A Primavera e a Grama - Osho
autoconhecimento

A Primavera e a Grama - Osho



"A primavera virá. Isso não depende se você está sentado em silencio ou não. Isso não depende de você; isso acontece por si mesmo. 

A grama segue crescendo, mas se você não estiver calmo em silencio você a perderá. Ela crescerá mas você não estará pronto para experimenta-la. A grama crescerá mas você não .

O sol nasce, a noite desaparece, mas a luz existe apenas para aqueles que tem olhos para ver, do contrário você permanecerá na escuridão. 
O sol está lá, a luz está lá, mas você não se banha na luz, você permanece o mesmo.

Toda a questão é se você está aberto ou fechado. O Silencio abre você: o ruído interno mantém você fechado para a existência, dentro e fora, ambos. O mundo lá fora é belo; o céu cheio de estrelas, as flores, pássaros cantando, as nuvens flutuando no céu, os rios, as montanhas. E o mundo interno é ainda mais belo, porque o exterior é uma expressão do interior e o interior e ainda mais vasto que o exterior.

O não manifesto é ilimitado, o manifesto é
sujeito ao limite. O não manifesto contém todas as possibilidades futuras ; o manifesto contém apenas aquilo que veio do passado. 
O não manifesto contém todo os universos que já aconteceram e que acontecerão. É claro que é infinitamente maior que o outro.

Entre os dois está a mente. Entre o interior e o exterior existe uma parede - uma muralha da China - de pensamentos , desejos, memórias, expectativas, frustrações. Tudo porque uma barreira constante de ruído permanece ali... 
cada memória precisa ser lembrada, cada desejo precisa ser realizado, cada imaginação força você a realizar, cada expectativa tortura você até que se realize. O ruído é grande; existe um imenso conflito. Os desejos são antagonistas entre si. (...)

Este caos não lhe permite experimentar toda a beleza que circula você, nem toda a beleza que existe dentro de você.; não te permite ver o arco íris no horizonte e nem permite a você ver a graça e a alegria , toda a verdade e beleza dentro de você - o reino de Deus está dentro de vós.

Certamente primavera virá, mas não para você. 
Você ainda não está pronto, você ainda não está lá. Você ainda está tão ocupado, tão atarefado, você não pode ver. Seus olhos estão cobertos 
com todos os seus desejos e pensamentos .

A grama certamente crescerá, porque a grama
está sentada em silencio fazendo nada - mas você não está sentado em silencio fazendo nada. Se você sentar em silencio fazendo nada você também crescerá.

É assim que a ignorância se transforma em iluminação: estar em silencio aqui e agora, apenas um momento de silencio e pausa... E você poderá ouvir o som dos pássaros e subitamente você sentirá o silencio. 
Não mais existirá centenas de sannyasins aqui; o Buddha hall está vazio, e este vazio é a grande experiência . 
Isto é o êxtase.

A primavera acontece subitamente - isso pode acontecer agora mesmo! Então nada irá distraí-lo. Este barulho do avião não será distração. 

Tudo acontece no seu silencio profundo, isso apenas define mais e mais o seu silencio profundo.

O ruído externo não é distração. Mas a mente
dentro continua em seu insano estado de distração.

Existem pessoas tolas que renunciam ao mundo em busca de silencio. O mundo não perturba; o que perturba é a mente - e eles não renunciam a 
mente. (...)

Eu não ensino a você a renunciar ao mundo. Eu ensino a você a renunciar a mente. E é isso que significa este belo ditado Zen:

Sentado em silencio fazendo nada,
A primavera chega e a grama cresce por si mesma..
Tudo isso é fruto do silencio absoluto. E é exatamente o significado da palavra Upanishad: sentado em silencio fazendo nada, ao lado de mestre - significa ao lado da primavera - a primavera o possui, o conduz como uma onda no mar.

Seu ser mais profundo não precisa se desenvolver; é sempre perfeito. Nenhum aprimoramento espiritual é necessário, precisa apenas ser descoberto. E o silencio leva você, faz com que você comece a descobri-lo. Este ruído é criado pela mente e você precisa descobrir profundamente .
Osho em I’m That, Talks on The Isha Upanishad.




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