autoconhecimento
Se agirdes como reformador, estareis remendando a sociedade, sempre em degenerescência, e, portanto, sustentando um sistema que sempre produziu guerras, divisões, separações. (…) Tendes de estar “de fora” de todas as comunidades, (…) religiões e da moralidade social, senão vos vereis aprisionado no mesmo padrão velho, um pouco modificado, talvez.
Mas só podereis “estar de fora” ao deixardes de ser invejoso e violento, (…) de adorar o sucesso ou o poder que ele confere. Só podereis “estar de fora”, psicologicamente, quando vos compreenderdes como parte do ambiente, (…) da estrutura social que vós mesmos construístes (1)
(…) Estou fora da sociedade e, por conseqüência, apto a ajudar a sociedade. Devemos desembaraçar-nos, libertar-nos da sociedade, a fim de que surja um novo grupo humano e, por conseguinte, possa ser formada uma nova estrutura social. Não se pode reformar a velha sociedade; isso é retrocesso. (2)
Sendo, pois, resultado do tempo, a mente só pode pensar em termos de expansão, realização; e pode a mente libertar-se do mais? Isso, com efeito, significa dissociar-se completamente da sociedade. (…) Nossa ânsia de aquisição não se restringe às coisas materiais, mas se estende também aos domínios da chamada espiritualidade, onde desejamos possuir mais virtude, estar mais próximo do mestre, do guru. Toda a estrutura, pois, do nosso pensar se baseia no mais; (…) e só o indivíduo que se dissociou de todo da sociedade, pode influir na sociedade. (3)
Só a mente que investiga a fundo a questão do autoconhecimento, afastando de si toda autoridade, todas as igrejas, todos os salvadores, todos os guias - só essa mente é capaz de descobrir a Realidade. Porque o rejeitarmos todas as coisas que nos foram impostas, equivale a rejeitarmos a sociedade, opormo-nos à sociedade (…) Aquele que está fora da sociedade, que já não está na sujeição da sociedade - só esse é capaz de descobrir o que é Deus, a Verdade. (4)
Krishnamurti em:
(1) A Outra Margem do Caminho, pág. 112
(2) O Descobrimento do Amor, pág. 101
(3) Da Solidão à Plenitude Humana, pág. 54-55
(4) Palestras na Austrália e Holanda, 1955, pág. 89
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