Além das histórias da mente...
autoconhecimento

Além das histórias da mente...


"Uma curiosidade relevante: os neurologistas descobriram que, para os neurônios, não existe diferença entre algo vivido e algo imaginado. 

E antes que essa afirmação pareça muito distante, note que tanto um filme na TV quanto a lembrança de algo triste ou prazeroso provocam em você, 
respectivamente, as sensações de tristeza e de prazer. 

Você não está vivenciando aquela cena pessoalmente, fisicamente, no momento presente – ela não tem nada a ver com você – mas os seus neurônios não sabem disso e acionam as sensações correspondentes à imagem.

Os hindus, simplificando a questão, cunharam tudo aquilo que é percebido pelos sentidos como "maya". E essa é uma boa chave, pois, diante de uma situação que possa levá-lo ao sofrimento, por exemplo, esteja atento ao fato que entre você e a sensação há um abismo infinito. 

A sensação é perfeitamente percebível e você é aquele que está percebendo.

Desse modo, se uma pessoa sofre quando está diante de uma história que ela considera absolutamente real, se você quiser mesmo ajudá-la, faça um único movimento: mostre que ela está contando uma história. Convide-a a colocar a história de lado, ainda que temporariamente, e veja o que acontece. 
O Silêncio resolve todos os problemas. Se você tem a necessidade de contar uma história, conte para ele a sua história e espere a resposta que ele tem para te dar.

Mas, não se engane, somente quando você puder colocar a sua história de lado poderá ajudar alguém a pôr a dele também. Do contrário, você tende a reforçá-la. 

No entanto, seja criterioso, não escolha uma história ou outra. Estou me referindo a todas as histórias.

Qualquer enfoque que se remeta a um personagem no tempo, aos acontecimentos, não vale a pena ser apreendido. Aliás, não apreenda nada.

Fique vazio, esvazie-se mais e mais, dia após dia... Perca as histórias ao invés de recontá-las. "Quem é você?" Se quer se dedicar a alguma "história", dedique-se a esta – a história que não tem começo nem fim, tampouco um personagem chamado "eu"."
Satyaprem





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