Toda a criação, todo o cosmos na sua total vastidão se conhece, se experimenta através de nós, seres humanos, vocês já refletiram sobre isso?
Em um único instante, você pode estar na janela da sua casa e admirar a lua linda, a milhares de quilômetros no céu, e virar seu rosto e prestar atenção em uma formiga pequenina que passa ali ao lado dos seus pés, e depois olhar para seu filho, que dorme no berço, e sentir um amor intenso, e dali, ligar a televisão e assistir a um filme tranquilamente, saboreando um delicioso sanduíche!
Perceba, só neste pequeno exemplo, quantas dimensões você alcançou em um minuto!
E no dia seguinte acordar e dirigir para o seu trabalho, e admirar a paisagem das árvores, e conversar com as pessoas, ter idéias, criar, sorrir, enfim...observe o número infinito de dimensões que vivemos ao longo de apenas um dia de vida! Nem nos damos conta disso, não é verdade?
A grandeza de cada um de nós é imensa, é infinita...o alcance da mente, a abrangência da inteligência humana não tem fim, é divina. Ela pode ir do micro universo, ao macro universo, em um segundo.
O ponto onde colocamos nossa atenção torna-se o centro da nossa mente.
Toma forma, particulariza-se , e cresce diante de nós.
A mente atenta é poderosa, um instrumento fantástico de criatividade e de descobertas.
A natureza por si só, sem nós seres humanos, não tem como fazer essa conexão.
Nós seres humanos somos a auto-consciência da natureza.
Um pássaro vive a dimensão pássaro. Um peixe vive a dimensão peixe. Mas nós, além de tomarmos consciência de que existimos, que somos, temos a capacidade de perceber, de alcançar todas as dimensões e conectá-las, de descobri-las e de investigá-las em profundidade.
A consciência transita, flutua, vagueia e descobre-se, seja lá onde for, alcançando dimensões inimagináveis de tão belas.
Nada deixa de ser investigado pela inteligência humana.
Tudo se torna objeto de observação, de descoberta. Esse é o grande "barato" de se nascer ser humano, a infinita possibilidade de descobrir o mundo, o universo e tudo que o envolve, não somente olhando para ele, mas, principalmente, experimentando-o...vivenciando-o!
Essa atenção, esse foco é a base da vida humana. Admiramos as grandes mentes, os grandes cientistas, aqueles que foram além das aparências, que desvendaram mistérios e foram capazes de construir coisas que salvaram vidas, que melhoraram a vida de milhões, que deixaram suas marcas para sempre no mundo. Aprendemos com eles o quanto a inteligência humana é realmente, estrondosamente infinita, ilimitada.
Isso é o ápice da criação, isso é levar ao máximo a capacidade investigativa da mente a tudo que existe. Só que ainda existe uma dimensão que essa mesma mente, num determinado momento começa também a investigar...
Chega um momento em que essa mesma mente, que até então se fascinava com a criação, com o mundo e o universo, começa a se perguntar: Quem Sou Eu?
Quem é esse que tudo obseva? De onde vem toda essa maravilha, que tudo descobre?
O maior fascínio de todos está justamente aí...Na fonte da qual todas as perguntas são feitas, na fonte na qual toda busca nasce, na fonte na qual o grande observador reside...
Essa auto-investigação é a maior aventura que qualquer ser humano pode realmente fazer.
E ela acontece exatamente aí onde estamos, e é possível acessá-la exatamente agora.
Não é necessário nenhum instrumento, nenhuma preparação, nenhum aprendizado. A mesma atenção que se exterioriza e investiga "fora" em um segundo se volta para "dentro" e se auto-descobre. Já está tudo pronto e acessível.
Quando Jesus diz: "O Pai e Eu somos Um", ele justamente nos aponta essa dimensão absoluta, a dimensão da Unicidade, da Não-dualidade.
Nunca houve dois, nem dez, nem mil....ou seja, aquele que busca, que investiga e o objeto observado, investigado são o MESMO! Ou seja, o Todo, o Absoluto, que cria e realiza, se experimenta através de quem? De mim, de você, de cada um de nós...
A auto-realização não passa pela auto-afirmação enquanto "parte", enquanto "ego", mas pelo contrário, acontece a dissolução dessa ilusão de separação, de que eu sou separada daquilo que observo, que o mundo é algo diferente de mim. Não! O que acontece é a total integração de tudo que existe, pois a fonte que gera, que cria, é a mesma fonte que se auto-observa, se auto-realiza.
E isso somos nós...verdadeiramente..
Somos todos Um...
Descobrir-se em profundidade é descobrir o Todo, é descobrir que o Absoluto sempre foi e é o grande responsável por qualquer observação, por qualquer investigação...e ele é você e você é ele!
Somos bem maiores do que poderíamos imaginar!
A consciência quando se amplia, a ponto de enxergar a verdade impessoal da existência, não tem mais volta, ela não mais se reduz. Albert Einstein dizia que "A mente que se abre para uma nova dimensão jamais retorna ao seu tamanho anterior."
Essa mesma verdade nos apontam os grandes mestres. Assim como borboletas passaram por uma longa metamorfose, até alçar seu vôo supremo da consciência. Todos eles nos mostram que nós também podemos voar, somos seres alados, dotados da mesma consciência que eles. A fase de lagarta é importante, sim, mas não é o final da história, é apenas o início de uma grande aventura...
Amor
Lilian