A meditação é como preparar a terra para uma roseira: a oração é como uma rosa. Primeiro você deve preparar a terra, deve remover as ervas daninhas, deve mudar o solo, deve jogar fora todas as pedras.
A meditação prepara o terreno. E só em um terreno preparado você poderá plantar as rosas. Caso contrário, as ervas daninhas infestarão suas rosas e as ervas daninhas explorarão todo o solo e não sobrará muito para as rosas, elas serão rosas minguadas. E, se houver pedras no chão, o crescimento das rosas será retardado.
Primeiro prepare o terreno, então a oração acontecerá naturalmente. A oração é algo que você não pode fazer. A meditação é algo que você pode fazer porque tem algo a ver com sua mente. É a sua mente, você pode fazer algo com ela.
A oração tem algo a ver com Deus. Deus está além, muito distante, não se sabe onde. Qual é o seu endereço? Qual é o seu nome? Para onde enviar essas orações? Assim, você pode seguir rezando para céus vazios e, bem lá no fundo, você sabe que tudo isso é fútil. Mas pode ser... talvez funcione, talvez não funcione, mas não custa nada e, então, continua a rezar.
Primeiro prepare a si mesmo na meditação. A meditação significa um silêncio sem pensamentos, uma consciência sem pensamentos, paz. Quando aquela paz estiver ali, um dia a oração irrompe de repente. Você simplesmente vê um botão abrindo em seu ser, seu coração se torna uma flor e há muita fragrância.
Essa fragrância é a oração. Você se inclina. Agora Deus não está mais muito distante, ele está muito perto — você é atravessado por sua floração.
Osho, em "A Revolução: Conversas Sobre Kabir"