UM OLHAR SOBRE A GNOSE
autoconhecimento

UM OLHAR SOBRE A GNOSE



UM  OLHAR SOBRE A GNOSE


O termo gnose deriva do termo grego "gnosis" que significa "conhecimento".  É um fenômeno de conhecimento espiritual vivenciado pelos gnósticos (cristãos primitivos sectários do gnosticismo). 

Para os gnósticos, gnose é um conhecimento que faz parte da essência humana. Diferente do conhecimento teórico e conceitual, o conhecimento gnóstico é aquele adquirido pela experiência individual, direta e transcendente. 

É um conhecimento intuitivo a respeito da natureza de Deus e de seus Mistérios, de ordem totalmente diferente daqueles conhecimentos sobre os aspectos do mundo material, obtidos e elaborados através de processos racionais e especulativos.

Gnose é o caminho que pode guiar à iluminação mística através do conhecimento vivenciado pela própria pessoa. 

A existência de um Deus transcendente não é questionada pelos gnósticos, pelo contrário, veem no conhecimento divino um caminho para atingir um conhecimento mais profundo da realidade do mundo.

O gnosticismo cristão designa um conjunto de crenças de natureza filosófica e religiosa cujo princípio básico assenta na ideia de que há em cada homem uma essência imortal que transcende o próprio homem.


Uma vez que todo ser humano é capaz de adquirir esta gnosis mediante determinados processos e princípios fundamentais, ela é universal e eterna, tendo sido alcançada por indivíduos iluminados de todas as épocas e todas as culturas. 

Em todas as civilizações, os princípios fundamentais da Gnosis têm sido estudados e praticados por círculos esotéricos ou Escolas de Mistérios, bem como difundidos de maneira simbólica e ritualística através das formas religiosas populares ou exotéricas.

O estudo das religiões comparadas demonstra que todas as formas religiosas, em seus aspectos exotéricos e esotéricos, derivam da experiência da Gnosis. O conhecimento dos Mistérios Divinos foi buscado e cultivado nas pirâmides do Antigo Egito, nos ensinamentos metafísicos e psicológicos da Índia e da China, nos templos dos deuses da Roma Antiga e da Grécia Clássica, entre as ricas Mitologias dos Povos Celtas, Nórdicos e Germânicos, nos pátios empedrados dos Maias, Astecas e Incas e no Hermetismo clássico e medieval, expresso através da Astrologia, da Alquimia e da Cabala.



Historicamente a Gnosis tem sido considerada como um fenômeno exclusivo do movimento religioso surgido há cerca de dois milênios, chamado Gnosticismo. 

Esta atitude conceitual impôs limites à compreensão tanto da Gnosis como do Gnosticismo, já que confinou tais termos a uma determinada latitude e a uma época específica. Além disso, a visão do Gnosticismo como heresia cristã obstrui a clareza de percepção da Gnosis eterna e universal.

Nos dias atuais, a Gnosis se manifesta através de um novo Gnosticismo, uma nova forma gnóstica dotada de uma linguagem renovada e atual, ao mesmo tempo em que preserva os fundamentos das tradições antigas.

Quando a desenvolvemos, podemos entender o que acontece em nosso interior: os nossos pensamento, emoções, o porquê das nossas ações, a origem dos nossos sentimentos e crises. Por consequência, compreendemos o verdadeiro sentido da vida e desfrutamos do maravilhoso dom que é viver. 

Todo conhecimento humano foi trazido ao mundo através de homens e mulheres que fizeram esse grão (essa essência) brotar. 

Nas diferentes áreas do conhecimento, seja arte, ciência, filosofia ou religião, tudo que a humanidade conhece e o que ainda há de conhecer, foi trazido à luz graças ao trabalho de indivíduos que souberam despertar as suas potencialidades, integrando sua consciência com essa força superior.  E diz-se que essas quatro divisões do conhecimento humano – ciência, arte, filosofia e religião – são também os quatro princípios ou pilares sobre os quais repousa o método para que cada um encontre a sua Gnosis. 

Porém para entender isso, precisamos transcender a forma convencional como estamos acostumados a ver estes quatro aspectos e enxergá-los como princípios eternos que precisam despertar dentro de nós. Como princípios, são as mesmas forças primitivas da natureza que, quando combinadas, dão origem a todos os processos químicos, físicos e biológicos que conhecemos. 




Filosofia 

A filosofia é a capacidade de buscar respostas. E ao mesmo tempo, também é o resultado dessa busca, que é a compreensão. 

Na natureza, corresponde ao vento que dissemina todas as coisas e faz com que elas se combinem para que a vida floresça. Aplicado ao homem, corresponde à capacidade de reflexão, que é a mola propulsora da ciência, da arte e da religião. Não existiria conhecimento se não fosse a filosofia. Através da reflexão, buscamos compreender os princípios que se expressam na natureza sob inúmeras formas. Disso advém o fenômeno transformador da compreensão.


Ciência

Gnose como ciência é investigação, comprovação. Nos ensina os métodos científicos através dos quais podemos estudar os mistérios da vida e da morte e vivenciar por si mesmo as leis que regem a natureza e conhecer as outras dimensões.

A ciência é a base concreta da experiência da verdade, da realidade. O verdadeiro espírito gnóstico é completamente científico e isso significa ser um amante da verdade e não apenas um adorador de crenças. Os sábios da antiguidade apoiavam suas descobertas à base de muita observação e meditação sobre os fenômenos, para que pudessem conhecê-los por dentro e por fora. 

Dessa forma, desenvolvemos uma capacidade de intuir os princípios pro trás das formas e conhecer sua verdade intrínseca. Na natureza, a ciência está relacionada à terra firme, à experiência concreta. No homem, corresponde à sua capacidade de empreender, à ação de comprovar por si mesmo. 

Arte 

Existem centenas ou até infinitas expressões da arte, então como conciliar todas elas em uma só coisa, para poder definir o que é a arte? 

Se analisarmos, a arte se reduz ao processo de transformação de algo que estava em estado bruto. Seja uma tela em branco em uma paisagem, uma pedra bruta em uma escultura ou sons que ordenados adequadamente se transformam em uma melodia, etc. Transformação. 

Essa é a essência da arte. E da mesma forma que o artista trabalha em sua obra prima, cada indivíduo deve trabalhar em seu interior. Cada indivíduo é semelhante a um diamante em estado bruto que precisa ser lapidado e depois polido, para que então o seu brilho apareça. 

Na natureza, quem opera em contínua transformação é o fogo; nos homens, esse fogo são as emoções, ou seja, a força que quando não trabalhada, se torna aquilo que destrói tudo ao redor, mas que quando sabiamente dominada permite temperar os metais e trabalhar na transformação de todos os demais elementos que carregamos dentro, sublimando-os em potencial criativo, transformador. 

Quando aprendemos a transformar as emoções negativas, conseguimos a superação de complexos, debilidades e paradigmas, pois é sobre as emoções que estão os valores interiores. 


Religião (mística) 

A religiosidade é uma das maiores necessidades humanas. Por isso não é raro encontrarmos pessoas que buscam essa conexão através da realização de alguma outra coisa, pois aquilo se torna o substituto da sua religiosidade. Se fizermos um estudo comparativo das grandes religiões, descobriremos que todas elas descansam sobre os mesmos pilares.

RELIGIÃO provém do termo "RELIGARE", ou seja, o objetivo fundamental de todo princípio religioso é "re-ligar-se", voltar a se unir com sua própria Divindade, regressar ao ponto de partida original, ao SER da filosofia experimental.

Como mística a gnose tem os elementos práticos, como a meditação, que nos proporcionará voltar a nos unir com as partes mais elevadas do nosso Ser, nos tornando uno com a divindade. 

Religião ou espiritualidade é um estado de consciência, de integração com a vida que é Deus e para isso nem sempre existe a necessidade de alguma ideologia ou crença, mas sim aprender a perceber essa presença e essa conexão que temos com tudo que é vivo. 

Na natureza, a religião está no elemento integrador, na água, origem de toda vida e fonte de sua perpétua renovação.


Gnosticismo Antigo

“Gnose” significa conhecimento superior. Trata-se de uma sabedoria que existe no universo e no interior de cada um de nós. Este conhecimento é tão antigo quanto a própria humanidade. As antigas civilizações Maias Astecas, e Incas, praticavam a Gnose.

Há cerca de dois milênios atrás, surgiu um poderoso movimento religioso, dotado de uma rica estrutura mitológica e de um sistema filosófico revolucionário, que desafiou por séculos a hegemonia do Cristianismo, a qual viria a ser a futura religião predominante no mundo.

Espalhado por uma extensa região que contorna o Mar Mediterrâneo, este movimento é nos dias de hoje chamado de Gnosticismo, e enquanto muitos o consideram uma fé esquecida, ele se encontra atualmente mais forte do que nunca.

O estudo dos princípios fundamentais desta versão clássica do Gnosticismo permite entrever elementos metafísicos, míticos e teológicos que são comuns a grandes tradições filosóficas e religiosas do mundo.


Em especial, estes elementos são mais visíveis no Budismo, no Hinduísmo, no Judaísmo e no Helenismo. Não por isso deve o Gnosticismo ser enxergado como um sincretismo religioso, mas sim como uma expressão refinada da síntese religiosa, chamada Gnosis.

Enquanto movimento religioso, o Gnosticismo pode ser entendido como um conjunto de sistemas que, apesar de suas diferenças de formatação, compartilham um certo número de princípios essenciais que os fazem ser gnósticos.
Desde os primórdios, o Gnosticismo nunca se caracterizou pela existência de uma hierarquia eclesiástica centralizadora, o que favorecia a sua pluralidade ritualística e doutrinária, mas aumentava a sua vulnerabilidade contra os diversos ataques recebidos de seus detratores.

Os diferentes sistemas que compõem o Gnosticismo Antigo ensinam fundamentalmente a mesma coisa. Em princípio, qualquer ser humano é capaz de, mediante a experiência da Gnosis, caminhar rumo à sua Salvação.

Os gnósticos entendiam que o desenvolvimento espiritual não era determinado por um vínculo eclesiástico ou institucional, sendo de inteira responsabilidade do indivíduo.

A experiência da Gnosis levava o indivíduo a perceber o caráter ilusório do mundo em que vivia, sem que para isso tivesse que rejeitá-lo ou abominá-lo. Uma vez que alcançasse este estágio de despertar de sua consciência, empreenderia esforços para reverter sua ignorância e corrigir seus defeitos anímicos, que tanta dor e sofrimento lhe causaram.

O caminho de reversão desta ignorância estava radicado na experimentação contínua da Gnosis, um estado de consciência que estabelece a unidade entre o Criador e a Criatura, desfazendo lentamente as ilusões mentais e permitindo uma vida espiritual responsável, sem subterfúgios de qualquer espécie.

A experiência da Gnosis é um funcionalismo a alma humana, a qual, ao contrário da personalidade humana, não está condicionada pelos efeitos limitantes do tempo e do espaço. Por este motivo, é possível encontrar diferentes expressões da Gnosis nas mais diversas culturas e tradições espirituais.




Além das já mencionadas anteriormente, a Gnosis é a essência de todas as religiões, e seus princípios podem ser facilmente encontrados nos livros sagrados, nos símbolos e nos objetos, nos templos e nas construções, enfim, em todo instrumento que tenha servido para transmitir à humanidade, no norte e no sul, no leste e no oeste, um caminho de união definitiva da alma humana com o espírito divino. 

Neste encontro está a verdadeira sabedoria e, mais que isso, a autêntica felicidade.





Fonte:http://www.sgi.org.br/gnosticismo-antigo/
http://www.significados.com.br/gnose/
http://priscilapsicologa.blogspot.com.br/2014/05/o-que-e-gnose-e-gnosticismo-para-jung.html




- O Budismo Não É Uma Religião
Uma pergunta é feita com frequência: o budismo é uma religião ou uma filosofia?  Não importa como você o chama. O budismo permanece o que é independente do rótulo que você pode colocar. O rótulo não tem materialidade. Mesmo o rótulo...

- ManiqueÍsmo
O maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Maniqueu, filósofo cristão do século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito,...

- Ateus E Agnósticos
No cenário épico do embate entre religião e ciência vários termos surgem. Dentre tantos, é relevante considerarmos pelo menos alguns bem polêmicos, agnosticismo e ateísmo, que muitas vezes, confundem-se no senso comum. É bastante comum a confusão...

- As Sete Leis HermÉticas
Os Princípios da Verdade são Sete; aquele que os conhece perfeitamente possui a Chave Mágica, com a qual todas as Portas do Templo podem ser abertas completamente. (O Caibalion)  "O TODO é mente; o Universo é mental".  Nesse Princípio...

-
A noção de que seres alienígenas estão se intrometendo de forma negativa em nossa sociedade e nosso desenvolvimento não surgiu recentemente. Antigos textos gnósticos já se referiam à presença dos Arcontes em nosso sistema solar. Entrevista dada...



autoconhecimento








.