A educação, torna-nos pouco inteligentes
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A educação, torna-nos pouco inteligentes


Saiba que intelectualidade não é inteligência. Ser intelectual é ser falso, é fingir ser inteligente. A intelectualidade não é real porque não é sua, mas emprestada.

Inteligência é o crescimento da consciência interior. Ela nada tem a ver com conhecimento, mas algo a ver com meditatividade. Uma pessoa inteligente não age a partir de sua experiência passada; ela age no presente. Ela não reage, mas responde. Daí ela ser sempre imprevisível; não há como saber o que ela irá fazer.

(...) A inteligência é intrínseca à vida, é uma qualidade natural da vida. Assim como o fogo é quente, o ar é invisível e a água flui para baixo, assim a vida é inteligente.

A inteligência não é uma conquista. Você nasce inteligente...

(...) O universo é inteligente, existe inteligência oculta em todos os lugares. E, se você tiver olhos para ver, poderá vê-la em todos os lugares. A vida é inteligente.

Somente o ser humano se tornou não-inteligente. Ele danificou o fluxo natural da vida. Exceto no ser humano, não existe ausência de inteligência... Algo saiu errado: a inteligência do ser humano foi danificada, corrompida, mutilada.

A meditação nada mais é do que desfazer esse dano. A meditação não será necessária se o ser humano for deixado por sua própria conta. Se o sacerdote e o político não interferirem na inteligência do ser humano, não haverá necessidade de nenhuma meditação. A meditação é medicinal — primeiro a doença precisa ser criada, então a meditação é necessária. Se a doença não estiver presente, a meditação não será necessária. E não é por acaso que as palavras medicina e meditação vêm da mesma raiz. Ela é medicinal.

Toda criança nasce inteligente, e, no momento em que ela nasce, saltamos sobre ela e começamos a destruir sua inteligência, pois ela é perigosa para as estruturas políticas, social e religiosa. Ela é perigosa para o papa, para o sacerdote, para o líder; ela é perigosa para o status quo, para o sistema. A inteligência é naturalmente rebelde e não pode ser forçada a ser servil. Ela é muito assertiva e individual e não pode ser forçada a imitar de maneira mecânica.

As pessoas precisam ser convertidas em cópias; sua originalidade precisa ser destruída; não fosse isso, todas as tolices que aconteceram sobre a terra seriam impossíveis. Você precisa de um líder porque, em primeiro lugar, fizeram de você uma pessoa não-inteligente — senão, não haveria necessidade de nenhum líder. Por que você deveria seguir alguém? Você seguirá sua inteligência. Se alguém deseja ser um líder, então uma coisa precisa ser feita: de algum modo sua inteligência precisa ser destruída. Você precisa ser chacoalhado a partir de suas próprias raízes, precisa que lhe provoquem medo, precisa que lhe tirem a confiança de si mesmo — essa é uma necessidade, e somente então o líder poderá entrar em cena.

Se você for inteligente, você mesmo solucionará os problemas. A inteligência é suficiente para soluciona todos os problemas. Na verdade, sejam quais forem os problemas criados pela vida, você tem mais inteligência do que esses problemas. Ela é uma provisão, é uma dádiva da natureza. Mas há pessoas ambiciosas que desejam ditar as regras, que desejam dominar; há loucos ambiciosos — eles criam medo em você. O medo é como a ferrugem: ele destrói toda a inteligência. Se você quiser destruir a inteligência de alguém, a primeira providência necessária é criar medo: crie o inferno e deixe as pessoas com medo. Quando as pessoas ficam com medo do inferno, irão ao sacerdote e se curvarão diante dele. Elas ouvirão o sacerdote, pois, se não o ouvirem, irão para o inferno — naturalmente elas ficam com medo. Elas precisam se proteger do fogo do inferno, e o sacerdote é necessário para isso. Ele passa a ser uma necessidade.

(...) O medo precisa ser criado, a ganância precisa ser criada. A inteligência não é gananciosa. Você ficará surpreso ao saber que uma pessoa inteligente nunca é gananciosa. A ganância é parte da ausência de inteligência. Você armazena para o amanhã por não ter confiança de que amanhã será capaz de lidar com a vida; senão, por que armazenar? Você fica avarento e ganancioso por não saber se amanhã sua inteligência será capaz de enfrentar ou não a vida. Quem sabe? Você não tem confiança em sua inteligência, então armazena e fica ganancioso. Uma pessoa inteligente não tem medo, não é gananciosa.

(...) Pedir segurança para o amanhã significa permanecer em constante medo. A segurança não é possível; dessa maneira, quando você tem medo da insegurança, seu medo não pode ser destruído. O medo estará presente, você estará trêmulo de medo — e, enquanto isso, o momento presente está sendo perdido. Ao desejar segurança para o futuro, você destrói o presente, que é a única vida disponível. E você ficará cada vez mais perturbado, temeroso e ganancioso.

Uma criança que nasce é um fenômeno muito, muito aberto e completamente inteligente. Mas saltamos sobre ela e começamos a destruir sua inteligência. Começamos a criar medo nela. Você chama isso de ensinamento, chama isso de tornar a criança capaz de enfrentar a vida. Ela não está com medo, mas você cria medo nela.

E suas escolas, colégios, universidades — todas elas a deixam cada vez menos inteligentes. Elas exigem tolices, exigem que tolices sejam memorizadas, coisas que a criança e sua inteligência natural não podem perceber o sentido. Para quê? A criança não pode perceber o sentido daquilo. Por que sobrecarregar a cabeça dela com essas coisas? Mas a universidade, a escola, o lar, a família, os bem-intencionados, todos dizem: “Sobrecarregue! Agora você não sabe o motivo e só mais tarde saberá por que tudo isso é necessário.”

Encha sua cabeça com História, com todas as tolices que pessoas fizeram a outras, com toda loucura — estude isso! E a criança não pode perceber o sentido disso. Para que saber que determinado monarca governou a Inglaterra do ano tal ao ano tal? Ela precisa memorizar essas coisas estúpidas. Naturalmente sua inteligência fica cada vez mais sobrecarregada e mutilada. Cada vez mais poeira se junta sobre sua inteligência. E, quando a pessoa sai da universidade, ela não é mais inteligente — a universidade fez o seu papel. É muito raro alguém se graduar em uma universidade e ainda permanecer inteligente. Muito poucas pessoas foram capazes de escapar da universidade, de evita-la, de passar pela universidade e, ainda assim, salvar sua inteligência — muito raramente. Ela é um enorme mecanismo para destruí-lo.

No momento em que você se educa, torna-se pouco inteligente.

Você não pode perceber isso? A pessoa instruída se comporta de maneira muito pouco inteligente. Entre em contato com pessoas que nunca receberam educação e descobrirá o funcionamento de uma inteligência pura.

(...) Quando a pessoa não sabe ler, precisa usar a inteligência. O que mais você pode fazer? No momento em que você começa a ler, não precisa mais ser inteligente; o livro dará todas as respostas...

(...) Entre em contato com pessoas simples, pessoas sem instrução, pessoas do campo, e descobrirá uma inteligência sutil. Sim, elas não são muito informadas, isso é verdade; não são eruditas, isso é verdade — mas são imensamente inteligentes. As inteligência é como uma chama sem fumaça à volta.

A sociedade fez algo errado com o ser humano — por certas razões. Ela deseja que você seja escravizado, que sempre tenha medo, que sempre seja ganancioso, ambicioso, competitivo. Ela deseja que você não seja amoroso, que esteja repleto de raiva e ódio, que permaneça fraco, que imite os outros — cópias. Ela não deseja que você se torne original, único e rebelde, não. É por isso que sai inteligência foi destruída.

A meditação é necessária somente para desfazer o que a sociedade fez. A meditação é uma anulação: ela simplesmente anula o dano, destrói a doença. E, quando a doença desaparece, seu bem-estar se firma por si mesmo.

Osho – Inteligência – A Resposta Criativa ao Agora - Editora Cultrix





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