Apenas o Ser...
autoconhecimento

Apenas o Ser...




Você nos disse que a própria busca, seja ela qual for, impede a gente de VER verdadeiramente - ou seja - trata-se apenas de um jogo brilhante de aparências e de desvios de atenção... essa forma de ver as coisas acontecer ajuda-nos a dar uma compreensão de como TUDO provém da mesma fonte.

Tony Parsons: Sim, é da mesma fonte, sempre é. Isto acontece pelo fato das aparências julgar não querer ser o mesmo - ou achar que não é da mesma fonte.

Mas isto é apenas um jogo - ou um jogo que é chamado de Jogo Divino ou Brincadeira Divina de ...

Tony: Sim, e é absolutamente o Jogo Divino do Ser.
E o Ser não é, e nem está nenhum pouco interessado na idéia de alguém que observa ISTO ou não, porque não há nada que não seja... a própria não-realização também está "sendo" ISTO.

Assim, ISTO aparentemente sofre, ri, busca, encontra, e não encontra. E não há nada além disto. E, claro, ao mesmo tempo, tudo ISTO é totalmente imaculado, completo - porque só existe ISTO de modo que é TUDO que existe e nada mais. SER não tem, nem procura por nenhuma exigência.

Mas acontece que surge no SER uma aparente necessidade e obrigação de achar que há necessidade e exigência.

E o mistério do que é incontestável - é apenas um mistério.

Tony: E também a busca que se reflete no mundo em que vivemos, porque tudo o que fazemos é uma busca para isso. Toda religião, todo o esforço aparentemente pessoal, é simplesmente uma busca para esse desconhecimento.

É uma forma de resolução de atenção, de sentimento de separação?

Tony : É uma busca para não se sentir separado de algo. O buscador não pode ver ISTO, porque ISTO é atemporal - ISTO é o Ser Eterno, que está fora do tempo, fora do espaço, fora de ser viável para alguém. Então o que tentamos atingir não pode ser alcançado porque ele já é tudo que existe.

É meio difícil de perceber e aceitar ISTO - algo que eu tenho dificuldade em aceitar é que a busca espiritual não é nem melhor, nem maior, nem mais refinada do que a busca por dinheiro, poder, sexo ou qualquer outra coisa.

Tony: Absolutamente. Todo desejo no final das contas, é finalmente um desejo de busca para voltar para casa. E o que é estranho sobre esse paradoxo, esse mistério, é que tudo que está sendo feito - todos os buscadores, todo esse esforço pessoal, toda a construção de igrejas e impérios, é pura vitalidade. É um paradoxo incrivelmente estranho.

Em alguns textos antigos védicos, ou algo assim, não há nada disso sobre o que É, ou sobre o porquê disso tudo. Quer dizer, eu sei que o "Bhagavad Gita", diz apenas que é uma experiência ...

Tony: Não, não há razão e não há nenhuma experiência e não há nenhuma escolha. A base do argumento tradicional é que a unidade escolheu tornar-se dois, e se a unidade fez uma escolha para se tornar dois, poderia até fazer uma escolha para se tornar uno novamente.

É um conto de fadas baseado na ilusão de tempo causa e efeito. Nada jamais pode ser escolhido. O sonho de toda escolha e motivação é que há algo no momento em que pode avançar com a intenção de um lugar chamado duplicidade para um lugar chamado unidade.

Nunca houve nada, apenas há o SER, e ISTO é o eterno nada e o tudo ao mesmo tempo.
Não vai para lugar nenhum e nunca foi em qualquer lugar.
Não há qualquer lugar.
Não há tempo ou espaço, exceto na aparência.
Não há nada, mas apenas ISTO, e ISTO não é nada acontecendo.

E vejo agora que esta questão surge a partir do ponto de vista de separação e por isso acaba sendo inerente a duplicidade, de forma inquestionável. Trata-se apenas de uma questão sem resposta, mas isso acontece porque é a partir do ponto de vista da separação. O que é melhor é que nos vislumbres da totalidade não há dúvida alguma. Há apenas uma ausência de necessidade de não ter que saber nada, porque simplesmente É ISTO acontecendo. Então essa pergunta surge como um "laço".

Tony: Sim, um laço que tem toda razão, que engendra a separação e o "por quê" e sente a necessidade de procurar por algo. E como você diz, quando não há ninguém, não há nenhum laço e não há dúvidas. Não há nenhuma pergunta e não há nehuma necessidade de respostas. Não há conhecedor e muito menos nenhum conhecido ... e assim não há ninguém para perguntar "porquê".

Mas é a pergunta mais atraente dentro desse ponto de vista.

Tony: Ah, sim!. É, e estando em separação, adora perguntar "por quê". E assim esse fascínio todo tem gerado as religiões.
A questão de porquê o buscador segue o cristianismo, o budismo, etc, e tudo o que você poderia chamar de um ensino que busca tornar-se ALGO, é inevitável, e é baseado no equívoco fundamental de um indivíduo que se sente separado com a escolha e a vontade de seguir um caminho, ou seja, na eterna ilusão da busca de ser motivado a mudar de um estado para outro, para um melhor estado, para buscar e encontrar a resposta que não gere nenhuma dúvida.
Tony Parsons em Satsang




- O Sonho Hipnótico Da Separação - Tony Parsons
"Não existe nem eu, nem você, nem buscador, nem iluminação, nem guru, ou discípulo. Não existe melhor ou pior, nem caminho nem propósito, nem nada que tenha que ser conquistado. Toda aparência é a fonte. Tudo o que aparentemente se manifesta...

- Somente Isto - Tony Parsons
"Isto é o sem forma na forma, Isto é a vacuidade plena, Isto é o mar de energia onde o nada se transforma em tudo, simultaneamente, Isto sempre É. Isto é completamente livre;  Esta energia é a liberdade suprema. Não existe autoridade nenhuma...

- Totalidade - Tony Parsons
"Tudo o que existe é Totalidade. . . energia sem limites aparecendo como tudo. . . o céu, as árvores, os sentimentos, os pensamentos, o que for.  É o mistério de nenhuma coisa ao mesmo tempo ser tudo. Não há nada além do todo sem limites,...

- A Separação Aparente...
"Parece que você está lendo essas palavras, possivelmente sentado em uma cadeira, respirando, ouvindo e talvez pensando. O que está acontecendo está acontecendo com você... aparentemente. E você é um indivíduo em um mundo cheio de indivíduos....

- Nada Mais Que Um Pensamento
Este livro não tem nada a ver com o esforço nem com a compreensão. Nada a ver com o processo e nem com a prática. Nada a ver com a falta de processo nem com a falta de prática.  Este livro não trata de ver algo novo nem de desembaraçar-se...



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