O Frescor - Osho
autoconhecimento

O Frescor - Osho



"Osho, de onde vem o frescor?

-Ele não vem de lugar nenhum; está sempre aqui. A existência é o próprio frescor. A existência é fresca, porque está sempre aqui e agora. Ela não é sobrecarregada pelo passado, não coleta nenhuma poeira do passado. Nunca é velha. O tempo não produz impacto na existência. O tempo não existe no que se refere à existência.

O tempo só existe para a mente; é uma invenção da mente. Na verdade, tempo e mente são sinônimos. Pare a mente e o tempo para.(...)

O tempo não consiste, como é ordinariamente concebido de três tempos, de passado, presente e futuro. O presente não faz parte do tempo; o presente está além do tempo. E o presente é sempre fresco. O presente faz parte da eternidade. O presente é a penetração do eterno no mundo sonhado do tempo, um raio de luz na escuridão da mente.

O passado não tem frescor - não pode ter é óbvio. É sempre sujo. (...) O passado é um cemitério. E o futuro não é nada senão uma projeção do passado morto. E, partindo do passado morto, o futuro não pode estar vivo - o morto só pode projetar o morto. Qual é o seu futuro? Um passado modificado, retocado aqui e ali; um pouco melhor, um pouco mais sofisticado, um pouco mais confortável, mas é o mesmo passado. Você está ansiando por repeti-lo.

Seu futuro não tem nada de novo; não pode ter. A mente é impotente no que se refere ao novo. Ela só pode se mover dentro do pequeno mundo do que é familiar, do que é conhecido - e o conhecido é o passado. O futuro não é senão um desejo de repeti-lo - de uma maneira melhor é claro. Por isso o futuro também não é novo. O presente é.

O frescor nunca chega e nunca parte. Está sempre aqui, está sempre agora. Você está aqui e agora e de repente o frescor - você está banhado na eternidade, inundado por algo que é atemporal. Chame-o de Deus, chame-o de Reino de Deus, chame-o de Nirvana, todos estes nomes se referem ao mesmo inominável. Todas essas palavras tentam expressar o inexpressável.

Simplesmente ponha a mente humana de lado. E com isso eu quero dizer para você por de lado o passado e o futuro. E observe. Neste exato momento todo o paraíso desce sobre você. Você fica inundado. Os pássaros estão cantando e seus cantos são frescos; não estão repetindo velhos cantos. Eles não têm ideia dos ontens e não estão cantando para futuros. Não estão ensaiando para os amanhãs. As árvores estão frescas. Tudo está fresco, exceto o homem.

Então, não pergunte de onde vem o frescor. Pergunte: "De onde vem esse embotamento, este mofo, esta morte?" Porque esta morte vem e vai. O frescor está sempre ali - ele é a verdadeira natureza da existência. É a presença de Deus.

A meditação não é nada senão um método para conectá-lo com o eterno, para conduzi-lo para o inconcebível e o misterioso. E este não está distante; está o mais próximo que pode estar. Até mesmo dizer que está próximo não é certo, porque ele é exatamente seu próprio ser, é você. O frescor é sua alma.

Sua mente é tediosa, totalmente tediosa. Saia da mente. Pelo menos por alguns minutos a cada dia, coloque a mente de lado, fique totalmente fora da mente. E então você saberá que o frescor sobre o qual está indagando está brotando de dentro de você. De onde ele vem? Ele vem do seu âmago mais profundo. Na verdade ele não vem. De repente você descobre que ele sempre esteve ali. Sempre esteve ali como uma corrente subterrânea, oculta por trás de muitas e muitas camadas de lembranças, sonhos e desejos.

Buda diz: "Torne-se sem desejo e saberá. Torne-se desprovido de desejo e você atingirá a esfera que está além do nascimento e da morte, e então entrará no ilimitado".

Mas por que o homem não vai para dentro ao encontro do seu próprio ser, que está tão perto? Ele está pronto para ir à lua, está pronto para ir a qualquer lugar! Ele está pronto para ir às estrelas, mas não está pronto para entrar no seu próprio ser. Por quê? Deve haver alguma razão profunda por trás disso. A razão é que, para entrar dentro de si, você terá de se perder de si mesmo. E o homem tem medo de se perder de si mesmo. Ele se apega, quer permanecer sendo ele mesmo. Não quer perder sua própria identidade. É idade muito pobre, e também falsa, mas ainda assim, alguma coisa é melhor do que nada. Essa é a nossa lógica.

Não sabemos quem somos, por isso nos apegamos ao corpo, à mente, ao que quer que nos tenha sido dado. (...) Nós nos apegamos a tudo o que nos foi impingido porque isso nos dá uma sensação de conforto como se conhecêssemos a nós mesmos. (...) Sua consciência não pode ser confinada a nenhum desses rótulos estúpidos. Sua consciência é tão infinita; ela não pode ser contida em nenhuma palavra. Ela é tão vasta quanto o próprio céu. Mas você tem medo de penetrar nessa vastidão. Essa vastidão parece o vazio, o vácuo. E então o homem se apega à sua própria identidade pequena, e arbitrária. Daí o medo de penetrar dentro de si mesmo.(...)

O homem não consegue abandonar seu ego. (...) O homem está pronto para ser qualquer coisa. Nós nos tornamos pedras. Só parecemos estar vivos. Se você realmente estiver vivo, não fará esta pergunta " De onde vem o frescor?" Você saberá; não haverá necessidade de fazer a pergunta. Você o estará vivendo a cada momento, ele estará surgindo em você.(...)

O frescor não vem de qualquer lugar, ele vem do mais profundo âmago. Deus não está fora de você; está no seu próprio centro, no seu próprio solo. O frescor vem dele, a vida vem dele, o amor vem dele, o êxtase vem dele. E quando a dança vem de dentro, ela tem uma qualidade totalmente diferente: ela é espiritual, ela é divina."
Osho em Inocência, conhecimento e encantamento.






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