Compreendendo Maya 2a - Hazrat Inayat
autoconhecimento

Compreendendo Maya 2a - Hazrat Inayat



"Quando um ente querido morre, há tristeza e solidão, mas essa sensação de perda está enraizada no apego à forma, independentemente da alma.

É a forma que desapareceu e não a alma.

A alma não está morta; em sua verdadeira natureza ela nem mesmo foi embora, pois ela está em toda parte.

No entanto, através de apego ao corpo, a forma era considerada importante. Todos os anseios, desejos, emoções e pensamentos estavam centradas sobre a forma, e quando, a forma desaparece através da morte, existe um vácuo, que se expressa através de falta do falecido.
Se a forma como tal não tivesse sido sobrecarregada com falsa importância, não haveria tristeza em perder a pessoa que faleceu.

O sentimento de solidão, a memória persistente da pessoa amada, o anseio de que ele ou ela devesse ainda estar presente, as lágrimas de luto e os suspiros de separação, devem-se todos à valorização falsa, ao trabalho de Maya.

Quando uma coisa sem importância é considerada importante, temos uma manifestação principal do trabalho de Maya. Do ponto de vista espiritual, é uma forma de ignorância. Por outro lado, o trabalho de Maya também se expressa ao fazer uma coisa importante parecer banal.

Na realidade, a única coisa que tem importância é Deus, mas muito poucas pessoas estão realmente interessadas em Deus por Si mesmo.

Se por acaso a pessoa mundana voltasse para Deus, é principalmente para seus próprios fins egoístas e mundanos. Eles buscam a satisfação de seus próprios desejos, esperanças e até mesmo vingaças através da intervenção do Deus de sua imaginação. Eles não buscam a Deus como a Verdade. Eles anseiam por todas as coisas, exceto a única Verdade, a qual consideram como sem importância. Novamente isso é a cegueira da visão causada pelo trabalho de Maya.

As pessoas buscam sua felicidade em tudo, exceto em Deus, o qual é a única fonte inesgotável de alegria permanente.

O trabalho de Maya também expressa-se ao fazer a mente dar uma importância para algo diferente da importância que aquilo realmente tem. Isso acontece quando os rituais, cerimônias e outras práticas religiosas externas são considerados como fins em si mesmos. Eles têm seu próprio valor como meios para um fim, como veículos da vida, como meios de expressão, mas, tão logo assumem créditos a seu próprio favor, está recebendo uma importância diferente daquela que lhes pertence.

Quando são considerados importantes em si mesmos, eles limitam a vida ao invés de servir o propósito de expressá-la. Quando é permitido que o inessencial predomine sobre o essencial, dando-lhe importância errada, tem-se a terceira forma principal de ignorância relativa a avaliação. Este novamente é o trabalho de Maya."
Hazrat Inayat Khan em Ensinamentos Sufis II
[Primeira parte clique aqui]




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