A “Doença” do Vazio
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A “Doença” do Vazio


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Criei esta expressão há alguns anos atrás após ter assistido a um filme que mostrava pessoas, vivendo nos dias atuais, perdidas, sentindo-se impotentes, perplexas e tristes com o a realidade que as rodeava.
Não é assim que vive uma boa parte da humanidade?
Após minha reflexão sobre o assunto, fiquei toda entusiasmada e resolvi escrever um livro. Comecei e ... parei no terceiro capítulo. Meu ascendente em Virgem (mania de perfeição) veio à tona a me dizer que não sou escritora, quando muito, escrevo razoavelmente, que sou muito telegráfica para escrever e não saberia “encher lingüiça”, que é o que dá interesse a qualquer livro.
Bom, mas isto aqui não é um livro, então vou procurar discorrer sobre o que chamo “doença do vazio”.
Esta doença sempre existiu, mas há épocas da história da humanidade em que ela aparece com mais força. Acredito que o Renascimento tem um tanto a ver com ela (sendo uma “seqüela” excelente), mais recentemente o período pré Segunda Guerra, depois durante alguns anos da Guerra Fria e agora – acho que começou após 1987 (ver Mudanças na Terra).
Então o que é a doença do vazio?
- E uma insatisfação difusa, como se faltasse alguma coisa, mas a pessoa não consegue perceber o que é. Um vazio .....
- Pode ser também uma tristeza (que pode virar depressiva) lá no fundo e que também a pessoa não consegue saber o porquê ou de onde ela vem.
- Muitas vezes se manifesta como a vontade de fazer alguma coisa. Qualquer coisa que tire a pessoa da rotina e da mesmice. Aqui, via de regra, a pessoa sai em busca de atividades diferentes, de preferência carregadas de adrenalina.
- Sensação ou crença de nada fazer sentido, de não haver propósito na vida. (pelo menos um que seja entendível).
- Para alguns a pergunta: “o que é que estou fazendo aqui” neste mundo insano e violento? Qual é a saída? “Parem o mundo que eu quero descer!”
Bem, os principais sintomas são estes. Para muitos, cabeçinhas pensantes, a doença se instala já na adolescência, para outros chega mais tarde. Para alguns chega após uma perda (morte) de um ser querido, para outros após perdas financeiras.
Esta “doença” tem conseqüências na vida das pessoas, às vezes até graves: alcoolismo, adição às drogas, vício do jogo são algumas.
Outras conseqüências:
- Trabalhar demais. Os chamados workaholics.
- Passar horas intermináveis na frente da TV.
- O mesmo em relação à internet.
- Participar de eventos frenéticos como festas rave, bailes funk ou shows de rock pauleira.
- Consumir exageradamente: as pessoas compram coisas que depois não usam.
Tudo isso são formas de preencher o Vazio. Enquanto a pessoa está envolvida com tais atividades ela não pensa. Não pensa no que está lhe faltando porque pensar nisso a torna triste ou infeliz ou deprimida.
Alguém já adivinhou o que é esse Vazio? O que está faltando?
Alguns acham que é a alma-gêmea. Não é. Isso não existe. Essa crença foi mais uma das muitas conclusões equivocadas a que chegou o pessoal da Nova Era.
O Vazio que sentimos dentro de nós é a falta que sentimos da Divindade.
Nós somos seres divinos. Temos a chama divina dentro de nós.O problema é que quando encarnamos aqui na Terra esquecemos quem somos: seres magnificentes.
Por que os homens inventaram deuses? Só para explicar raios e trovões? Ou a morte, esse implacável desconhecido? O que acontece depois da morte? Porque sentiram que certas situações não podiam controlar?
Talvez tudo isso, mas principalmente porque lá no fundo da “caixa preta” sempre soubemos que havia algo mais. Indefinível, indecifrável, mas presente. Algo como quando temos um nome na ponta da língua, mas não conseguimos lembrar. A gente sabe que está ali, só não vem à consciência.
Se assim não fosse, como se explica que cerca de 90% da população mundial, hoje, acredita num Ser Superior? Para manter-se na ilusão, como dizem os ateus, de que existe uma escapatória deste mundo violento, “injusto”, cruel, sem sentido?
Se, do ponto de vista deles, formos acreditar nesse deus das religiões, concordo com eles que é pura balela. Ilusão. A Divindade, contudo, não é esse ser antropomórfico que as religiões ensinam.
Como explicar os eventos de êxtase dos chamados santos da igreja católica? Esquizofrenia ou histeria? Alguns até pode ser, eu ou qualquer outro psicólogo não estava lá para avaliar, mas pelo que é conhecido das vidas de vários santos este argumento não se sustenta.
Como explicar os contatos com seres que já desencarnaram? Fato que já está pra lá de comprovado e que mostra haver um corpo intangível que sobrevive à morte.
Enfim, como dizia o mestre Shakespeare “há mais entre o céu e a Terra do que alcança nossa vã filosofia”. A cosmologia, cosmogonia, a própria vida ainda são um grande mistério para nós humanos. Temos muito que aprender ainda. Não podemos negar que algo existe só porque não o vemos ou tocamos.
O Vazio é produzido porque viemos da Fonte e aqui, desmemoriados, sentimos falta do contato com ela. Sentimos como se nos faltasse uma parte. Por que as pessoas procuram tanto a “outra metade da laranja”? É porque se sentem incompletas. Concordam?

Foto: http://emrota.com/2010/03/17/salar-de-uyuni/



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