Usa tua mente como um meio, não faças dela um fim
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Usa tua mente como um meio, não faças dela um fim


Se alguma coisa é causa de alguma outra coisa, jamais é inútil, mas um velho expediente é sempre inútil. Por isso que cada novo profeta tem de lutar contra os antigos profetas. Está fazendo o mesmo trabalho que eles fizeram, mas terá que opor-se aos seus ensinamentos, porque precisa negar os velhos expedientes, já que eles se tornaram vazios e sem significação. 

Todos os grandes — Buda, Cristo, Mahavira — criaram, por compaixão, grandes mentiras, apenas para levar-te para fora da casa em chamas. Se puderes ser arrancado para fora de tua mente, através de qualquer expediente, isso é tudo quanto se faz necessário. Tua mente é o cárcere. Tua mente é fatal, é a escravidão. 

Como eu disse, esse dilema terá de acontecer. Assim é a natureza da vida. Terás que aprender a estreitar a mente. Esse estreitamento será de auxílio quando saíres para fora, mas será fatal lá dentro. Será utilitário como os outros; será suicida com a própria pessoa.

Precisas existir com os outros e contigo mesmo. Toda vida unilateral faz-se defeituosa. Precisas existir entre os outros com a mente condicionada, mas deves existir contigo mesmo com uma percepção inteiramente livre de condicionamento. A sociedade cria um estreitamento de percepção, mas a própria percepção significa expansão. É limitada. Ambas as coisas são necessárias, e ambas devem ser realizadas. 

Chamo sensata a pessoa que pode realizar ambas as necessidades. Qualquer extremo é insensato, qualquer extremo é prejudicial. Assim, vive no mundo com a mente, com o teu condicionamento, mas vive contigo mesmo sem a mente, sem treinamento. Usa tua mente como um meio, não faças dela um fim. Sai dela, no momento em que tenhas essas oportunidade. Quando estiveres sozinho, sai dela, salta fora dela. Então, festeja o momento, festeja a existência em si mesma, o Ser em si mesmo. 

O simples fato de ser é tão grande celebração, se souberes como saltar para fora do condicionamento. Esse "saltar para fora" vais aprender através da Meditação Dinâmica. Ela não será causada; virá ter contigo sem qualquer causa. A meditação criará uma situação na qual irás ter ao desconhecido. Aos poucos serás levado para fora de tua personalidade habitual, mecânica, robotizada. 

Seja corajoso. Pratica a Meditação Dinâmica vigorosamente, e tudo o mais se seguirá. Não será coisa que faças, será algo que acontece. 

Não podes trazer o divino, mas podes embaraçar a sua vinda. Não podes trazer o sol para a casa, mas podes fechar a porta. Negativamente, muita coisa a mente pode fazer: positivamente, nada. Tudo quanto é positivo é uma dádiva, é uma benção. Tudo quanto é positivo vem ter contigo, enquanto tudo quanto é negativo é trabalho teu. 

A meditação (e todos os expedientes da meditação) pode fazer uma coisa: afastar-te de todos os teus obstáculos negativos. Pode trazer-te para fora de teu cárcere, que é a mente. E, quando tiveres saído, rirás. Era tão fácil sair! Tudo estava ali mesmo! Apenas um passo se fazia necessário... mas andamos em círculos e perdemos sempre um passo, aquele passo que poderia levar-nos ao centro. 

Tu andas em círculos (pela periferia), repetindo a mesma coisa. Em algum ponto a continuidade precisa ser rompida. Isso é tudo quanto pode ser feito por qualquer método de meditação. Se a continuidade for rompida, se te tornas descontínuo com o teu trabalho, então, naquele exato momento, há explosão! Naquele exato momento estás centralizado, centralizado em teu ser. E então conhecerás tudo quanto sempre foi teu, tudo quanto estava apenas esperando por ti.

Osho em, Meditação: a arte do êxtase




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