A mente prega a diferença entre todos – raça, idade, nacionalidade, religião, classe social – mas proponho que experimentem uma conversa aberta com os aparentemente diferentes e descubra que esta é uma noção mal investigada. Aproxime-se e veja que todos têm as mesmas dores e os mesmos prazeres, não tem diferença nenhuma; muda o idioma mas a mente continua a mesma.
Aliás, a mente é universal.
É por isso que estamos nos dedicando a olhar para dentro, porque voltar-se para dentro aniquila todas as idéias, ficando simplesmente você.
Mas você se perde querendo ser reconhecido como alguém que fez algo grandioso, enquanto só consegue fazer as mesmas pequenas coisas, passageiras e insatisfatórias, absolutamente igual a todos.
Note que é a mente que projeta os grandes acontecimentos, é o pequeno eu que quer mais e mais, e é exatamente isso que te impossibilita de realizar aquilo que realmente importa.Esteja alerta e veja que, pousado no agora, não é possível encontrar opequeno eu. Mas fique atento, vigilância é necessária, porque ele fica à espreita de um mínimo movimento seu em direção ao lado de fora, para tomar seu lugar no palco.
Vivendo com os pés plantados no agora, chegará o momento em que todas as suas tristezas e infelicidade serão vistas como uma ingratidão abismal. Em algum momento você terá que se dar conta de que nada lhe falta. Esse é o incansável convite do agora: olhe para dentro e veja o que é que está lhe faltando.
Qualquer coisa que apareça como um desejo para este momento retrata uma briga com o agora. Aceite tudo aquilo que você tem e veja o mistério que você é.
Se existe em algum lugar a ideia de que o acúmulo o fará feliz, temo dizer que você não é capaz de ser feliz consigo mesmo. Reconheça a mágica de ver, ouvir e sentir e acesse essa possibilidade como uma graça, como uma dádiva. Definitivamente não há uma prece para isso.