Há dualidade entre a mente e o eu?
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Há dualidade entre a mente e o eu?


Existe dualidade entre o “eu”, a pessoa, o “ego”, e a mente? Certo, não existe. A mete, é o “eu”, o “ego”. O “ego”, o “eu”, é esse impulso de inveja, brutalidade, violência, essa falta de amor, essa busca perene de prestígio, posição, poder, essa luta para ser alguma cosia; e isso é o que a mente também está fazendo, não é? A mente está sempre a pensar em como progredir, adquirir mais segurança, uma posição melhor, mais conforto, mais riqueza, mais poder e tudo isso é o “eu”. A mente, portanto, é o “eu”; o “eu” não é uma coisa separada, embora gostemos de pensar que o seja, porque então a mente pode controlar o “eu”, procurar alterá-lo — jogo infantil da mente educada, “educada” no sentido errôneo que se costuma dar à palavra.

Assim, pois, a mente é o “eu”, esta mesma estrutura de aquisição. E o problema é: Como pode a mente libertar-se de si própria? Tende a bondade de seguir isto. Se a mente faz qualquer movimento para se libertar, ela é ainda “eu”, não achais?

Vejam: Eu e minha mente somos a mesma coisa; não há divisão entre mim e a minha mente. O “eu” que é invejoso, ambicioso, é a mesmíssima mente que diz “Não devo ser invejosa, devo ser nobre” — o que acontece é só que a mente dividiu a si mesma. Ora, se percebo isso, que devo fazer? Se a mente é produto do ambiente, da inveja, da avidez, de condicionamento, que lhe compete fazer? Sem dúvida, todo movimento que ela faça para se libertar, decorre desse condicionamento, não é exato? Estais compreendendo? Todo o movimento que a mente faz para se libertar de seu condicionamento, é ação do “eu”, que quer ser livre, a fim de ser mais feliz, ter mais paz, sertir-se mais perto da mão direita de Deus Pais. Mas eu percebo tudo isso, todos os movimentos e truques da mente. Por conseguinte, a minha mente está quieta, completamente tranquila, imóvel; e nesse silêncio, nessa tranquilidade encontramos a libertação do “eu” e da própria mente.

Por certo, o “eu” só tem existência no movimento da mente para obter alguma coisa ou evitar alguma coisa. Se não há movimento de obtenção ou evitação, a mente está tranquila. E só então nos é dada a possibilidade de ficar livres da totalidade da consciência, como “coletivo” e como oposto do coletivo.  
Jiddu Krishnamurti — Realização sem esforço  





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