"Quando o barulho vier, você pode simplesmente observar e ver que o que quer que seja que esteja acontecendo não é você. Essa visão só é possível com os olhos pautados no Silêncio.
Se há algo a ser feito, faça. Se existe solução para um problema, solucione. Se o problema não tem solução, você não tem um problema. Ficando sob a chuva sem guarda-chuva você se molhará, mas existe a possibilidade de secar-se na sequência – de nenhuma maneira você deve ocupar-se com este problema.
Da mesma forma, não considere a descoberta de quem você é um problema. Não há resposta a ser procurada. Pergunte-se: “Quem sou eu?” Mas saiba que essa questão é somente um dispositivo que aponta para uma visão, uma realização.
Diante da pergunta, você olha imediatamente para Aquilo que você é, sem passar por nenhum pensamento ou sentimento. Essa pergunta provoca a experiência da não experiência.
Aquilo que você é, existe embaixo de tudo o que acontece na assim chamada “periferia”. Você não pode ser percebido com a sua mente ou seu corpo, pois você é aquele que transcende o corpo e a mente. O “Eu sou” é uma manifestação da Consciência em repouso. Não existe um “como” e muito menos uma meta. Eu repito: a pergunta aponta para uma visão. Há um momento em que também a pergunta deve ser largada.
Todas as manifestações vêm da Consciência. As manifestações são ondas e o Ser, a Consciência, é o oceano.
Essa é uma boa metáfora, apenas para ilustrar o que estou dizendo. Mas a verdade é que a Consciência não tem forma, não tem limite... Ela é completamente indefinível.
O Ser não vem, nem vai – Ele é a única coisa que permanece.
O Ser não se move nem faz barulho... Ele é pura observação vinda de lugar nenhum.