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ESFORÇO GLOBAL PARA DEFENDER A TERRA DE METEOROS E ASTEROIDES
Membros das Nações Unidas reuniram-se com astronautas ilustres, nessa sexta-feira 25 de outubro de 2013, em Nova York, para começar a implementar um plano de contingência internacional para defender a Terra contra ataques de asteroides catastróficos.
Seis dos viajantes espaciais envolvidos nestas discussões da ONU discutiram o esforço de defesa contra asteróides nessa sexta-feira (25 de outubro de 2013), em uma coletiva de imprensa organizada pelo astrofísico Neil deGrasse Tyson, no Museu Americano de História Natural. Seu objetivo: deixar claro que há ameaças muito reais, tomadas por objetos próximos da Terra (NEOs), ou asteróides viajando dentro do raio da órbita da Terra com o Sol.
Os cientistas estimam que há cerca de 1 milhão de asteróides próximos da Terra que poderiam representar uma ameaça para o planeta, mas apenas uma pequena fração deles foi realmente detectada por telescópios. “Nosso desafio é encontrar esses asteróides antes que eles nos encontre”, disse Edward Lu, um ex- astronauta da NASA e co-fundador da Fundação sem fins lucrativos B612, que monta estratégias de defesa contra asteróides .
Lu co-fundou a B612 em 2002. Hoje, o grupo está desenvolvendo um telescópio espacial infravermelho - chamado Telescópio Espacial Sentinela – com o único propósito de localizar asteróides ameaçadores. A fundação espera lançar o telescópio em 2018.
O telescópio Sentinela vai ajudar as agências espaciais a identificar os NEOs anos antes que eles eventualmente possam atingir a Terra, fornecendo aos governos e as agências espaciais tempo suficiente para agir, Lu e seus colegas disseram. Tal ação implicaria na implantação de uma nave espacial – ou várias naves espaciais, dependendo do tamanho da rocha espacial – em direção ao asteróide, a fim de chutá-la para fora do curso.
A tecnologia e os recursos para desviar um asteróide desta forma já existe, Tyson explicou, mas a Associação de Exploradores do Espaço, um grupo que inclui astronautas ativos e aposentados, decidiu envolver as Nações Unidas na sua tomada de decisão para evitar ações nacionais tendenciosas no caso de uma emergência.
"A questão primordial sera, qual a rota que você deve mover o asteróide?" o ex-astronauta da NASA e co-fundador da Fundação B612 (Fundação especializada no estudo e prevenção de impactos de asteroides na Terra), Russell Schweickart, disse na entrevista coletiva. “Se algo der errado no meio da missão, você pode causar estragos em alguma outra nação que não estava em risco. E, portanto, a decisão do que fazer, como fazer e quais sistemas você vai usar tem que ser coordenada internacionalmente.”
A queda de um asteróide do tamanho de um caminhão, sobre Chelyabinsk, na Rússia, em fevereiro deste ano, deixando mais de mil feridos e causando panico por toda cidade, ajudou a chamar a atenção para uma ameaça muitas vezes negligenciada e subestimada pelos lideres mundiais.
"Esse fato, ocorrido na Russia, demonstra que a ameaça não é apenas um conceito de ficção científica, ou algo que vai acontecer em 100 ou 500 anos no futuro", Enfatizou Thomas Jones, ex-astronauta da NASA e pesquisador sênior do Instituto de Florida para Human and Cognition Machine, "É um fato que aconteceu agora, nos alertando para a eminente realidade que nos ameaça."
O painel espera que as discussões com a Organização das Nações Unidas esta semana, que se iniciaram em 2008, quando o painel apresentou nas Nações Unidas o primeiro rascunho de um relatório intitulado "Ameaças de asteróides: uma chamada para a resposta global"- melhore a sensibilização do público para as ameaças, e incentive os políticos a desenvolver planos e nomear líderes para lidar com ameaças em tempo hábil.
Fonte:http://www.space.com/23344-asteroid-threat-earth-united-nations-response.html
O Brasil tem um dos mais potentes telescópios do mundo para defender a Terra de colisões de corpos celestes:
Lá não há luz elétrica. O clima é seco. O sol é escaldante. É nesse local, mais precisamente no sertão pernambucano de Moxotó, nos arredores da cidade de Itacuruba, que foi instalado um dos mais sofisticados telescópios do mundo: o Impacton.
O Observatório Nacional, órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, colocou em funcionamento no final de 2009, em Pernambuco, o programa Impacton para monitoramento de asteroides e cometas.
Segundo o astrofísico Carlos Henrique Veiga, do Observatório Nacional, o programa se destina a detectar a presença de asteroides perigosos, que possam se chocar contra a Terra.
"Existem muitos asteroides que são potencialmente perigosos para a Terra. Eles vivem atravessando a órbita da Terra e, de repente, um deles pode se chocar."
Os astrônomos do Observatório Nacional esperam que O Impacton possa cumprir uma fantástica missão: o rastreamento de asteroides e cometas em possível rota de colisão com a Terra. Isso coloca o Brasil no time de elite desse setor da astronomia.
No Hemisfério Norte há, pelo menos, dez telescópios exclusivamente voltados para essa função. No Hemisfério Sul existia apenas um, na Austrália, que está desativado. Entra em cena, então, o Impacton, no momento em que os pesquisadores estimam que 70% dos asteroides e cometas visíveis ao Sul e em rota de colisão com a Terra não tenham sido ainda identificados. Em outras palavras, aqui no Sul estamos "cegos" em relação a essa questão.
No Hemisfério Sul, ao contrário do que já ocorreu no Hemisfério Norte, nunca foram feitas buscas por asteroides, de acordo com o pesquisador. Para suprir a falta de conhecimento e de mapeamento desses asteroides, o centro de observação instalou o telescópio Impacton, vindo da Alemanha, em Itacuruba, no Sertão do Moxotó (PE), em parceria com a França, Itália e Estados Unidos. A região foi escolhida por ter o clima seco, com ausência quase total de chuva, e localização na latitude sul.
Veiga salientou a importância desse conjunto de países para o sistema de alerta que foi montado. "Tem que ter um pool de países porque, na hora em que a gente detecta um asteroide desses entrando, a gente tem um sistema que vai alertar o mundo inteiro".
Os dados são repassados imediatamente para todos os hemisférios, identificando o local exato onde o objeto irá se chocar.
O telescópio vai identificar asteroides novos, que apresentem algum potencial de se chocar com a Terra. Caso isso ocorra, o astrofísico esclareceu que a saída será a retirada das pessoas do local, "porque a gente não tem arma nuclear suficiente para destruir um grande asteroide de 20 quilômetros de diâmetro. Então, a gente calcula onde ele vai bater e tira todo mundo dali".
O monitoramento de um asteroide consiste inicialmente no traçado de sua rota. Se os pesquisadores enxergarem risco para a Terra, eles passarão a avaliar, então, a sua composição química, porque esses corpos celestes assustam menos pelo tamanho e mais pelo material que carregam em seu interior - ferro e níquel, por exemplo, não se desintegram quando da entrada na atmosfera.
O ex-astronauta da Nasa Russell Schweickart, presidente do Painel Internacional sobre Redução da Ameaça de Asteroides (IPATM), exemplifica com a colisão de um cometa contra a Terra em 1908. Foi o ano em que a Sibéria foi atingida com força equivalente a de duas mil bombas atômicas pelo astro Tunguska, com mil quilômetros quadrados. "Se quisermos, podemos pensar em um estádio de futebol voando a 100 mil quilômetros por hora e despencando no coração de Tóquio, Nova York, Londres, Paris ou de qualquer outra grande metrópole do mundo", diz Schweickart. "Pois bem, sem pavor nem alarde, eu acho que deveríamos pensar e nos prevenir."
Consciente da importância desse tipo de observação, o Brasil agora se une aos grandes centros de astronomia do mundo. "É importante termos tudo mapeado", diz Veiga. E já se sabe em que alvo o novo telescópio mirará assim que for ligado: em um asteroide que está em rota de colisão e que, se não for desviado, se chocará com a Terra em 2036.
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