Em tempos de eleição a gente vê, através dos meios de comunicação, diversos exemplos de cinismo totalmente explícito. E o pior é que não há punição para os cínicos de plantão, pois o cinismo não consta como delito nos nossos códigos jurídicos.
“O Cinismo foi uma escola filosófica grega criada por Antístenes, seguidor de Sócrates, aproximadamente no ano 400 a.C., mas seu nome de maior destaque foi Diógenes de Sínope. Estes filósofos menosprezavam os pactos sociais, defendiam o desprendimento dos bens materiais e a existência nômade que levavam.” (Ana Lucia Santana)
Como a palavra chegou ao significado atual, a História não tem registro, provavelmente foi se deturpando aos poucos. Bom, mas hoje, além de se referir à escola filosófica, o dicionário diz o seguinte sobre o cinismo: “impudência, desvergonha, descaramento.” (Dicionário Aurelio)
Também é empregado como indiferença ao sentimento e sofrimento alheios. A História apresenta vários cínicos famosos, na política, na filosofia, nas letras, etc. Sem pensar muito, lembro de dois que quase me contaminaram com seus pensamentos derrotistas e doentes quando eu era adolescente: Nietzsche e Oscar Wilde.
Eis aqui alguns exemplos do cinismo de ambos:
De Oscar Wilde:
“Não deixe de perdoar os seus inimigos – nada os aborrece tanto.”
“O cinismo não é mais do que a arte de ver as coisas como elas são de preferência a de como deveriam ser.”
“As tragédias dos outros são sempre de uma banalidade exasperante.”
“Quando eu era jovem, pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Hoje, tenho certeza.”
De Nietzsche:
“O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são.”
"Em geral, as mães, mais que amar os filhos, amam-se nos filhos."
“Nome da mãe da moral: medo.”
“Se se quer ser alguém, deve venerar-se a própria sombra.”
Nunca me dei ao trabalho de pesquisar a vida do Nietzsche, então não sei os motivos de seu derrotismo e pessimismo, mas de Oscar Wilde eu sei alguma coisa. Ele era homossexual e passou por maus bocados devido a isso já que viveu durante a época Vitoriana que se tornou famosa por causa dos excessos puritanos.
O cinismo é uma máscara usada para encobrir baixa auto-estima e/ou medo. Quanto à primeira acho que não preciso explicar, está obvio. Já o medo, pode ter vários motivos.
Pode ser o medo do indivíduo não achar que os demais acreditam na imagem perfeita que ele tenta passar ao mundo.
Pode ser medo de perdas: financeiras ou de poder, por exemplo.
Medo de perda do ser amado (ainda não conquistado) e - por quê? Por baixa auto-estima.
Medo de perda de posição social, reconhecimento ou honrarias.
Medo da própria capacitação sexual. As baladas noturnas estão repletas desse tipo de cínicos. Tanto homens quanto mulheres, só o que os difere são as formas de cinismo.
Medo da finitude – da morte daquelas pessoas que não tem o respaldo de uma crença espiritual.
Enfim, medos de vários tipos e várias razões.
Então, não sejam muito duros com os nossos políticos, o que eles merecem é compaixão, pois resolveram experienciar nesta vida atitudes nada edificantes como ganância, falsidade, hipocrisia, desonestidade, demagogia e egocentrismo e terão de voltar para resgatar o carma que geraram.
Pode ser que um dia, num futuro e alvissareiro dia, a totalidade dos políticos seja de pessoas íntegras.
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