autoconhecimento
MENTE, CÉREBRO E CONSCIÊNCIA
Eis uma questão que vem atravessando séculos e escolas do pensamento. Seria a mente e, consequentemente a consciência, um epifenômeno cerebral?
Seria a consciência algo independente do cérebro, dessa forma, abrindo perspectivas de sobreviver à decomposição do cérebro pelo fenômeno da morte?
Escolas organicistas e espiritualistas se revesam ao longo do tempo na tentativa de chegar a uma resposta definitiva sobre o desafio.
Antigamente, considerava-se que o lar da consciência era o coração. Com a evolução da ciência, os estudiosos e neurocientistas acreditam que é no cérebro que está a “voz de nossa razão”. No entanto, mesmo atualmente, há uma parcela de novos cientistas que contestam essa informação. "O cérebro e a mente oferecem uma caixa de ferramentas, com ferramentas que são ótimas para a realização de tarefas práticas. Mas todo pensamento que existe e não tem utilidade prática é apenas uma história, e não têm realidade objetiva. Tudo isso que está ocorrendo entre suas orelhas não é a verdade, é apenas uma história conceptual. O que é você, sem estas histórias?" Adyashanti
Esse tema apesar de complexo é o começo de toda uma jornada espiritual e, por isso, clareza sobre ele é sempre desejável.
E quando não existe clareza ficamos suscetíveis a todo um conjunto de “viagens” espirituais, que nos colocam em círculos até entendermos qual a diferença entre mente e consciência.
Naturalmente, a concepção materialista se estrutura em cima da visão em que somos uma resposta bioquímica a ação cega de forças desencontradas, sendo que, as escolas psicológicas de cunho fisiológico descrevem as diversas problemáticas do universo psicológico humano associadas aos fatores eminentemente estruturais na matéria.
O apóstolo da ciência Sigmund Freud, embora sua contribuição inegável aos estudos da psique e de ter trazido respostas e conhecimento à respeito de muitos comportamentos do ser humano, não avançou na direção de certos desafios onde poderia oferecer, com o seu gênio, farta contribuição sobre a natureza da mente e a destinação do ser, se findando-se com a morte ou prosseguindo para além desta.
Jung, eminente discípulo de Freud, foi alem e, com todo respeito ao mestre, resolveu penetrar nas dimensões em que o pai da psicanálise estacou na soleira da porta.
Carl G. Jung não só nos legou a abordagem sobre os arquétipos, dilatando o estudo sobre o inconsciente humano, como enveredou por aspectos da paranormalidade.
Lhe chamou a atenção os fenômenos que se multiplicavam com o surgimento de diversos sensitivos e os estudo efetuados desde a metapsíquica de Charles Richet até os trabalhos altamente científicos de J. B. Rhine, o criador da parapsicologia.
Inquestionavelmente, Jung ficara impressionado com os casos estudados de precognição e vidência, alem das pesquisas no campo da telepatia.
Esses fenômenos instigaram a mente analítica do sábio e lhe abriram o senso de observação no que tange a possibilidade de outros horizontes ofertarem campo de entendimento alem do cartesianismo tradicional.
Jung experimentou em si mesmo a questão da memória extra física. É perfeitamente sabido o que viveu referente aos que espiritualistas chamam de viagem astral.
O próprio Jung descreveu esse momento e nunca escondeu que vivia alguma coisa do que já havia sido descrito por outros pesquisadores. A reencarnação foi alvo de seu interesse, muito embora Freud tenha tentado desencorajá-lo desse caminho.
Alem de alguns outros estudiosos da mente humana isoladamente terem adentrado nessas questões, desde a década de setenta que o mundo conheceu aquela que seria conhecida como a quarta força da psicologia: a psicologia transpessoal, tendo como seus mais reconhecidos criadores, os drs Stanislaf Groff e Maslow.
A abordagem da transpessoalidade procura olhar o ser humano como algo muito mais complexo, envolvendo a possibilidade da questão da consciência independente do cérebro e a ele sobrevivente, alem dos "poderes" da alma.
A não localidade da mente, também estudada por vários físicos quânticos, amplia a idéia sobre a vida e a nossa existência.
Cientistas do quilate de Amit Goswami ou de um Fred Wolf enveredam cada vez mais na convicção que a consciência não seria um sub produto do cérebro e sim a força que utilizaria esse cérebro para se manifestar, inclusive, sendo responsável pela sua sustentação.
Ao invés de ser um efeito, a consciência seria a causa, o elemento organizador e que não estaria restrita a agir apenas enquanto enclausurada no cérebro.
Para estes pesquisadores, a visão à distância, a telecinesia e a telepatia demonstram recursos da mente destacando-se das grades sensoriais do cérebro.
Outro campo que tem ampliado os estudos à respeito são aqueles relacionados a EQM ( estudos de quase morte). A avalanche de casos em todo o mundo dessa natureza e que abrem desafios para os explicar adequadamente, indica que algo se manifesta na criatura demonstrando lucidez e inteligência, muito embora com o cérebro destroçado ou sem oxigenação.
Apesar do impacto existencial e espiritual destas experiências nas pessoas que as vivenciaram e em muitas que as pesquisaram (Moody, Ross, Lommel, Fenwick, etc) a interpretação de que a consciência não se reduz ao cérebro e que, portanto, pode sobreviver à crise da morte não é aceita (ao menos abertamente) pela maioria dos cientistas.
Para os espíritas, já há o conhecimento de que o cérebro é o instrumento que a consciência imortal utiliza enquanto na carne. A memória mais profunda pertence a alma, sendo que, enquanto estamos encarnados, a condição do cérebro é decisiva para a boa manifestação dessa mente.
Conforme Allan Kardec nos aponta na sua obra "A Gênese", o espírito reencarnado encontra-se atrelado ao corpo físico célula à célula, dessa maneira promovendo estreita vinculação entre os implementos orgânicos e a alma.
O espírito encarnado, no entanto, não se encontra totalmente encerrado à matéria como numa prisão inexpugnável.
Existem possibilidades dele se evadir do "calabouço" físico em alguns instantes, devolvendo-o à sua natureza e, até, à sua pátria de origem. São os chamados estados de emancipação da alma, via o sono físico, ou mesmo os casos citados anteriormente de natureza paranormal, de sonambulismo, viagem astral ou visão à distância.
Todas estas circunstâncias indicariam que, embora o cérebro seja elemento importantíssimo para o ser humano, óbvio, ele não seria o fator causal da consciência já que são inúmeras as demonstrações de que esta se manifesta sem ele.
Os cientistas especulam que a consciência humana pode funcionar independentemente do cérebro, que utiliza-o como um instrumento para expressar pensamentos, da mesma forma que um aparelho de televisão converte o sinal que vem através do ar em imagens e sons.
A não ser que se enverede, como defendem alguns organicistas, para o quase miraculoso e sobrenatural, dando ao cérebro o poder de ler à distância, enxergar sem os olhos e, até, parar de funcionar e, ainda assim, registrar e pensar sem imputar a existência de algo para alem da matéria, como nos casos de EQM, não há como, nesses novos tempos da civilização, acreditar que a consciência esteja restrita à matéria, especificamente ao cérebro.
O amor e a saudade, a paixão e os sentimentos, o refletir e o construir teoremas não são resultantes de um quimismo cerebral, por mais complexo que o seja.
São esses fatores que desencadeiam o quimismo e não este que produz sentimentos e idéias.
Em síntese, é para este ângulo do ser humano que apontam as pesquisas desde o século 19 aos dias atuais, no âmbito da psicologia transpessoal, da física mais moderna, e da parapsicologia, alem, claro, dos experimentos espiritistas, sobejamente encontrados em profusão por aí.
Fonte:http://fredericomenezes.blogspot.com.br/2013/08/mente-e-cerebro.htmlhttps://www.epochtimes.com.br/pode-consciencia-funcionar-independentemente-cerebro/#.VshqnvlViko
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