Bom dia amigos! Espero que vocês, ao se depararem aqui, com este áudio, estejam vivendo bons momentos, com excelência no Agora; que todo esse material que a gente tem aí, disponibilizado em nosso blog http://pensarcompulsivo.blogspot.com, possa de alguma maneira estar facilitando a compreensão desse novo paradigma para o qual nós estamos apontando, paradigma esse, que é um síntese das mensagens contidas nos princípios espirituais dos Doze Passos das Irmandades Anônimas, mais as observações feitas através de Jiddu Krishnamurti e também, o último tripé dessa síntese que veio sendo formado através do estudo da arte — muito além do mito romântico —, mas aprendendo a fazer uma leitura psíquica, arquetípica, noética, poética, a qual nos dá uma nova visão de mundo e uma nova seta orientadora em busca dessa experiência, dessa possibilidade dessa experiência que traz a síntese entre mente e coração; que pacifica nossos instintos degenerados pela ação do egoísmo, pela ação da rede do pensamento compulsivo condicionado; que coloca os nossos instintos naturais em seus devidos lugares; que pacifica nosso desejo, que reorienta o nosso desejo para essa busca de síntese entre masculino e feminino, entre ying e yang; essa experiência a qual denomino, "Experiência Religiosa", e que os anônimos denominam de "Despertar Espiritual" e que Krishnamurti chama de "Percepção Pura", "Despertar da Inteligência Criativa", e tantos outros nomes que ele procurou colocar para não ficar formando um rótulo ali, mas, tentar apontar isso que as palavras acabam sendo profundamente limitadas para acessar.
Então, é com esse impulso no coração, que a gente começa conversar aqui, um pouquinho com vocês, sobre um compartilhar dessas nossas experiências em cima dessa prática, dessa tríade que a gente está tentando trazer até vocês, nesse nosso blog, nesses nossos textos, nessas nossas falas, que ocorrem muito espontaneamente, sem serem organizadas. Em geral, logo que acordo, tem se deparado alguma fala que sinto necessidade, alguma abordagem que sinto a necessidade de estar compartilhando com os companheiros, ok? Então, o que nós estamos trazendo aqui, não se trata de material colhido de livros, se bem que lógico, os livros também fizeram parte da compreensão que a gente está chegando e tentando compartilhar com vocês; mas trata-se de experiências diretamente vividas na pele, e é isso que a gente quer trazer aqui, sem o menor intuito ou segunda intenção de se criar aqui uma autoridade psicológica, um mestre, um professor — um dono de grupo, como já ouvi aí —, um guru... Nada disso! Nós estamos aqui, como o próprio Krishnamurti dizia, como dois amigos, num bate-papo de fundo de quintal; estamos aqui como dois amigos sentados num parque, conversando sobre a vida; essa que é a idéia! Não tem nenhuma autoridade psicológica aqui, não tem ninguém pronto, não tem ninguém realizado, não tem ninguém iluminado, não tem ninguém dotado de uma super-sabedoria, da qual você possa recorrer e continuar com esse "vício" de buscar fora de si mesmo, a resposta para aquilo que é criado dentro de si mesmo, pela falta de compreensão de si mesmo. Então, essa é que é a proposta deste nosso grupo, deste nosso blog, dessas falas que a gente vem aqui compartilhar com vocês. Ok?
Então, assim: hoje, logo às 5 e pouco da manhã, enquanto a Deca se trocava para ir para o serviço, eu ali, ainda deitado na cama, me veio a necessidade de compartilhar hoje com vocês, um pouquinho sobre a experiência da necessidade da compreensão do desejo, do processo do desejo; a compreensão que traz a reorientação, que coloca o desejo em seu devido lugar; uma vez que, na não compreensão do desejo, a dor está sempre lá!... A dor já esteve antes do desejo, produziu o desejo e, após o desejo, ela apresenta como resultado, inevitavelmente, a mesma dor elevada ao quadrado. E assim nós vamos aumentando, de dor em dor, o exponencial, dessa dor; dor essa que, na nossa experiência, já se apresentava lá, em nossa família disfuncional. Nós viemos aí, percebendo, com ajuda de várias experiências de outros companheiros, bem como das observações contidas em alguns livros que vou citá-los aqui para vocês, um deles se chama "O Drama da Criança Bem Dotada: como os pais podem formar ou deformar a vida emocional de seus filhos", cuja autora é Alice Miller, e aqui no Brasil ele saiu pela Summus Editorial. Um outro livro também, muito interessante, que a gente pode ver retratada essa questão da "Família Disfuncional", é um livro de John Bradshaw, que se debruçou muito em cima dos materiais de Alice Miller, e o nome desse livro é "Volta ao Lar: resganto nossa criança interior ferida", que se não me engano, aqui no Brasil saiu pela Editora Rocco, ou Rosa dos Ventos; e, desse mesmo autor, um livro que eu considero fundamental, que se chama "Curando a Vergonha que Nos Impede de Viver", de John Bradshaw também e a Editora é Rosa dos Ventos. Então, esses três livros — esse alguém quiser algo mais presencial — existe uma irmandade que trabalha muito bem, eu não vi irmandade trabalhar essa questão tão bem, como a irmandade do CODA, que é os Codependentes Anônimos; eu não tenho aqui de cabeça o site mas, com certeza, se vocês buscarem pela Internet, vão encontrar material deles, os codependentes, que inclusive, muito de seu material de base, veio das experiências de uma alcoólatra que é a Melodie Beattie, do livro "Codependência nunca mais — como deixar de cuidar da vida do outro e cuidar de si mesmo"; esse é também um livro muito, mas muito mesmo interessante. Todos esses livros que estou indicando para vocês, são livros muito utilizados, inclusive, em centros de tratamento para comportamentos obsessivos compulsivos, tais como o álcool, drogas, o comer compulsivo, a dependência emocional afetiva e sexual. São livros assim, todos os livros que a gente estiver aqui indicando para vocês, são livros com muita seriedade, são livros que não vão fazer coceguinhas no seu ego, com certeza, são livros que vão te dar karatês Críticos, chutes Búdicos, rasteiras macumbáticas, marteladas cósmicas, para ver se faz um trinca na parede do orgulho, faz uma trinca na parede da negação. Gosto muito de uma frase que ouvi no filme, "Beleza Americana", em que o rapazinho que era um usuário de drogas, vira para uma mocinha lá e fala assim: "Olha, não podemos nunca subestimar o poder da negação!"... Uma frase que tem aí uma verdade incrível! Se nós estamos coma mente aberta e os ouvidos abertos — não os ouvidos, os ouvidos externos, mas o ouvido do coração, esses nossos ouvidos psíquicos — se eles estão abertos, se nós estamos holisticamente sentados à frente de um aparelho de TV ou de um cinema, tentando entender o que os artistas, o que o diretor, o que o escritor daquele filme, daquele roteiro tentou trazer para nós, nós colhemos materiais que se mostram, realmente, fundamentais.
Então, voltando na questão do desejo, nós percebemos que o desejo é um impulso para a fuga do que é, para a fuga do que estamos trazendo conosco: o vazio, o tédio, a insatisfação, a angústia, a solidão. Nós não tivemos uma educação psíquica que nos ajudasse a fazer frente à esses sentimentos, ao invés de fugirmos deles. Então, nós descobrimos aí, talvez, pela primeira vez, com aquele "melzinho na chupeta", ou então, com "o bico da mamadeira", que objetos e situações externas poderiam aplacar aquela nossa inquietude, aquela nossa insatisfação, aquele nosso tédio, aquele mal estar causado pela dor resultante do abafamento do ser que somos.
Então, nós viemos a perceber ao longo dessa caminhada, que essa dor, está aí presente, desde a nossa família disfuncional, ou seja, uma família que não cumpriu a função de nos preparar psiquicamente para a compreensão de nós mesmos, para a compreensão da natureza, assim como, da vida de relação. A maioria de nós que chegamos a esses grupos trazendo conosco os grandes conflitos causados pela excessiva exposição à um padrão comportamental qualquer, todos nós percebemos que viemos de famílias onde o nível de imaturidade parental deu início a transferência de valores arcaicos, de valores disfuncionais, através, quase sempre, de uma educação profundamente autoritária, baseada na comparação, na retaliação, na imputação de vergonha; educação autoritária essa, que perverte o senso de valor e a integridade da criança. Essa chamada "educação", se olharmos com mais profundidade, nós vamos poder perceber que ela não passa de um sistema de "coerção mental", um sistema de coerção mental à um senso de valores preestabelecido pela tradição, e que não foi devidamente questionado. E, esse senso de valores e essa coerção mental, transforma o aprendiz indefeso, num autômato passivo, submisso e útil à um sistema estabelecido para o consumo imediato e inconsequente; e que, para poder consumir, acabamos nos consumindo, pelo fato de não termos mais o tempo necessário para o ócio criativo, meditativo; para o desfrute daquilo que somos, da natureza e dos mais próximos que nos são significativos. E, devido à esse processo de coerção mental, dá-se um processo de "embotamento mental", o que faz com que nos tornemos presas fáceis, marionetes de manobras sociais, como já falei, orientadas para o consumo. Não há uma preocupação real da sociedade, com a qualidade e desenvolvimento psíquico dos seres humanos; pela qualidade e desenvolvimento emocional dos seres humanos; pela qualidade e desenvolvimento de uma inteligência amorosa e criativa. Não!A sociedade se preocupa muito mais em formar "robozinhos em série", competidores em busca de um serviço "mais rentável"; é essa que é a preocupação: criar seres autômatos, consumistas inconsequentes; que sejam "funcionários" e não seres dotados de executar um processo de pensamento dotado de bom senso, razão e lógica, estes, iluminados sempre, pela luz de uma inteligência amorosa e criativa. Então, dentro dessa família disfuncional é que começou todo esse processo de dor, que vai descobrir em seu devido tempo, seus "objetos anestesiantes de escolha".
É importante ressaltar aqui, que essa constatação, do ambiente, do mapa psíquico nosso, não tem aqui nenhum interesse em causar aqui um processo de autopiedade, de vitimismo, ou mesmo de querer procurar "bodes expiatórios" para a nossa atual incapacidade de nos reger sem o governo do pensamento condicionado. Não, não! Não é nada disso! Nós viemos a perceber também, que nós somos "Adulterados, Adultos, Adulterantes", que sofreram o processo de adulteração na mão de outros adulterados, adultos, adulterantes. Então, em outras palavras, nós somos prisioneiro entre prisioneiros; as pessoas significativas de nossa existência, com certeza, tentaram dar o melhor que elas tinham para dar, mas, não havia nelas uma consciência plena do seu grau de condicionamento. Então, sonâmbulos no meio de sonâmbulos; é isso o que a gente veio a perceber durante essa nossa caminhada.
Então, nós percebemos que esse processo de coerção mental que transformou a nós em autômatos passivos, submissos e profundamente "mecanicamente úteis" à esse sistema estabelecido que vem acabando com a qualidade de vida psíquica dos seres humanos, assim como com a qualidade desse maravilhoso planeta, esse condicionamento, esse sistema de coerção mental, de embotamento mental, ele se deu através de um condicionamento gráfico e midiático. Boa parte de nós crescemos em frente desses aparelhos tecnológicos como a televisão — e hoje nós temos aí a Internet —, os aparelhos de celular; vários aparelhos aí, o MP3, sei lá... Me fogem agora os nomes! Mas, pelos quais, essas mensagens condicionantes vão se apresentando... Através de uma enorme série d símbolos, sinais, sons, paladares, que transmitem um grande número de padrões que se transformam em reflexos condicionantes sempre que somos expostos à um dado estímulo; estímulo esse, que permanece durante muito tempo, totalmente inconsciente. isso é o que hoje chamamos de "gatilhos emocionais e sensórios", por exemplo: hino, bandeira, mapas, alimentos, brinquedos, embalagens, jingles, aromas, cheiros.... Sem que percebamos, eles vão disparando nosso processo reativo inconsequente, onde só produz reação e nunca uma ação consciente no presente momento; sempre uma repetição da fuga da dor ou da busca do prazer que vem lá, através de uma "memória eufórica e ritualística", Essa memória eufórica e ritualística não traz consigo nem um pouquinho de bom senso, nem a luz da razão e da lógica, muito menos uma inteligência amorosa e criativa.
Então, nós percebemos que num outro momento, além desse condicionamento gráfico e midiático, através desses aparelhos tecnológicos — as revistas também —, nós tivemos a continuidade dessa programação mental através do "programa de ensino"... veja bem: "programa de ensino"... Eles não mentem para nós!Eles colocam aí; eles estão dando o aviso... "Faz favor! Você não lê a bula, o problema é seu!"... "Você não confere a bula, você não vê do que é formado isso aí, então não venha reclamar depois!" Então, eles estão nos avisando que eles vão colocar um programa de ensino, que não tem nada a ver com "educação". Educação vem de "educare", que significa, "ajudar extrair de dentro". Ao contrário: nosso programa de ensino vai enchendo a gente de quinquilharias que não servem para nada. Eu pergunto para você: quando a dor da depressão, quando a dor da angústia, quando a dor da inveja, quando a dor do ressentimento bate aí na porta da sua mente e coração, o que você faz com a história de Dom João Sexto e sua família real? O que você faz com a tabela periódica? O que você faz com os esporângios, gametas, com as bacias hidrográficas, com os tipos de nuvens, o que você faz com isso aí? Com as leis da física... O que é que a gente faz? Então, nós tivemos aí um sistema de ensino que só prepara nossa mente cartesiana, científica, matemática, cuja única habilidade é nos tornar "funcionais" para o sistema. Uma educação aí, um programa de ensino que não desperta a inteligência que vê, por detrás desses olhos que pensam ver. E, do mesmo modo que na nossa família, também é uma educação baseada na comparação e punição, à exposição da vergonha tóxica, que acaba levando ao "abalamento do espírito e o enfraquecimento da vontade". A comparação — que acaba causando essa assim chamada "vergonha tóxica" —, repito, ela acaba levando ao abalamento do espírito e o enfraquecimento de nossa vontade; nós passamos a achar que nunca temos o suficiente, que não somos tão bons quanto, e assim vamos abafando a potencialização dos talentos que trazemos conosco. Não existe pessoa sem talento!... Eu tenho me deparado com vários adultos aí, adulterados, adulterantes, que vivem reclamando que não sabem de seu talento, que não tem aptidão para nada... Isso não é verdade! Isso não é verdade!... Isso são repetições aí, de vozes de seres que, talvez, nem estejam mais presentes aqui neste espaço tempo, mas que continuam dentro de nosso espaço psíquico, abafando a nossa originalidade, nossa autenticidade, nossa espontaneidade e nossa criatividade. Observem uma criança e vocês vão ver!... Ela é totalmente livre, espontânea, criativa, desapegada; isso aí vai vindo, todas essas limitações vão chegando através dessa exposição excessiva à esses sistemas, à esses ambientes, cuja atmosfera se baseia na comparação, na ansiedade, no medo e na exposição da vergonha tóxica. Então, esse abalamento do espírito e o enfraquecimento da vontade, trazem consigo um sistema de influência tão bem organizado, que acaba levando o ser humano à domesticação e à submissão à esse sistema, que é um sistema de doutrinação forçada ao ajustamento, ao servilismos escravagista. Tudo isso vai ampliando as capas de dores que tiveram seu início lá na família disfuncional. Ok?
Então, esse sistema de ensino, esse programa de ensino, o qual eles erroneamente chamam de educação é baseado num sistema de medo hipnótico, o qual acaba criando uma apatia que faz com que a grande maioria se submeta à qualquer sugestão por parte das pessoas que representam autoridade. A nossa "rebeldia natural" sempre foi castigada, sempre foi abafada. Não houve, pelo menos no ambiente que vim, tanto parental como educacional, Não houve a presença de adultos não adulterados, capazes de exercitar uma observação e uma escuta atenta da rebeldia desses adolescentes e dessas crianças que estavam aos seus cuidados. Qualquer manifestação de espontaneidade e originalidade, que batesse contra ao estabelecido, era rotulado por rebeldia à ser "reformada"; antigamente havia até os chamados "reformatórios"... Olha só a palavra que eles usavam!... Reformatórios!... E ninguém parou para meditar sobre as palavras, porque não fomos ensinados à meditar sobre as palavras; ao contrário, nós fomos distanciados do dicionário; deram-lhe o nome de "pai dos burros", que é justamente para que o ser humano tenha "vergonha" de se aproximar dele; tenha vergonha de dizer "Eu não sei! Eu preciso saber! Eu quero buscar; deixa eu saber aqui!"... Então, nós ficamos aí com a compreensão muito superficial das palavras e, quem não conhece as palavras, se torna facilmente manipulável! Quem não tem uma verdadeira educação psíquica se torna um ser facilmente sugestionável, facilmente manipulável!
Então, a educação que passaram para nós — que não tem nada a ver com educação —, ela é voltada para uma inquestionada aceitação do sistema de crença, através, de um sistema de pressão mental, que leva ao enfraquecimento da curiosidade e da vontade; o que tem como resultado, a instalação de um "estado de conformismo", estado de conformismo esse, que mina a capacidade de manifestação de um estado criativo; isso aí traz uma profunda confusão de conceitos, contradição de ideologias e crenças. Qualquer manifestação de resistência mental — o qual é tida por rebeldia —, é castigada em nome do ajustamento à essas "verdades sistêmicas" que diariamente são gravadas na mente do aprendiz que ainda não dispõe da faculdade do bom senso, da lógica e da razão; ele ainda não tem a sua estrutura psíquica, o seu embasamento psíquico totalmente formado. Então, através dessas "verdades sistêmicas" — eles dão o nome de verdade à isso, esse conjunto de tradições —, dá-se o impedimento de qualquer outra forma de interpretação da realidade (assista o filme "A encantadora de Baleias); porque, uma vez que o espírito aberto para a indagação e o questionamento, ele é um espírito aberto para a dissensão, para a dissidência. Então, nós temos medo de dizer, temos medo de ser rebeldes e de exercitar a dissensão à valores que contrariam o que diz o nosso coração; temos muito medo de ficar expostos, não é mesmo? E esse medo vai criando maior ampliação daquela capa de dor original.
Essa educação aí, que a gente veio recebendo, tanto nos ambiente parental, como cultural, como nas escolas, ela impede a formação de um estado de percepção da realidade, o que acaba criando uma espécie de "transe", o qual facilita a instalação do sistema de identificação com o sistema, e isso se dá através do método da repetição diária. E o interessante é que eles dão para esse sistema, o nome de "grade" do sistema de ensino. Na realidade, está sendo instalado aí, a rede do pensamento condicionado e isso aí vai acrescentando mais dor àquela dor original da família disfuncional. Tudo isso que a gente está explicando é para tentarmos entender, compreender a formação, a origem do desejo; compreender o seu ciclo vicioso.
Então, o que a nossa experiência tem demonstrado é que, a prolongada exposição, do aprendiz, da criança indefesa, psiquicamente vulnerável, a prolongada exposição dela à tal sistema educacional — que na realidade é um sistema de formatação — transforma a criança numa máquina de pensar reflexo condicionada, reagente a predeterminados padrões; a função desse sistema é condicionar e moldar o espírito do aprendiz, o espírito da criança, de modo a confinar-lhe o entendimento num limitado conceito totalitário do mundo, transformando essa criança, num autômato mental, que já não exerce mais a capacidade do pensamento, mas é pensada, ela é totalmente controlada por essas vozes que são vozes, imagens de símbolos que ficam arquivados ali nas células da memória, no nosso fundo psicológico (assistir o filme: "Sobre o Domínio do Mal", com Danzel Washington). Então, se a gente tiver que resumir, essa família disfuncional, essa cultura disfuncional, esse sistema de ensino disfuncional, não prepara o homem para a independência psicológica e para a maturidade emocional; ao contrário, eles acabam "amestrando" o ser humano, fazendo dele um instrumento dependente e dócil, na mão daqueles que detém o poder, seja o governo como o empresariado, ou as religiões; acabam tornando o ser humano menos apto para o enfrentamento de novos e inesperados desafios, e um agente da manutenção e continuidade do círculo sistêmico.Devido a sua capacidade de percepção estar totalmente adulterada, todo ser humano vai defender àqueles que o tornam cativo daqueles que tentam, de alguma forma, através de alguma expressão artística, mostrar o quanto que somos prisioneiros dentro de nossas celas bem decoradas, em condomínios fechados, atrás de sistemas de segurança. Veja só como que vivemos num processo de profundo medo e ansiedade e como que acabamos defendendo aqueles que estão nos tornando cativos.
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