FILME - O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
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FILME - O ESCAFANDRO E A BORBOLETA






Filme: O Escafandro e a Borboleta
Direção: Julian Schnabel
Elenco: Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze
Gênero: Drama , Biografia
Duração: 1h 52min
Sinopse:  Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, é editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. 
Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. 
Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória.


O Escafandro e a Borboleta é  uma adaptação do livro homônimo autobiográfico de Jean-Dominique Bauby, famoso editor da revista Elle francesa.  O filme narra a inacreditável história desse jornalista bem-sucedido, que, aos 43 anos de idade, sofreu um acidente vascular cerebral. 

O Escafandro e a Borboleta é um drama baseado em uma história real que mostra um pouco da vida de Jean-Dominique Bauby, um homem conceituado, talentoso, ativo e sedutor, que encontrou forças inimagináveis para superar seus problemas diante de uma doença estarrecedora. 

Bauby era um jornalista bem sucedido e redator chefe da revista francesa ElleEra divorciado e pai de três filhos e vivia em um mundo de ostentações, apreciando bons livros, bons pratos, carros luxuosos e mulheres bonitas. 



Porém, em dezembro de 1995, aos 43 anos de idade, enquanto passeava com seu filho mais velho, sofreu m Acidente Vascular Cerebral que causou uma drástica transformação em sua vida.

Após sofrer um derrame cerebral e passar semanas em coma entre a vida e a morte, Bauby despertou completamente paralisado, em  estado catatônico - porém, interiormente, estava lúcido e consciente. 

Jean-Do, como era chamado, desenvolveu uma síndrome rara, denominada síndrome do encarceramento ("Locked In" -"trancado dentro"), a qual deixou seu corpo totalmente paralisado. 



A única forma de comunicação de Bauby foi seu olho esquerdo (o direito acabou sendo costurado) e com ele ditou silenciosamente o livro "Le Scaphandre et le Papillon" para sua enfermeira. 

A história real de Jean-Dominic Bauby é diferente de outras tragédias por seu modelo de superação. Ele chegou a ditar um livro inteiro - as suas memórias, que dão nome ao filme - só de piscar.

Através de um piscar de olhos Jean se manifestava e mostrava que estava ali, consciente, vivo e dolorosamente ciente de sua condição, por mais que isto fosse difícil de externar. 

O filme tem início no momento em que Bauby acorda de seu coma. Ele está confuso e ainda não sabe de sua imobilidade e incapacidade de comunicação. 



Filmado boa parte em primeira pessoa, Schnabel nos coloca literalmente na pele do personagem, provocando uma sensação real e claustrofóbica, conturbada, com ângulos recortados, iluminação estourada, borrões e lampejos de uma pessoa que se tornara apenas uma consciência, a voz de sua cabeça.

E a genialidade do diretor emerge deste caos. Schnabel revela seu protagonista aos poucos, saindo de trás dos olhos do mesmo mas nunca focando sua fisionomia. 

Quando finalmente Bauby se encara de frente - e compreende aquele estado em sua totalidade -, o público já conhece profundamente o personagem. 

O que vem a seguir então são momentos da vida do homem. Passagens que exemplificam de maneira simbólica o tipo de pessoa que ele era antes do acidente.

A partir de então, Bauby tem de aprender a conviver naquele estado.

Com uma montagem impecável, a edição final é apenas um complemento de sequências minuciosamente planejadas, que se destacam pela criatividade de  suas  soluções simples e práticas. 





O roteiro de Ronald Harwood  toma como base o livro homônimo, e molda um personagem inesquecível, que se aproxima do público - principalmente - por sua coragem. O enredo é emocionante, você chora e ri com o Bauby, interpretado por Mathieu Amalric, que impressiona na atuação sensacional – mesmo ficando a maior parte do tempo sem falar e sentado,   sua expressão é magnífica .

O bem sucedido jornalista, que tinha tudo ao alcance das mãos, de repente se vê como um fardo, preso no pesado traje de mergulho que simbolicamente veste no isolado fundo do mar. Mas sua mente não fica encarcerada pelo corpo, ela continua livre... como uma borboleta.

Privado dos movimentos de seu corpo e da fala, Jean fez de seu olho esquerdo um canal com o mundo, a janela para a vida que ele usava para se manifestar. Ele, que apesar de imóvel conseguia sentir, ouvir e receber sinais externos o tempo todo,  ele que utilizou seus olhos para mostrar que os limites impostos pela vida podem e devem ser ultrapassados.

Jean-Do se mostra um lutador, que mesmo preso no seu corpo, um escafandro sufocante, conseguiu externar tudo que sentia. E tentava não se deixar levar pela tristeza, lembrando-se da beleza de viver através de cartas de amigos, memórias, gargalhadas e sorrisos de sua família.



No final, Jean-Dominique Bauby enfrentou a solidão e escreveu seu último capítulo com dignidade. Logo após isso, se livrou do escafandro que o prendia. O que havia desmoronado se reergueu, assim como as grossas camadas de gelo que retrocedem como por milagre na poética cena final.

É um filme francamente mais poético e menos choroso do que seus pares de gênero, mas quem não gosta de direção pesada pode se incomodar com a obra de Schnabel.

Já quem se conforta com demonstrações abertas de estilo -  pode até reconhecer que O Escafandro e a Borboleta é um filme sem igual.

A vida humana não é apenas um amontoado de fatos dentro de um contexto, onde nela está introduzido um sujeito. Ela perpassa abstrações que vão além, como esperança, perseverança e amor. 

E no filme, somos remetidos a questionamentos imensuráveis sobre o direito a vida, aos questionamentos ético/moral, a conduta da equipe médica e as relações que tecemos ao longo da vida. 















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