A fecunda vivência do deserto do real
autoconhecimento

A fecunda vivência do deserto do real


Quando nos sentimos incapazes de encontrar
tranquilidade dentro de nós mesmos, será
inútil procurá-la fora de nós mesmos.
La Rochefoucauld

Por que é tão difícil a vivência da experiência do deserto existencial? Porque nesse fecundo momento, estamos sós, desprotegidos física e psicologicamente. Não temos onde nos segurar, onde nos apoiar, onde buscar por abrigo e proteção. Não há como buscar por identificação e isso, para o ego, que vive em busca de segurança psicológica, é um sentimento mortal. É por isso que muitos não conseguem atravessar esse paradoxal período fecundo e, num momento de desespero, recorrem a atitudes potencialmente trágicas. Isso ocorre porque estas pessoas se identificam com o desesperante clamor do ego que pensam ser. Em vista disso, a experiência da vivência do deserto serve tanto como um portal para a sanidade do Ser, como para o limbo da psicopatia do não-ser.

Na vivência do deserto é que toda estrutura do ego, trabalhosamente construída por anos, tem suas bases implodidas, colocando ao chão toda forma de identificação. Para o ego, de fato, este é um período de profundo terror e confusão. Não se trata aqui da demolição de uma laje específica, mas sim, da demolição completa de sua estrutura, de modo que nada de sua estrutura possa ser reaproveitado.

No deserto, a crença não serve para nada; no deserto, o simples fato de acreditar na água, não traz o saciar da sede, não traz o seu frescor. No deserto, a experiência passada do frescor da água, também não traz o saciar da sede. No deserto, a projeção da idéia da água, também não sacia a sede. Crença, experiência, projeções de nada servem quando nos encontramos assolados pelo deserto.

No deserto, a crença na possibilidade de uma mente silenciosa, de uma mente em que o pensamento cessa, de que vale? No deserto, o que vale é a vivência, a observação, o testemunhar daquilo que se apresenta, passo a passo, momento a momento, ainda que de forma vacilante. No deserto, a coisa fica difícil porque ali, já não há para onde fugir, já não há onde se pisar com segurança; o deserto é o ego-enfrentamento, é a solidão que dessolidifica, apontando sempre, para a original construção, onde enfim, conhecemos a bem aventurada realidade do ser que somos. 

Outsider44




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