Faça as pazes com seu inimigo
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Faça as pazes com seu inimigo


Não tente parar a mente. Ela faz parte de você — será loucura tentar pará-la. É como uma árvore tentando impedir que suas folhas cresçam: as folhas fazem parte de sua natureza. 

A primeira coisa a fazer é não tentar interromper seus pensamentos. Em segundo lugar, é preciso divertir-se com a mente, apreciá-la e dar-lhe as boas-vindas. Ao fazer isso, você começará a se tornar mais alerta e mais perceptivo da existência e do funcionamento da mente. 

Mas essa consciência precisa se dar de forma natural. Quando você tenta ficar mais alerta, a mente o distrai e você acaba ficando irritado, pois tem a impressão de que se trata de uma mente desagradável, que está constantemente tagarelando, quando o que você quer é permanecer em silêncio. 

O risco é você começar a encarar a mente como um inimigo. Isso não é bom, pois significa que você está dividido. Se você e sua mente ficarem em lados opostos do ringue, conflitos e atritos começarão a surgir. Todo enfrentamento é de certa forma um suicídio, porque significa energia sendo desperdiçada. Como não temos tanta energia sobrando para que possamos esbanjá-la lutando contra nós mesmos, é mais inteligente que ela seja usada para alegria. 

Comece se divertindo com a maneira pela qual o pensamento é processado. Note as nuances dos pensamentos, as voltas que eles fazem e como uma coisa leva a outra. É realmente um milagre a ser apreciado. Um pensamento mínimo pode levá-lo ao extremo mais distante e, se você olhar atentamente, não perceberá conexão alguma. 

Divirta-se com esse processo aleatório. Deixe o jogo rolar e jogue-o sem hesitação — você se surpreenderá com a insuspeita beleza da ausência de ação e de pensamento. De repente, você perceberá que um cão está latindo, mas sua mente continua em silêncio. Nenhuma corrente de pensamentos se inicia. Pequenas pausas surgirão... mas elas não devem ser criadas por você. É importante que elas surjam espontaneamente e, quando surgirem, serão belas. Esses pequenos intervalos permitem que você observe o observador. Mais uma vez os pensamentos surgirão e você se sentirá bem. Vá com calma, sem pressa. A consciência chegará a você naturalmente. 

Observar, apreciar e acompanhar o ritmo dos pensamentos é tão belo como apreciar o mar revolto. Pena que as pessoas não desfrutem as ondas em sua própria consciência com o mesmo prazer que observam as ondas do mar. 

OSHO




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