me esqueci dos montes azuis,
Dos pássaros,
Do silêncio imponente
E do dourado sol nascente.

Perdi a sensação de todo o corpo,
E meus membros imóveis
Repousavam em paz plena de graça.
Um jubilo profundo, imensurável,
Plenificou meu coração.
E minha mente,
Ansiosa e impaciente
Na concentração,
Perdia, insensível, o mundo do irreal.
Eu estava transbordante do poder imortal.

Como a fresca brisa do leste
Que de súbito surge na existência
E embalsama o ambiente circundante,
Ali, frente a frente,
Sentado ao oriental,
Na forma que o mundo Lhe conhece,
Com Sua amarela túnica habitual,
Simples e majestoso,
Assim estava o Mestre dos Mestres.
Fixa Sua vista em mim,
E sem um gesto,
Tomou assento o Poderoso Ser.

Eu lhe olhei e, fervorosamente,
A cabeça inclinei
À Sua presença,
Meu corpo se curvou para frente
Em graciosa reverencia.
Aquela única visão
Mostrou o avanço do mundo diante do progresso,
E a imensa distância
Que se perde ao longe,
Entre o mundo de sombras e angústias
E o maior de todos seus Mestres.

Quão pouco o mundo compreendeu Sua vida
E tanto como tem dado!
Quão jubilosamente,
Liberto,
O remontar Seu vôo
Escapando, por fim, da tirânica
Roda intrincada da morte e nascimento!
Uma vez já iluminado,
Como o jardim dá seu aroma,
Ele deu ao mundo a Verdade.

Enquanto eu, reverente, contemplava
Os pés benditos que pisavam num tempo
Da Índia a terra afortunada,
Meu coração de santo amor preenchido,
Num caudal de devoção imensa
Transbordou-se indomável e irreprimido,
E se fundiu meu ser nessa felicidade.

Minha mente compreendeu desta maneira
Extraordinária e fácil,
A Verdade que tão ansiosamente
Ele alcançou em sem igual combate.
E se fundiu meu ser nessa felicidade.

Minha alma compreendeu a infinita simplicidade
Da Verdade.
E se fundiu meu ser nessa felicidade.

Tu eras a Verdade,
Tu eras a Lei,
Tu eras o Refugio,
Tu eras o Guia,
O Companheiro e o Amado.
Tu embriagaste meu coração,
Tu conquistaste minha alma,
Em Ti encontrei meu consolo,
Em Ti minha Verdade estabeleci.

Por donde caminhastes,
Sigo eu à margem de Tuas pegadas.
Donde Tu padeceste e conquistaste,
Entesouro eu forças.
Donde Tu renunciaste,
Eu me folgo
Sereno, imensurável.

Eterno qual as estrelas
Que povoam o firmamento,
Eis que retorna a ser ao cabo
Do gozo e o sofrimento.
Feliz para sempre é aquele
Que Te compreende e Te ama
Com pleno conhecimento.

Como o mar, insondável,
Assim és meu amor, infinito.
Eis alcançada a Verdade,
E numa divina quietude
Vigora a crescer meu espírito.

Mas, ontem, ansiei me distanciar
Do mundo de sofrimento
Em direção a um afastado lugar.

De uma montanha em silencio,
Eximido,
Desligado
De todas as coisas
Em busca de Ti, oh Amado,
E agora Te apareces dentro
De mim mesmo, Iluminado.

Levo-Te em meu coração.
Não importa aonde olhe,
Contemplo-Te, Feliz, tranqüilo, sereno,
Plenificando meu mundo
A expressão da Verdade.

Meu coração está pleno de poder.
Minha mente está concentrada.
Eu estou pleno de Ti.
Como a brisa da nascente
Que de súbito surge na existência
E embalsama a terra circundante,
Assim me realizei.

Krishnamurti





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