Aprendendo a meditar...
autoconhecimento

Aprendendo a meditar...



"Meditação é testemunho, este é o começo da meditação. E quando digo: Meditação é a não-mente, é a conclusão da peregrinação. Testemunhar é o começo e a não-mente é a conclusão. O testemunho é o método para alcançar a não-mente.

Deve-se começar por observar o corpo caminhando, sentado, trabalhando, comendo. Deve-se partir do mais concreto, porque é mais fácil. E então se deve passar a experiências mais sutis. Deve-se começar observando os pensamentos. Ao se tornar um perito em observar pensamentos comece a observar as sensações. Quando achar que pode observar as suas sensações comece a observar seus humores que são ainda mais sutis e mais vagos que as sensações.

O milagre de observar é que, conforme você observa os seus pensamentos, o observador vai ficando mais forte; observando suas emoções, o observador vai ficando ainda mais forte, e quando observar seus humores, o observador estará tão forte que pode permanecer sendo ele mesmo - observando a si mesmo como uma vela na noite escura, que não só ilumina tudo ao redor de si, mas também ilumina a si mesma.

Encontrar o observador na sua pureza é a maior realização na espiritualidade, porque o observador em você é a sua própria alma, a sua imortalidade. Mas nunca, nem por um único momento pense: "Eu entendo isso", porque esse é o momento em que você simplesmente deixa de entender.

Observar é um processo eterno; você continua a se aprofundar indefinidamente, cada vez mais, mas nunca chega a um fim em que possa dizer: "Eu entendo isso." Na verdade quanto mais você se aprofunda, mais se conscientiza de que entrou em um processo que é eterno - sem começo e sem fim.
Mas as pessoas só observam os outros, nunca se lembram de observar a si mesmas. Todo mundo realiza a observação mais superficial; o que as pessoas estão fazendo, o que estão usando, como é a aparência delas. Todo mundo observa - a observação não é algo novo a ser introduzido na sua vida . A observação precisa apenas ser aprofundada, desviada dos outros e apontada para suas próprias sensações internas, para seus pensamentos, humores e finalmente para o próprio observador. (...)

Use essa energia de observação para transformar o seu ser. Ela poderá lhe proporcionar tanta felicidade e tantos benefícios que você nem é capaz de imaginar. É simples, mas assim que começar a usá-la em si mesmo, ela se torna uma meditação.
Pode-se meditar sobre qualquer coisa. Qualquer coisa que o leve a tomar contato consigo mesmo é uma meditação. E é imensamente importante encontrar a sua própria forma de meditação, porque na própria busca você já encontrará uma grande alegria;
Como é uma descoberta sua, e não um ritual que lhe impuseram, você vai adorar se aprofundar nele. E quanto mais se aprofundar, mais se sentirá feliz, calmo, silencioso, centrado, dignificado, amável.

Todos vocês sabem observar, por isso não é necessário aprender, é preciso apenas mudar os objetos a serem observados, trazê-los mais para perto.
Observe seu corpo e você irá se surpreender. Posso mover minha mão sem observá-la e posso movê-la observando. Você não vai notar a diferença, mas eu sou capaz de sentir a diferença. Quando movo a mão observando, esse movimento adquire uma graça, uma beleza, uma paz e um silêncio especiais. Você pode caminhar observando cada passo e isso lhe trará todos os benefícios desse movimento como forma de exercício e lhe trará também o benefício de uma ótima e simples meditação.(...)

A observação afia a consciência. Essa é a religião essencial.
Mas você me pergunta: Há alguma coisa a fazer? Não, se você for capaz de apenas observar, não é preciso mais nada.(...)

A presença da luz já significa a ausência da escuridão e a ausência da luz é a presença da escuridão. A presença do observador, da testemunha, representa a ausência da mente e a ausência da testemunha, do observador é a presença da mente.(...)
No momento em que perceber que o observador está maduro, a mente se submeterá imediatamente como uma perfeita serva. Este é o estado de não-mente, você chegou em casa."
Osho em Meditação, primeira e última Liberdade.




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