"O que faz você considerar-se uma pessoa? Sua identificação com o corpo. Esta personalidade individual irá durar? Ela durará apenas enquanto a identificação com o corpo permanecer. Mas uma vez que haja uma convicção firme de que você não é o corpo, essa individualidade é perdida.
É a coisa mais simples, assim que você tem essa convicção que você não é o corpo, automaticamente, instantaneamente, você se torna o total manifesto.
Assim que você abandona sua individualidade, você se torna a totalidade manifesta. Mas seu verdadeiro ser está além até mesmo disso que é a manifestação total. E você assume esta individualidade dentro desta manifestação total enquanto você está identificado com o corpo.
Quando não houver individualidade, o que você irá considerar ser esse que senta para meditar e o que irá considerar a meditação? Quando essa individualidade não está lá, quem medita e sobre o que? As pessoas falam muito livremente sobre meditação, mas o que realmente elas fazem? Elas usam a consciência para concentrarem-se em algo. Dhyana é quando este conhecimento, esta consciência de que eu sou, medita sobre si mesma e não em algo além de si mesma.
Quando você diz que precisa sentar para meditação, a primeira coisa a ser feita é entender é que não é a identificação com o corpo que está sentando para meditação, mas esse conhecimento “eu sou”, esta consciência, que está sentando em meditação e está meditando sobre si mesma.
Quando isso for firmemente entendido, então torna-se fácil. Quando esta consciência, esta presença consciente, mergulha em si mesma, o estado de Samadhi surge.
Quando esse Mana (o entendimento), Buddhi (inteligência), Chitta (Consciência individual), ou qualquer nome que seja usado, emerge nesse estado, então mesmo o conhecimento “eu estou meditando” se perde, ele também mergulha nesse estado.
Esse sentimento conceitual de que eu existo é que desaparece e submerge no próprio Ser. Então essa presença consciente também se funde naquele conhecimento, naquela existência – isso é Samadhi.
Aquele conhecimento revela-se e começa a ter conhecimento sobre tudo móvel e imóvel. E esse conhecimento começa a conhecer a si mesmo. E finalmente o que acontece? A presença consciente apenas permanece. Isto é, há apenas a presença consciente, não “eu” ou “você”, ou qualquer coisa. Eu repito: é a presença total; ou seja, a manifestação total – não eu, você ou nenhum indivíduo.
Esta consciência, que está dentro do corpo e que, portanto, enganosamente assumiu que ela é o corpo, gradualmente realiza sua natureza real, realiza que ela é apenas presença consciente sem nenhum aspecto individual inerente. Finalmente, ela considera-se a presença consciente da manifestação total, e toda individualidade é perdida.
Portanto, o que começa como egoísmo (no sentido individual, como identificação com o indivíduo) finalmente torna-se conhecimento do Ser, como sendo a Presença Consciente."