O que significa não-mente? É difícil compreender isso. Às vezes, sem saber, você se depara com ela, mas pode não a reconhecer. Às vezes, apenas sentado de maneira normal, sem nada fazer, não há pensamento na mente — porque a mente é a penas o processo de pensar. Ela não é uma substância, mas apenas uma procissão. Você está aqui neste auditório onde estou falando. Posso dizer que uma multidão está aqui, mas existe realmente algo como uma multidão? Uma multidão é substancial ou existem somente indivíduos aqui? Aos poucos os indivíduos irão embora; então, sobrará alguma multidão? Quando os indivíduos se forem, não haverá multidão.
A mente é como uma multidão; os pensamentos são os indivíduos. E porque os pensamentos estão continuamente presentes, você acha que o processo é substancial. Abandone cada pensamento individual e, no final, nada sobrará.
Não existe mente como tal, somente o pensar.
Os pensamentos estão se movendo tão rápido que, entre dois pensamentos, o intervalo não pode ser percebido. Mas o intervalo está sempre presente. Esse intervalo é você… Quando a mente não está presente, quem é você(…)?… E que estado é esse? Você está num estado iluminado de mente? Se você acha que está num estado iluminado de mente, isso novamente é um pensamento, e, quando o pensamento está presente, você não está presente. Se você sentir que é um buda, isso é um pensamento. A mente entrou em cena; agora o processo de pensar está presente e de novo o céu está anuviado e o azul encoberto. Você não pode mais perceber o azul infinito.
Entre dois pensamentos, tente ficar alerta — examine o intervalo, o espaço entre eles. Você não perceberá nenhuma mente, e essa é a sua natureza. Porque os pensamentos vêm e vão — eles são ocasionais —, mas esse espaço interior sempre permanece. Você é o céu.
(…) Esta é a definição da consciência, do atma, do Ser: o céu que está sempre presente. Tudo o que vem e vai é irrelevante; não se perturbe por isso, é apenas fumaça. O céu eternamente permanece nunca muda, nunca fica diferente. Entre dois pensamentos, mergulhe aí; entre dois pensamentos, ele está sempre presente. Examine-o e, repentinamente, perceberá que está na não-mente.
OSHO