Esta história é antiiiiiga...! Mas vamos lá. Nesta exposição vou colocar alguns pontos para serem motivo de reflexão e, ... quem sabe, ajudar algumas a tomarem as rédeas de suas vidas como seres autônomos e com todo o direito às vantagens que até agora somente os homens tiveram.
O patriarcado é antigo. As primeiras evidências dele já constam da Bíblia e de outros registros até anteriores a este. Quando começou eu não sei, por mais que já tenha pesquisado a respeito, mas talvez tenha sido uma revanche dos homens ao matriarcado, se é que tal coisa existiu. As lendas falam sobre ele: mulheres que dominavam, governavam e usavam os homens somente como machos para reprodução. Tenho comigo que toda lenda tem seu fundo de verdade, mas realmente não posso afirmar nada sobre este assunto.
Tenha sido ou não uma revolta contra o poderio das mulheres, o fato é que num determinado momento da história humana o patriarcado se estabeleceu e a mulher passou a ser considerada um ser inferior ao homem e que lhe devia obediência e submissão.
Para aquelas pessoas que só leem a Bíblia, que fique claro que isso aconteceu bem antes dela ter sido escrita e nada, absolutamente nada, tem a ver com o pseudo fato de ter sido Eva a ter comido a maçã. rsrs
Desconfio fortemente que os seres do sexo masculino cedo se deram conta do poder da mulher por serem geradoras de vida (todos acreditavam que só a mulher era a responsável pela vida que carregava em seu ventre, claro que a certa altura notaram que precisava haver o acasalamento, mas a participação do homem continuou por um bom tempo sendo um mistério para os povos antigos).
Reflitam comigo: as mulheres não só carregavam bebês em seu ventre, mas também a cada mês sangravam, sem estarem feridas, e continuavam sua vidinha do dia a dia como se nada estivesse acontecendo. Que raios de ser era esse tão espantoso e resiliente? Acho que devia ser assim que pensavam. rsrs
Desde a antiguidade, em algumas culturas, as mulheres tiveram uma situação mais amena e também surgiram algumas que se destacaram, seja pela inteligência, astúcia e/ou poder. No Egito, na 18ª dinastia, houve um faraó feminino (Hatshepsut)
Posteriormente, na Grécia, sabe-se de uma renomada poetisa – Safo; na antiga Roma mulheres poderosas como Agripina e Messalina (esposas do imperador Claudius). Sem falar da mais famosa: Cleópatra, rainha do Egito.
Apesar do domínio masculino essas mulheres e outras conseguiram se impor ao invés de se submeter.
Em tempos mais recentes encontramos algumas rainhas famosas por estabelecer seu lugar de direito com suas personalidades marcantes. E as mulheres do povo, as plebeias? Ah, essas coitadas sempre foram submetidas e se submeteram,
E quanto aos dias atuais, por que as mulheres continuam em posição inferior ao homem? Minha teoria é que o homem se sente inferior à mulher num ponto chave: o sexo. O coitadinho do Freud dizia que a mulher tem inveja do pênis (foi uma ótima racionalização que ele encontrou para seus próprios problemas), mas na verdade eu acho que o homem é que tem inveja da mulher por dois motivos: 1) ela pode carregar a vida dentro de si e 2), no mesmo período de tempo, enquanto o homem tem um orgasmo a mulher pode ter dez ou mais. Fisiologicamente eles já nasceram prejudicados no assunto. rsrs Diz o ditado que a melhor defesa é o ataque, portanto o patriarcado continua atuante para se defender das “perigosas” e “superiores” mulheres.
No lado ocidental do planeta também temos de levar em conta o fator religião como determinante da crença na posição inferior e perigosa da mulher. Todas nós carregamos em nosso DNA a crença de que somos pérfidas, dissimuladas e perigosas porque podemos fazer pacto com o “diabo”. Existe um livro que esclarece bem este assunto: O Martelo das Feiticeiras ou Malleus Maleficarum. Escrito na Idade Média, relata como a mulher era vista pela igreja e todos os horrores que fizeram com as chamadas “bruxas” da época.
Nós todas herdamos esses conceitos distorcidos, claro que não são conscientes, mas com certeza atuam brilhantemente para nos fazer sentir inferiores e carentes da “proteção” masculina. Resultado concreto? Mulheres que sofrem diariamente a violência masculina, seja psicológica ou física, seja em casa ou no trabalho.
Portanto, meninas leitoras, o primeiro passo para declarar seu “grito do Ipiranga” é tomar consciência de que vocês têm em seu inconsciente crenças destrutivas e limitadoras que vem dos tempos antigos. Com este conhecimento, vocês então comecem a refletir se estão se deixando subjugar por elas ou não.
Todo conteúdo inconsciente atua no nosso comportamento de forma sutil, precisamos estar muito atentos para detectá-los, fazendo autoanálise constante, e a partir daí nos livrarmos deles.
Quanto mais ignorante e atrasada é uma cultura, mais a mulher é oprimida e submetida à violência do macho. Numa escala de zero a dez, quanto a este quesito, qual vocês acham que seria a pontuação de nosso país?
Imagem: eluscohen.zip.net
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