OS SENHORES DA GUERRA
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OS SENHORES DA GUERRA



As guerras acontecem na história do homem, desde os tempos mais remotos da humanidade. 

Certamente, nos períodos de guerra, todos se voltam para defender a sua honra. Esta sempre é a bandeira levantada por quem está com o poder em suas mãos. É um momento em que a maioria das pessoas deixa morrer dentro de si, sentimentos nobres existentes em seu coração. 

Passa então a vigorar represálias, muitas vezes às pessoas contrárias a este tipo de situação, ou seja, os amantes da Paz. Eles passam a serem vistos pelos donos do poder como meros traidores e muitos são mortos pelos ideais que cultivam. Outros se vendem; e, estes, sim, são os verdadeiros traidores que muitas vezes conseguem permanecer no anonimato e após a guerra voltam a ter a vida que tinham antes. 


Numa guerra os bons princípios são quase que esquecidos; a escassez do essencial, doenças, a insegurança etc; mostra claramente que muitos saem perdendo e que a minoria, uma pequena parcela de quem está envolvida, ganha com isso.
Mas quem lucra com a guerra??

A principal indústria dos EUA e da Europa é a armamentista, e é nela que são investidos a maior parte dos recursos para as pesquisas, e estas em primeiro são utilizadas para fins militares, e posteriormente se tornam disponíveis para a fabricação de novos produtos para o mercado.


Poucas companhias no mundo desfrutam hoje de uma situação tão privilegiada quanto as empresas da indústria bélica americana. Há alguns anos as vendas do setor alcançaram a estrondosa cifra de 700 bilhões de dólares - um PIB muito vezes maior que o da Argentina. Para os próximos anos, estima-se que esse resultado seja ultrapassado em até 20%, o que é um assombro para qualquer negócio. 

A razão dessa prosperidade está nos manuais de economia clássica. A indústria bélica dos Estados Unidos tem um mercado consumidor bem definido, que aumenta suas compras a cada ano e se comporta com extrema fidelidade. É o Departamento de Defesa do país. Isoladamente, o Pentágono é responsável por 75% desse faturamento e, para os próximos cinco anos, vai gastar mais 800 bilhões com um único programa. 

Os Estados Unidos, sob o governo do Nobel da Paz, Barack Obama, propôs um orçamento para gastos e investimentos na área militar e bélica de 708 bilhões de dólares – o maior de toda a história. 

A pergunta é: para quê e por que tanto investimento em armas e tantos outros artefatos de guerra, num país que já possui o maior arsenal bélico e nuclear do mundo? Mundo esse que, é bom lembrar, não possui mais o muro de Berlim e nem a União Soviética para ameaçar o “paraíso” capitalista sobre a Terra.

A resposta para isso não passa por nenhuma mirabolante teoria da conspiração ou algo parecido. A resposta está exatamente no modo de produção capitalista e na sua dinâmica para produzir a destruição. Mas para esclarecer melhor essa afirmação, não devemos esquecer que o capitalismo é um sistema que prioriza o lucro em detrimento de qualquer outra coisa, inclusive da vida e do bem-estar da grande maioria da população mundial.

Não é só no mundo “capitalista”, que os investimentos bélicos são astronômicos. O valor gasto pelo ministério da Defesa da Rússia para a compra de material de guerra cresce em ritmo acelerado, devendo alcançar em 2014 o triplo do valor gasto em 2009. Como resultado, a Rússia logo poderá ser o terceiro país que mais gasta com materiais militares, deixando para trás o Reino Unido, que atualmente enfrenta problemas orçamentários.


Até 2020, os gastos militares da Rússia deverão chegar a US$ 650 bilhões. Os EUA gastam quase a mesma quantia por ano e os países da OTAN (sem contar com os EUA), gastam esse valor a cada dois anos. No final das contas, os US$ 650 bilhões são pouco, tendo em vista os 20 anos em que as Forças Armadas russas não receberam novos equipamentos de guerra. Atualmente, a taxa de presença de material de guerra moderno nas tropas é de 10%, devendo aumentar para 70% até 2020.

Alguns economistas defendem que, com o fim da ameaça comunista era preciso criar um novo inimigo para colocar a população em pânico e, assim, justificar os gastos cada vez maiores do Complexo Industrial-militar, espinha dorsal do sistema econômico mundial. A criação desse inimigo foi prontamente conseguida com o atentado de 11 de setembro. O inimigo de agora é ainda mais cruel e difícil de combater, pois não tem rosto, pátria ou ideologia, mas apenas o ódio pelo ocidente. Portanto, o inimigo pode ser qualquer um e estar em vários lugares ao mesmo tempo. O que só aumenta o medo e o pânico da população que cede cada vez mais da sua liberdade em troca de uma segurança inexistente. Um pesadelo para a população e um sonho para aqueles que lucram com o mercado bélico.

Segundo alguns estudiosos, os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, atingida por dois aviões, causaram a desgraça de muita gente. Também, causaram a felicidade e a muita alegria da poderosa indústria de armas e de equipamentos de segurança dos EUA. Desgraças e sofrimentos, só ficaram para os americanos pegos pela explosão das torres, principalmente, para milhares de outros povos fora dos EUA, decorrentes da imediata decisão política norte-americana que se seguiu, iniciando pela invasão militar do Afeganistão, em outubro de 2001, como represália ao atentado terrorista de 11 de setembro, alegando caçada aos terroristas.

Os prisioneiros capturados pelos EUA no Afeganistão, e de outras regiões do mundo, eram enviados para sua base militar de Guantánamo, em Cuba. Bush não lhes concedeu os direitos básicos de todo prisioneiro de guerra, estabelecidos na Convenção de Haia. Por isso mesmo, atrocidades foram cometidas contra esses  prisioneiros, incluindo o uso da hedionda tortura.

Logo a seguir a invasão do Afeganistão, em março de 2003, os EUA também invadem o Iraque, liderando aliança com outras nações, conhecida como Coalizão. Nessa ação, os EUA usaram o cínico pretexto que Saddan estaria desenvolvendo armas químicas. Mentira essa, logo desmascarada.

Há quem defenda que, Bush só invadiu o Iraque, objetivando controle e posse de suas gigantescas reservas de petróleo. Afinal, os EUA são os maiores consumidores de petróleo do mundo, além disso, já naquela época o preço desse valioso produto tinham atingido valores estratosféricos para a economia mundial, causando grandes estragos nos EUA. Além disso, e principalmente, a invasão do Iraque serviu aos objetivos de ativar a poderosa indústria bélica norte-americana, que estava mergulhada em profunda crise desde o fim da guerra fria, após o bem sucedido desmonte da ex-URSS .


Diante dessa premissa, pode-se mais facilmente entender o apelo de Barack Obama ao Congresso e para que seja aprovado o maior orçamento bélico (para o curto período de um ano) de toda a história dos Estados Unidos e, provavelmente, do mundo. Possuidores de um arsenal nuclear capaz de destruir vinte e cinco vezes o planeta Terra e com bases militares espalhadas em todos os continentes, ainda querem nos convencer que quem ameaça a paz e a vida no planeta são países como a Venezuela, o Irã, o Afeganistão, etc. 


Quando o soldado de Israel dispara contra a cabeça do garoto palestino, a bala que vai matar a criança faz parte de um estoque de 300 bilhões de dólares que a indústria bélica faturou nas duas últimas décadas com a venda de armas para o Oriente Médio. 
Portanto, se alguém realmente quer acabar com a violência, antes de tudo precisa acabar com a indústria bélica. 

Para suprir as necessidades militares, despendem-se todos os anos de 700 a 750 milhões de barris de petróleo, o que é duas vezes mais do que consomem anualmente todos os países da África. Nos anos 1970, a Organização Mundial de Saúde (OMS) conseguiu liquidar a varíola no globo terrestre tendo gasto, em apenas uma década, US$ 83 milhões – importância que, à época dava pra comprar apenas um bombardeiro estratégico. 

Estimativas da ONU, em 1982, calculavam que o desarmamento nuclear completo liberaria mais de 20 mil cientistas e técnicos nucleares no campo da energia atômica. Eles poderiam tomar parte dos programas nucleares pacíficos de países democráticos da periferia do Velho Mundo. 

Segundo o investidor americano R. Sayard, para liquidar o analfabetismo da população mundial, em 20 anos, seriam necessários apenas US$ 1,2 bilhões, soma inferior ao total das despesas militares em um só dia. Mas essa conta soa como sofisma a uma sociedade regida pela lei do valor. 
Que argumento sobra aos partidários da corrida armamentista, quando defendem o aumento de despesas em armas destrutivas como única alternativa para a solidez da economia? 



Quem ganha e quem perde quando entramos numa guerra? Quando o mundo está em guerra, qualquer que seja a razão inicial que nos tenha levado a isso, todos perdem. Porque na guerra não há vencedores ou perdedores, há destruição e morte como resultado! Mas é inegável a força brutal do dinheiro, movendo o mundo nesse mercado de destruição.


O MAIOR segmento industrial do mundo é a industria bélica. Elas são um alto negocio, milhares de empresas ligadas direta ou indiretamente a produtos bélicos atuam diariamente nos governos, através de seus "lobbies".
Enquanto a industria bélica permanecer fomentando as guerras, o conceito de paz é uma verdadeira utopia.

Enquanto os senhores da Guerra continuarem a ditar o destino da humanidade, seremos obrigados a rever a ideia esperançosa de “ um outro mundo é possível”, pela sombria certeza de que “nenhum mundo é viável”. 







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