LUZES DO MUNDO - FRIEDRICH NIETZSCHE
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LUZES DO MUNDO - FRIEDRICH NIETZSCHE






FRIEDRICH NIETZSCHE - O FILOSOFO VISIONÁRIO


Filósofo alemão, descendente de pastores protestantes, nasceu em 15 de Outubro de 1844, na cidade de Rocken, nas proximidades de Leipzig, na Prússia. Seu pai e seus avôs eram pastores protestantes. Friedrich Wilhelm Nietzsche teve muito desse espírito religioso durante a infância, e cogitava continuar a linhagem. Sua mãe era piedosa e puritana. Em 1849 perdeu o pai e o irmão quando Nietzsche tinha 5 anos, e Nietzsche foi criado pela sua mãe com sua avó, duas tias e uma irmã.


Mudou-se então para Naumburg, cidade às margens do rio Saale, onde cresceu, em companhia feminina: a mãe, a irmã, duas tias e a avó. Era uma criança feliz, aluno exemplar, dócil e leal. O zelo e mimo familiar fez com que ficasse um pouco deslocado, pois não gostava dos vizinhos, que armavam arapucas para passarinhos e bagunçavam. Preferia a calma do estudo, e os coleguinhas o chamavam de pequeno pastor, rejeitando maiores relações com ele. Lia a Bíblia, para si e para os outros.


Em 1858, Nietzsche conseguiu uma bolsa de estudos na escola de Pforta, onde havia estudado o filósofo romântico Fichte ( 1762-1814 ). Leu Schiller (1759- 1805) e Byron (1768-1824), escritor boêmio romântico que foi um dos gurus do romantismo. O Romantismo teve uma importância decisiva na juventude de Nietzsche, que mais tarde, na maturidade, criticou-o. Com essas leituras, e mais a influência de alguns professores, começou a se afastar do cristianismo.


Na adolescência estudou muito a bíblia, o latim, autores clássicos, grego e a cultura grega. Gostou muito de Platão e Ésquilo. Escreveu um trabalho escolar sobre Teógnis (século VI a. C). 
Saindo de Pforta, partiu então para Bonn, onde estudou filosofia e teologia. Junto com seus colegas, Nietzsche teve um período de orgias sensuais, e arriscou atuar nas artes masculinas de fumar e beber, abandonando-as em seguida por considera-las corruptoras da percepção e pensamento. 


Em 1867 é chamado para o serviço militar, mas teve um acidente quando montava a cavalo. Seus músculos peitorais se distendem.

Seu professor preferido, Ritschl, de cultura grega, o persuadiu a mudar para Leipzig e se dedicar a filologia. Ritschl considerava a filologia o estudo das instituições e pensamentos, e não só o estudo das formas literárias. Seguindo o mestre, Nietzsche completou seus estudos brilhantemente em Leipzig, e realizou estudos sobre Homero, Diógenes Laércio (século III) e Hesíodo (século VIII a. C). A partir desses estudos, aos 24 anos, foi nomeado professor de Filosofia Clássica em Basiléia e professor de filologia clássica da Universidade de Leipizig. Tinha vinte e quatro anos, e se interessava por música e poesia.


Queria viajar para Paris, mas o professor Ritschl, em 1869 lhe propôs o posto de professor e ele aceitou. Lá conheceu um dos únicos amigos cuja amizade durou até o fim, Overbeck, que era professor de teologia. Nietzsche ocupava-se com muito trabalho. Dá aulas sobre Ésquilo e palestras, como: "Sobre a personalidade de Homero", "O drama musical grego". Redige um texto, A origem e finalidade da tragédia. Alguns não concordam com Nietzsche, mas todos o consideram um jovem de futuro promissor.

Em 1870, acontece a guerra franco-prussiana e Nietzsche participa como enfermeiro do Exército, mas uma crise de difteria e disenteria impede o filósofo de continuar trabalhando. Essa doença pode ser a origem dos problemas de saúde que o atormentaram por toda a vida. Recupera-se lentamente afim de continuar suas atividades. Fica com a ideia de que o estado e a política são antagonistas. Ocorre a guerra civil da França, e queimam-se os arquivos do museu do Louvre (Paris). Nietzsche fica desesperado, pois considera um crime contra a cultura. Passa então, a realmente se interessar por filosofia. A partir daí, publica o seu primeiro livro, "O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música" (1871), obra que recebeu grande influência de Wagner e Schopenhauer.


Em 1872 Nietzsche voltou a Basiléia. Profere palestras. É polêmico, mas envolvente. Fala sobre a difusão da cultura na Alemanha. Defende a tese de que o ensino não deve ser apenas profissionalizante, mas capacitador do desenvolvimento das faculdades humanas. Desgostoso com o silêncio sobre o seu primeiro livro, afunda no trabalho e na reflexão. Lhe vêm a ideia de que a filosofia é o médico da civilização. A filosofia deve ser crítica, não passiva. Redige uns pedaços de "A filosofia na época trágica dos gregos".

Ainda em 1872 é publicado o "Nascimento da tragédia", que começa falando do drama musical grego, onde o dionisíaco se opõe ao apolíneo. O Deus Dionísio , do vinho e da festa, levava, em seus cultos, à experimentação dramática da existência. Os homens experimentavam a exacerbação dos sentidos, a vertigem e o excesso nos cultos ao Dionísio  o Baco dos romanos. A palavra bacanal deriva dessas festas em homenagem a Baco.


Com crises constantes de cefaleia  problemas de visão e dificuldade para se expressar, foi obrigado a interromper a sua carreira universitária por um ano, mas não deixou de escrever. Quando tentou retornar às atividades acadêmicas, enfrentou sérios problemas em suas cordas vocais que tornaram a sua fala quase inaudível.



Nietzsche não é um pensador sistemático. Não podemos fazer divisões rígidas de seu pensamento, e classificá-lo é difícil. Alguns estudiosos dividem a sua obra em três fases: 
Pessimismo romântico- (1869-1876) influência de Wagner e Schopenhauer. 
Positivismo cético- (1876-1881) período de rupturas. Influência do moralismo francês. Critica o caráter demasiado humano da filosofia e defende a liberdade de espírito.
Período de reconstrução- A fase de Zaratustra e da afirmação da vida.


Nietzsche escreve então um ensaio, Sobre verdade e mentira no sentido extra moral, no qual explora o lado gnosiológico,  de origem e fundamentação do conhecimento. O conhecimento é uma ilusão, a única relação do homem com o mundo possível é a estética. O conhecimento típico do homem, que assimila o mundo à sua  perspectiva. Existem os instrumentos do conhecimento (categorias e linguagem) e seu produto, o mundo percebido. Uma das perspectivas que aprecem em Nietzsche é noção de que o instinto da conservação da  espécie é a responsável por muitos atos. O conhecimento é útil à preservação da vida, e é também o  objetivo de todos os líderes religiosos.


O conhecimento não é transcendente, o homem é criador de seus valores. O homem interpreta e dá um sentido humano às coisas, o resultado é o mundo articulado. O conhecimento foi inventado em um minuto, em relação as cosmos, pelo homem. Foi um minuto mentiroso. A verdade é procurada para ser válida e comum e a linguagem dá as primeiras leis da verdade. A verdade e a mentira seriam relativas, válidas par o ponto de vista humano.

Em maio de 1878 lança "Humano, Demasiado humano", numa crítica aos valores. Seguem-se opiniões negativas e positivas. O livro é lançado em comemoração ao centenário da morte de Voltaire, em 1879, Nietzsche se aposenta da faculdade e ganha uma bolsa de 400 francos anuais por serviços prestados à cultura.
"Conheço meu destino. Um dia meu nome será ligado à lembrança de algo tremendo – uma crise como jamais houve na Terra, a mais profunda colisão de consciências, conjurada contra tudo o que até então foi acreditado, exigido e santificado. Onde vocês veem ideais, eu vejo apenas o que é humano, ah, demasiado humano”.
As palavras do filósofo Nietzsche – É considerada uma citação visionaria pelo conteúdo que expressa, visto a época que foi proferida. Nela, se traduz o processo natural da humanidade rumo à crise da fé religiosa que atravessava a Europa no final do século XIX. Nietzsche foi o primeiro filósofo a compreender que o que ele chamou de a “morte de Deus”, daria lugar a algo totalmente novo na história – a ideia de liberdade absoluta do homem, como última medida do universo.


Em 1879, quase cego, Nietzsche abandonou definitivamente a universidade, passando a dedicar-se exclusivamente à escrita. Neste período, editou seus principais livros, mas a fama somente chegou ao final do século 19, perto de sua morte. 

Em 1880 publica "O andarilho e sua sombra", em que se empenha “numa luta contra a moral da auto-renúncia”. Esse livro é o de um homem culto do século XIX, opinando sobre diversos assuntos em pequenas sessões. Faz crítica literária, artística, filosófica e até política. Vê a juventude com outros olhos. O jovem é um barril de pólvora , que pode se inflamar em torno de qualquer ideologia. Nesse sentido, acha o hegelianismo perigoso. A obediência aos costumes é moralidade. Os fracos governam, pois associaram-se e recriminam os fortes.


No final de abril de 1882, Nietzsche chega a Roma. Viajou em um cargueiro. Sua vida amorosa não foi das melhores. Foi recusado no pedido de casamento duas vezes. 

Na Sicília, Paul Rée e Malwida lhe escrevem , pedindo que conheça uma moça, Louise von Salomé, que russa, viajava pela Itália com a mãe. Era muito inteligente e tinha uma personalidade liberada, com comportamento e espírito idem. Ela se relaciona com Nietzsche, mas também gosta de Rilke e admira Freud. Em Roma se conheceram, e Nietzsche se apaixonou. Vão para a Suíça com Rée. Querem ter uma vida cultural, com muitas pesquisas em um grande centro, num projeto que chamam de Santa trindade. Nietzsche pede Louise em casamento e obtém nova recusa. Ela escreveu um livro sobre Nietzsche, em 1894. O trio se separa. Depois, voltam a ficar algumas semanas juntos. Nietzsche quer fazer de Louise uma discípula que continue seu pensamento.


Muito abatido com a rejeição por parte de Lou Andréas Salomé, jovem russa com quem pretendia se casar, o filósofo voltou a morar com a mãe e a irmã, sempre demonstrando solidão e sofrimento. 


Na última década de vida, Nietzsche começou a apresentar sinais de demência e a escrever cartas para muitas pessoas. Assinava seus textos como "Dionísio" e "O Crucificado". Internado na Basiléia, teve o diagnóstico de paralisia cerebral progressiva, que segundo os médicos, provavelmente foi causada pelo uso de drogas como ópio e haxixe, ingeridas pelo filosofo como auto-medicação. 
Os livros de Nietzsche fazem sucesso na virada do século, ele obtém reconhecimento, e seus livros dão dinheiro. Mas não adiantava mais, era tarde. No hospício, Nietzsche escreve "Minha irmã e eu", cuja autenticidade muito tem sido questionada. O filósofo morreu em 25 de agosto de 1900, sem recuperar a sua sanidade mental.

Individualismo e "vontade de poder" - "Assim falou Zaratustra" é um dos principais livros do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. No livro, o autor revela os ensinamentos de um filósofo (Zoroastro, no detalhe na pintura de Rafael) a respeito dos valores que o homem pode escolher para si e que podem ajudá-lo a desenvolver o seu máximo potencial.

Uma de suas obras mais conhecidas é "Assim falava Zaratustra". O livro narra os ensinamentos de um filósofo, Zaratustra, após a fundação do Zoroastrismo na antiga Pérsia. Baseado em episódios, as histórias do livro podem ser lidas em qualquer ordem. Outras obras importantes do filósofo são "Além do Bem e do Mal" (1886), "A Genealogia da Moral" (1887), "O Caso Wagner" (1888), "O Crepúsculo dos Ídolos" (1889) e "Os Ditirambos de Dionísio" (1891).


Depois da segunda guerra, houve uma retomada da interpretação de sua filosofia, em sua acepção original, não deturpada. Fez a crítica da modernidade, e seu bravo peito desbravou os horizontes possíveis com o artifício da linguagem, e não cedeu diante as adversidade, em sua vida incomum.

Os estudiosos em Nietzsche classificam a sua obra como uma crítica aos valores ocidentais, da tradição cristã e platônica. Desde seus primeiros textos, as idéias do filósofo grego Platão eram condenadas como decadentes. Ao mesmo tempo, o filósofo repudiava o cristianismo e o classificava como 'platonismo para o povo'. A sua proposta era o resgate de um super-homem criador, que ficasse além do bem e do mal.


ETERNO RETORNO:
Eterno Retorno é um conceito desenvolvido por Nietzsche, considerado por ele próprio um dos seus pensamentos mais aterrorizadores. Foi durante um passeio em 1881 que Nietzsche refletiu sobre os sentidos das vivências em alternâncias que se repetem. Embora em várias de suas obras encontramos pistas do que seria o Eterno Retorno, é na sua obra A Gaia Ciência (1882), um dos mais belos livros antes de Nietzsche sofrer das baixas de sua saúde, que ele nos brinda com a ideia mais nítida do que seria esse conceito:

“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!“ Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias:  “Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!” Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: “Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?”

























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