Um mestre já disse que criamos dramas em nossas vidas porque na maior parte do tempo estamos entediados. O drama vem agitar um pouco as coisas e nos fazer sentir vivos.
Nem todo tédio é o mesmo, de acordo com um novo estudo.
“Uma equipe de pesquisadores do Canadá, Estados Unidos e Europa identificaram um tipo de tédio, chamado tédio apático, que envolve sentimentos desagradáveis de desamparo aprendido e que tem semelhanças com a depressão.
O tédio apático agora é o quinto tipo de tédio identificado por pesquisadores, que tinham detalhado outros quatro tipos de tédio em estudos anteriores. Os tipos de tédio são diferenciados tanto por um nível de excitação mental - que vão desde inquieto a calmo - e pela positividade ou negatividade associada a esse tédio.
A descoberta do quinto tipo de tédio é baseado em dados de 63 estudantes universitários e 80 estudantes do ensino médio na Alemanha. O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Konstanz e da Universidade Thurgau de Formação de Professores, e foi publicada na revista Motivação e Emoção.
Confira os cinco tipos de tédio abaixo para saber que tipo de "aborrecimento" você está experienciando:
Tédio indiferente: Pessoas com esse tipo de tédio sentem-se aposentadas, indiferentes e relaxadas.
Tédio calibrado: Pessoas com este tipo de tédio se sentem inseguras e são receptivas a distrações.
Tédio investigador: Pessoas com esse tipo de tédio são inquietas e buscam ativamente uma distração ou mudança.
Tédio reagente: Pessoas com esse tipo de tédio estão motivadas a deixar a situação em que estão em uma alternativa específica.
Tédio apático: Pessoas experienciando esse tipo de tédio aprenderam a sentirem-se impotentes, semelhante à depressão.
Recentemente um estudo de Perspectivas em Ciências Psicológicas mostrou que, em geral, o tédio pode ser fixado a três coisas: 1) a incapacidade de se concentrar ou prestar atenção; 2) o conhecimento de que não podemos prestar atenção e 3) culpando a nossa incapacidade de prestar atenção em nossas circunstâncias.
Há bons e maus lados no tédio, de acordo com pesquisas anteriores. Um estudo do International Journal of Epidemiology, por exemplo, mostrou uma associação entre sentir-se entediado e ser mais propenso a morrer cedo de problemas cardíacos (embora os pesquisadores notaram que o tédio provavelmente está relacionado com fatores de risco, como beber ou fumar). Por outro lado, um estudo apresentado em um encontro da Divisão de Psicologia do Trabalho da Sociedade Britânica Psicológica mostrou que o tédio no trabalho pode facilitar a criatividade, provavelmente por causa de todo o tempo extra de sonhar acordado.” http://www.huffingtonpost.com/2013/11/18/boredom-five-kinds-apathetic_n_4297276.html?utm_hp_ref=healthy-living&ir=Healthy+Living
A despeito das conclusões dos pesquisadores sobre alguns benefícios do tédio, vamos combinar que o melhor é não senti-lo. E como conseguir isso?
Resposta óbvia: viver a vida ao invés de somente passar por ela. O ser humano acostumou-se a viver no piloto automático a maior parte do tempo. Repete diariamente, desde o levantar da cama, rotinas insignificantes, faz coisas sem prestar atenção, pensa uma coisa, mas diz outra diferente, corre de um compromisso para outro sem se dar um tempo para pensar em si próprio, cumprimenta o vizinho distraidamente (quando o faz), esquece, ao sair, de dar um beijo no cônjuge ou nos filhos, envolve-se em rituais mecânicos e sem sentido (falar sobre o tempo, fofocar de colegas, etc.), enfim ... passa pela vida.
E, quando a vida está muito chata, arruma um drama para poder, finalmente, sentir alguma coisa.
Precisamos lembrar que somos seres sencientes, o sentir faz parte de nossa natureza e é o sentimento que nos faz desfrutar a vida. Pessoas que têm uma vida rica de sentimentos dificilmente sentirão tédio.
Pensem nisso e não esqueçam também de alimentar seus cérebros com “comidas nutritivas” (cérebro ocupado não dá lugar ao tédio). Troque o Facebook ou o Twitter por um bom livro.
Imagem: noticias.universia. com.br
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