autoconhecimento
Das necessárias qualidades para o encontro consigo mesmo
O homem deve ser inteligente e sábio, com grande poder de compreensão e capaz de superar as dúvidas pelo exercício da razão. Quem possui essas qualificações está apto a adquirir o conhecimento do Atman.
Só pode ser considerado qualificado para buscar Brahman o homem dotado de discernimento, cuja mente esteja afastada de todos os prazeres, o homem que possui a tranquilidade e as virtudes afins e que aspira ardentemente à libertação.
Neste contexto, os sábios falaram de quatro qualificações que permitem alcançar a meta. Quando essas qualificações estiverem presentes, a devoção à Realidade se tornará completa. Se estiverem ausentes, ela fracassará.
A primeira é o discernimento entre o eterno e o não-eterno. Segue-se a renúncia ao gozo dos frutos da ação, nesta e noutra vida. Em seguida vêm os seis tesouros da virtude, a começar pela tranquilidade. E, enfim, o anseio de libertação.
Brahman é real; o universo é irreal. A firme convicção dessa verdade denomina-se discernimento entre o eterno e o não-eterno.
A renúncia é o abandono de todos os prazeres dos olhos, dos ouvidos e dos demais sentidos, o abandono de todos os objetos de prazer transitório, o abandono do desejo de um corpo físico, assim como do tipo supremo de corpo-espírito de um deus.
Afastar a mente de todas as coisas objetivas mediante um contínuo discernimento de sua imperfeição e dirigi-la resolutamente para Brahman, sua meta — a isso se chama tranquilidade.
Afastar os dois tipos de órgãos sensoriais — os da percepção e os da ação — das coisas objetivas e deixá-los repousar em seus respectivos centros — a isso se chama autocontrole. O verdadeiro equilíbrio mental consiste em não permitir que a mente reaja aos estímulos externos.
Suportar todos os tipos de aflição sem revolta, sem queixa ou lamento — a isso se chama paciência.
Uma firme convicção, baseada na compreensão intelectual, de que os ensinamentos das escrituras e de um mestre são verdadeiros — a isto os sábios chamam de fé, que leva à realização da Realidade.
Concentrar o intelecto repetidamente no puro Brahman e mantê-lo sempre fixado no Brahman — a isso se chama submissão. O que não significa aquietar a mente, como um bebê, com pensamentos ociosos.
O anseio de libertação é a vontade de libertar-se dos grilhões forjados pela ignorância — começando com o sentimento de ego e assim por diante, indo até o próprio corpo físico — mediante a compreensão da nossa verdadeira natureza.
Embora esse anseio de libertação possa estar presente num grau leve e moderado, ele se intensificará através dos méritos do mestre e da prática da renúncia e de virtudes como tranquilidade, etc. E dará os seus frutos.
Quando a renúncia e o anseio de libertação se acham presentes num grau intenso, a prática da tranquilidade e das demais virtudes frutificará e conduzirá à meta.
Quando a renúncia e o anseio de libertação são fracos, a tranquilidade e as demais virtudes constituem meras aparências, qual miragem no deserto.
Dentre os meios de libertação, a devoção é suprema. Empenhar-nos sinceramente em conhecer a nossa verdadeira natureza — a isso se chama devoção.
Em outras palavras, a devoção pode ser definida como a busca da realidade do nosso próprio Atman. Aquele que busca a realidade do Atman, que possui as qualificações acima mencionadas, deve procurar um mestre iluminado capaz de ensinar-lhe o caminho da libertação em relação a todos os tipos de servidão.
Shankara — A Joia Suprema do Discernimento
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