Miguel Angelo Laporta Nicolelis (São Paulo, 7 de março de 1961) é um médico e cientista brasileiro, considerado um dos vinte maiores cientistas do mundo no começo da década passada pela revista "Scientific American".
Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009. Miguel Nicolelis foi o primeiro cientista a receber no mesmo ano dois prêmios dos Institutos Nacionais de Saúde estadunidenses e o primeiro brasileiro a ter um artigo publicado na capa da revista Science.
Lidera um grupo de pesquisadores da área de Neurociência na Universidade Duke (Durham, Estados Unidos), no campo de fisiologia de órgãos e sistemas.
Seu objetivo é integrar o cérebro humano com máquinas (neuropróteses ou interfaces cérebro-máquina). Suas pesquisas desenvolvem próteses neurais para a reabilitação de pacientes que sofrem de paralisia corporal.
Nicolelis e sua equipe foram responsáveis pela descoberta de um sistema que possibilita a criação de braços robóticos controlados por meio de sinais cerebrais. O trabalho está na lista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) sobre as tecnologias que vão mudar o mundo.
Este trabalho teve recepção controversa pelos meios acadêmicos e científicos; ele é considerado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) como um dos fracassos tecnológicos de 2014.
Já The Verge, rede norte-americana de notícias on line, referência em ciência, tecnologia, arte e cultura, premiada cinco vezes pela International Academy of Digital Arts and Sciences, o descreve como um dos destaques científicos de 2014, sendo Miguel Nicolelis retratado como uma das 50 personalidades mundiais do ano.
Há mais de 20 anos o cientista estuda os princípios neurofisiológicos básicos que permitem que circuitos neurais de mamíferos produzam comportamentos deflagrados por estímulos sensoriais, motores e cognitivos.
Esse conhecimento tem possibilitado a evolução da tecnologia cérebro-máquina, um campo revolucionário, no qual Nicolelis é pioneiro.
Miguel Nicolelis também é o fundador e Diretor Científico de o Instituto Internacional de Neurociência Edmond e Lily Safra em Natal, no Rio Grande do Norte.
Suas pesquisas, ganhadoras de muitos prêmios, já foram publicadas nas revistas cientificas Nature, Science e Scientific American. Miguel foi o primeiro brasileiro a ter um artigo publicado na capa da revista Science. Seu trabalho também foi comentado nas revistas Newsweek, Time e Discover, assim como também em rede nacional e internacional de TV e outras meios de comunicação.
Embora nos últimos dez anos o Dr Miguel tenha sido reconhecido pelo seu estudo pioneiro em Interfaces Cérebro-Máquina (ICM) em primatas e pelo desenvolvimento de dispositivos neuroprostéticos para pacientes humanos , ele também desenvolveu uma abordagem integrativa no estudo de distúrbios neurológicos e psiquiátricos incluindo a doença de Parkinson, epilepsia, esquizofrenia e deficiência de atenção.
Miguel Nicolelis acredita que sua técnica científica irá permitir uma integração de dados moleculares, celulares, sistêmicos e comportamentais colhidos simultaneamente em cada animal e trará um entendimento completo da natureza de alterações neurofisiológicas associadas a estes distúrbios.
Hoje em dia, vários laboratórios de neurociência nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina incorporam seu paradigma experimental para estudar uma variedade de sistemas neuronais de mamíferos.
De fato, dois de seus livros de técnicas de registros com eletrodos múltiplos se tornaram as obras mais citados neste campo. A sua pesquisa tem influenciado pesquisas básicas e aplicadas em ciência de computação , robótica e engenharia biomédica. Esta abordagem multidisciplinar em pesquisa tem se tornado amplamente reconhecida na comunidade de a neurociência.
A pesquisa do Dr. Miguel foi reconhecida na Revisão do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) das Dez Melhores Tecnologias Emergentes. Ele foi nomeado entre os 50 líderes em tecnologia nos Estados Unidos pela revista Scientific American em 2004 e recebeu o prêmio “DARPA”(Agência de Projetos de Pesquisa Avançada do Departamento de Defesa) por dois anos por “excelência em atuação”.
O Dr. Miguel é membro da Academia Francesa de Ciência e da Academia Brasileira de Ciência e é autor de mais de 160 manuscritos, editou vários livros e volumes especiais de revistas científicas, e atualmente tem três patentes nos Estados Unidos.
O que vem chamando a atenção do mundo e da comunidade científica para os estudos de Miguel Nicolelis são as possibilidades abertas por eles, que incluem a devolução de movimentos a pacientes paraplégicos e tetraplégicos. Para chegar a esse objetivo foi necessário, antes, separar a mente do corpo.
No dia 12 de junho de 2014 Nicolelis e sua equipe realizaram a demonstração pública do exoesqueleto controlado pelo cérebro de um paciente paraplégico, na cerimônia de abertura da Copa do Mundo realizada no Brasil, colocando a ciência brasileira em evidência mundial.
"Isso é a coroação de um trabalho hercúleo realizado por mais de 100 profissionais de todo o planeta." - Miguel Nicolelis
Os testes vêm trazendo resultados surpreendentes: graças à movimentação que o exoesqueleto proporciona aos voluntários, Juliano Pinto (que se apresentou na abertura da copa) recuperou mais dois palmos de sensibilidade da medula espinhal. Já Sheila, outra voluntária voltou a mover as pernas, ainda que timidamente.
Por fim, Nicolelis revelou que ao aumentar a velocidade de movimento do exoesqueleto, os pacientes relatam terem desenvolvido uma “sensação” de que as próprias pernas estão se mexendo, e não que os comandos estão sendo realizados através de um hack no cérebro.
Nicolelis afirma que está sendo desenvolvido o próximo passo do programa "Andar de Novo", do qual o exoesqueleto faz parte. Lá, Nicolelis também desenvolve a chamada "internet de cérebros", que interligará "mente com mente" e não mais "máquina e mente", como acontece atualmente com o exoesqueleto.
Manifesto da Ciência Tropical
Em 23 de novembro de 2010, Nicolelis divulgou um documento de sua autoria intitulado Manifesto da Ciência Tropical : um novo paradigma para o uso democrático da ciência como agente efetivo de transformação social e econômica no Brasil.
Nele, sugere que o Brasil encontra-se diante de uma oportunidade única de potencializar seu desenvolvimento científico e educacional, através da cooperação entre ambos, e propõe quinze medidas necessárias para o país firmar-se como uma liderança mundial na produção e uso democratizante do conhecimento.
O documento repete a ênfase na descentralização da produção científica e na aproximação entre pesquisa e escola, seguindo o exemplo do Instituto Internacional de Neurociências de Natal.
Qual é o próximo passo? Comunicação cérebro-cérebro, que Nicolelis já demonstrou ser possível com ratos e macacos com suas mentes interligadas.
Pesquisa de Nicolelis faz com que macacos movimentem braços virtuais com força do cérebro
Em 2011, fez um macaco controlar um braço robótico apenas com o pensamento, feito inédito na história da ciência e que entrou na lista das tecnologias que irão mudar o mundo, elaborada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Como todo bom cientista ele não especula, mas acredita que no futuro interfaces físicas como teclados e mouses serão desnecessárias, sejam em trabalhos individuais ou colaborativos.
É assustador? Sem dúvida, mas quem está entrevado numa cadeira de rodas pode ter nessa pesquisa um feixe de esperança de um dia voltar a andar, e por tudo o que fez até agora Miguel Nicolelis mereceu com louvor todos os prêmios recebidos até hoje.
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