Vale a pena investir energia no aprimoramento da minha personalidade?
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Vale a pena investir energia no aprimoramento da minha personalidade?



Você precisa abrir mão da sua personalidade para que possa encontrar a sua individualidade. O que chamamos de personalidade não é você; é uma máscara que as pessoas puseram em você. Ela não é uma realidade autêntica, não é sua face original. Você está me perguntando, “Vale mesmo a pena investir energia no aprimoramento da minha personalidade?” Invista energia na destruição da sua personalidade! Invista energia na descoberta de sua individualidade, e deixe essa distinção muito clara: a individualidade que você trouxe com você ao nascer. A individualidade é o seu ser essencial, e a personalidade é o que a sociedade fez com você, o que ela quis fazer com você.
Nenhuma sociedade até hoje foi capaz de dar liberdade às crianças para que sejam elas próprias. Parece arriscado dar essa liberdade. Elas podem ficar rebeldes. Podem não seguir a religião dos antepassados; podem não confiar nos valores morais. Elas descobrirão a sua própria moralidade e o seu próprio estilo de vida. Não serão réplicas, não repetirão o passado; serão seres do futuro.
Isso faz surgir o medo de que elas se desviem. Antes que se desviem, toda a sociedade tenta ensinar a elas uma maneira certa de viver, uma certa ideologia sobre o que é bom e o que é ruim, uma certa religião, uma certa escritura sagrada. Essas são maneiras de se criar a personalidade, e a personalidade funciona como uma prisão.
Mas milhões de pessoas neste mundo só conhecem a própria personalidade; não sabem que existe algo mais. Elas se esqueceram completamente de si mesmas, esqueceram-se até do caminho para chegar a elas mesmas. Tornaram-se, todas elas, atores, hipócritas. Estão fazendo coisas que nunca tiveram vontade de fazer e não estão fazendo coisas que adorariam fazer. A vida delas é tão fragmentada que elas nunca conseguem ficar em paz. A natureza delas está sempre se impondo e não as deixa em paz. E a chamada personalidade não para de reprimi-las, forçando-as a mergulhar cada vez mais fundo na inconsciência. Esse conflito divide você e a sua energia — e uma casa dividida não consegue resistir por muito tempo. Essa é a desgraça dos seres humanos — é a razão porque não existe tanta dança, tanta música, tanta felicidade.
As pessoas estão muito preocupadas em guerrear consigo mesmas. Elas não têm energia e não têm tempo para mais nada a não ser brigar com elas próprias. Elas têm de lutar contra a sensualidade, tem de lutar contra a individualidade, tem de lutar contra a originalidade. E tem de lutar por algo que elas não querem ser, que não faz parte da natureza delas, que não é o seu destino. Portanto, elas podem mostrar falsidade por um tempo, mas o verdadeiro sempre acaba aparecendo.
A vida passa, com seus altos e baixos, e elas não conseguem descobrir quem são: o repressor ou o reprimido? O opressor ou o oprimido? E, façam o que fizerem, as pessoas não vão conseguir destruir a natureza delas. Elas com certeza podem envenená-la; podem destruir a sua alegria, podem destruir a sua dança, podem destruir o seu amor. Podem tornar a vida delas uma mixórdia, mas não podem destruir completamente a sua própria natureza. E também não podem jogar fora a sua personalidade, porque a personalidade carrega os antepassados, os pais, os professores, os padres, todo o passado. É uma herança, à qual eles se apegam.
Tudo o que eu ensino é: não se apegue à sua personalidade. Ela não é você, nunca vai ser você. Dê à sua natureza total liberdade. E respeite-se, tenha orgulho de si mesmo, seja lá o que você for. Tenha dignidade! Não se deixe destruir pelos mortos.
Pessoas mortas há milhares de anos estão empoleiradas sobre a sua cabeça. Elas são a sua personalidade — e você quer aprimorá-las? Então, convoque mais alguns mortos! Escave mais alguns túmulos, desenterre mais esqueletos, cerque-se de todo tipo de fantasma. Você será respeitado pela sociedade. Será homenageado, recompensado; terá prestígio, será considerado um santo. Mas cercado pelos mortos você não conseguirá rir — não será de bom-tom —, você não conseguirá dançar, não conseguirá cantar, nem conseguirá amar.
A personalidade é uma coisa morta. Acabe com ela! Num sopro só, não aos poucos, não lentamente, hoje um pouquinho e amanhã um pouco mais, porque a vida é curta e o amanhã não é uma certeza. O falso é falso. Descarte-o totalmente!
Todo ser humano de verdade tem de ser um rebelde... E rebelde contra quem? Contra a própria personalidade.  
O japonês era cliente, fazia muito tempo, de um restaurante grego, porque tinha descoberto que eles faziam um arroz frito muito saboroso. Toda noite ele ia até o restaurante e pedia “aroz flito”. Isso sempre causava um ataque de riso no dono do restaurante. Às vezes, ele chegava a chamar dois ou três amigos só para ouvir o japonês pedir “aroz flito”.
O japonês acabou ficando tão ofendido que resolveu tomar aulas de dicção só para dizer “arroz frito” corretamente. Na vez seguinte que foi ao restaurante, ele disse claramente: “Arroz frito, por favor”.
Sem acreditar no que ouvia, o dono do restaurante pediu. “Pode repetir, por favor?”
O Japonês replicou, “Você ouviu o que eu disse, seu gleco cletino”.
Por quanto tempo você consegue fingir? A realidade vai aparecer uma hora dessas, e quanto antes melhor. Você não precisa melhorar a sua dicção — só precisa se livrar de toda essa coisa de personalidade. Seja simplesmente você mesmo. Não importa o quanto ela pareça tosca ou rústica no início, logo vai começar a adquirir a sua própria graça, a sua própria beleza.
E a personalidade... Você pode burila-la, mas vai estar burilando uma coisa morta, que não vai desperdiçar apenas com o seu tempo, com a sua energia e com a sua vida, mas também com as pessoas à sua volta. Nós todos afetamos uns aos outros. Quando todo mundo está fazendo alguma coisa, você também começa a fazer. A vida é extremamente contagiosa e todo mundo está aprimorando a sua personalidade — é por isso que essa ideia lhe ocorreu.
Mas isso não é necessário. Você não faz parte de um rebanho, não faz pare dessa gentalha. Tenha respeito por si mesmo e pelas outras pessoas. Orgulhe-se da sua liberdade. Quando você tem orgulho da sua liberdade, quer que todo mundo seja livre, pois a sua liberdade dá à você um amor e uma graça imensos. Você gostaria que todo mundo na vida fosse livre, amoroso e cheio de graça.
Isso só é possível se você for original — não algo construído, falso, mas algo que cresça dentro de você, que tenha raízes no seu ser, que floresça no tempo certo. E ter as suas próprias flores é o seu único destino, é o único caminho que faz sentido na vida.
Mas a personalidade não tem raízes; ela é feita de plástico, é artificial. Não é difícil descarta-la; só é preciso um pouquinho de coragem. E a sensação que eu tenho diante de milhares de pessoas é que todo mundo tem essa coragem, as pessoas apenas não a estão usando. Depois que você passa a usar a sua coragem, as suas fontes interiores adormecidas começam a ser ativadas e você fica ainda mais corajoso, mais rebelde. Você próprio se torna uma revolução.
Se você é uma revolução em si mesmo, isso é uma grande alegria, porque é sinal de que você cumpriu o seu destino. Você transcendeu a gentalha comum, a massa adormecida. 

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