LUZES DO MUNDO - PIERRE WEIL
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LUZES DO MUNDO - PIERRE WEIL






PIERRE WEIL - EM NOME NA PAZ



Formado em Educação e Psicologia com Doutorado em Psicologia pela Universidade de Paris - Sorbonne, educador e psicólogo e escritor Pierre Weil nasceu em Strasbourg em 16 de abril de 1924 na França e morreu em Brasília em 2008, aos 84 anos de idade. É autor de mais de 50 livros, publicados em vários idiomas, sendo muitos best seller, com mais de 50 edições. 


Weil estudou no Instituto de Estudos do Trabalho e de Orientação Profissional de Paris, dirigido por Henri Pierón, na Escola Prática de Psicologia e Pedagogia da Universidade de Lyon e na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (Instituto Jean Jacques Rousseau), da Universidade de Genebra. Aluno de Jean Piaget e Léon Walther, Weil foi convidado, em 1948, para trabalhar, no Brasil, no treinamento das equipes que organizariam os serviços de psicotécnicas do recém-criado Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), no Rio de Janeiro.

Em 1987, Weil mudou-se para Brasília, tornou-se presidente da Fundação Cidade da Paz e reitor da Universidade Holística para a Paz de Brasília – Unipaz. Em 1998, ele foi agraciado com o título de Cidadão Honorário da Cidade de Brasília. Em uma visão holística e apostando na transdisciplinaridade do conhecimento, Weil passou a dedicar-se à educação e à paz, temas de suas conferências para a Unesco (1989), tendo sido agraciado com a menção honrosa do Prêmio de Educação para a Paz, ano 2000.




Nascido perto da fronteira com a Alemanha, sofreu as conseqüências da Segunda Guerra Mundial, durante a qual resistiu ao nazismo como voluntário na Cruz Vermelha internacional. 

“Quero construir pontes sobre todas as fronteiras porque o nacionalismo exacerbado é uma fonte de ódio”, declarou, anos depois, sobre o período. Disposto a colocar em prática ideais pacificadores, veio para o Brasil em 1958 e começou a dar aulas de psicologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na década de 80, descobriu Brasília e, em 1987, criou, a pedido do então governador José Aparecido de Oliveira, a Unipaz, seu mais ambicioso projeto, que hoje está presente em oito estados brasileiros e outros sete países. 



Formação de um espírito pacífico: infância e adolescência

Pierre Weil, nascido em 16 de abril de 1924, em Strasbourg, teve contato, desde a sua infância com conflitos religiosos em sua família, constituída de três religiões, como também conflitos e guerras entre a França e Alemanha por causa do fato de ser ele alsaciano. Esses conflitos contribuíram para que Pierre Weil se tornasse um amante da Paz.

Em sua autobiografia publicada no Brasil sob o título de "A Revolução Silenciosa", ele nos conta como ele progressivamente se dedicou à Paz e, mais especificamente, à Educação para a Paz. Aos oito anos de idade ele se diverte com primos, ao criar a associação católica dos judeus protestantes. Aos quatorze anos ele escreve, no seu diário: "Minha pátria é principalmente a Terra". Com a mesma idade, em plena guerra mundial, ele propõe a "ideia" de eliminar as fronteiras, de criar a Europa com uma moeda única; os adultos a quem ele se dirige recebem suas idéias com um ceticismo divertido. 

Sua consciência de jovem francês, leva-o, aos 17 anos, a se engajar na "maquis", para dar a sua contribuição à expulsão do nazismo. Convidado a escolher uma das metralhadoras que lhe foram oferecidas, de toda a sua alma ele refuta a ideia de matar, recusa-se a se armar, e propõe a sua participação com enfermeiro. 

Ele descobre, assim, sua natureza não violenta, antes mesmo de ter tido contato com Ghandi. Certo dia, enquanto os seus companheiros preparavam-se para explodir uma ponte ferroviária, ao passear sobre os trilhos, ele se imagina como organizador de uma escola futura dotada de todos os métodos modernos de educação, a serviço da Paz.

A partir dessa época, pode-se afirmar que o destino, para não dizer a missão de Pierre Weil, fica delineada de uma forma clara e precisa.




Preparação do educador para a Paz

A vida irá prepará-lo, durante um longo período de estudos superiores sobre educação e psicologia, para uma atividade profissional de escritor, de educador e de terapeuta,e uma profunda pesquisa do sentido da existência, após uma crise existencial seguida de câncer, leva-o a se dedicar de corpo e alma e, definitivamente, à Paz.

Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris VII, Pierre Weil foi aluno de grandes psicólogos e educadores como Leon Walther, Henri Piéron, Wallon, André Rey, Jean Piaget. Posteriormente recebe uma formação psico-terapêutica de Igor Caruso, de Jacob Levy Moreno, de Zerka Moreno e Anne Ancelin Scützemberger.

Numa primeira fase de sua carreira universitária ele faz pesquisas sobre a emotividade neuro-vegetativa, sobre os fatores culturais e escolares da inteligência e sobre os diferentes aspectos da personalidade. Ele ocupa uma cátedra de psicologia social à Universidade Federal de Belo Horizonte e, no final da carreira, de psicologia transpessoal, matéria em que ele é um dos pioneiros no mundo.

O sucesso sem felicidade, leva-o a uma crise existencial acompanhada de um câncer e a perda do sentido da existência. Ele começa, então, a se perguntar sobre questões existenciais relativas ao sentido da vida e da morte. Isto o leva a encontrar respostas, numa síntese entre o Oriente e o Ocidente, entre a prática da Yoga e da Psicanálise. Ele estava, neste aspecto, adiantando 20 anos com relação à Declaração de Veneza, da UNESCO, que recomenda o encontro complementar entre o cérebro direito e o esquerdo e entre o oriente e o ocidente.

Durante essa pesquisa ele entra em contato com grandes mestres de Yoga como Swami Chidananda, Muktananda e lamas tibetanos, como Kanjur Rimpoché e Pemala Rimpoché, no Himalaia.

Em 1982, cada vez mais preocupado com a tensão internacional e com o perigo nuclear, ele hesita entre fazer um retiro tibetano de 3 anos, no qual ele tratará de sua paz interior, ou juntar-se a Bernard Benson, que é seu amigo pessoal, e apoiar seu movimento pela Paz internacional. Ele se convence rapidamente a optar pelo retiro, ou seja, a começar a se ocupar de sua paz interior. Ele segue, neste aspecto, as recomendações do preâmbulo da criação da UNESCO, sobre a paz no espírito dos homens.

Pode-se dizer que após esse retiro ele se encontra prestes a realizar o seu sonho do tempo de "maquis", de se dedicar à Educação para a Paz.



Realização do seu ideal

Pouco tempo após o fim de seu retiro, em 1986 ele é convidado pelo então Governador de Brasília, o ex-Ministro e Embaixador José Aparecido de Oliveira, a criar a Fundação Cidade da Paz, da qual é eleito Presidente e cuja função seria criar e administrar a Universidade Holística Internacional de Brasília, a UNIPAZ, com o apoio de Monique Thoenig (criadora da primeira Universidade Holística de Paris) e de Jean Yves Leloup, à época Diretor do Centro Internacional da Santa Consolação.

EM 1987 é criada a Fundação Cidade da Paz, na presença de juristas eminentes e dos construtores de Brasília, Lucio Costa e Oscar Niemeyer. No dia 14 de abril de 1988, na presença do Presidente do Conselho da UNESCO, Sr. Israel Vargas, inaugura-se a Universidade.


Em 1988, Pierre Weil elabora uma teoria sobre a gênese da destruição da vida sobre o Planeta e sobre os princípios e abordagens que possibilitam um novo método de Educação para a Paz. Inspirado na Declaração de Veneza, que ele incluiu nos estatutos da Fundação Cidade da Paz e em inúmeras outras recomendações da UNESCO, ele começa a experimentar uma síntese de seminários que ele havia dado aos seus alunos na Universidade de Belo Horizonte, aplicando o modelo transdisciplinar dessa teoria.

Encorajado pela grande receptividade desse seminário, que ele denomina "A Arte de Viver em Paz", ele redige uma exposição pedagógica na qual mostra os aspectos originais dessa contribuição, sobretudo no que se refere a uma síntese de métodos do Oriente e do Ocidente, como também uma teoria e visão transdisciplinar da Paz e da Consciência.

Trata-se verdadeiramente de uma obra internacional a serviço da Paz. Esse trabalho foi apresentado à UNESCO pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil e por sua delegação junto àquela organização, chegando ao conhecimento do Sr. Frederico Maior. A divisão de Educação Humanística, dirigida pela Sra. Kaisa Savolainen, publica-o em francês e inglês, em 1991 e a Sra. Savolainen redige um prefácio à edição inglesa, em Findhorn.


Até o presente, o referido trabalho foi publicado em seis idiomas. O Sr. Robert Muller, Chanceler da Universidade da Paz e agraciado com o Prêmio da UNESCO, faz um prefácio para a edição brasileira. Pouco tempo em seguida, Pierre Weil é convidado a apresentar seu método num seminário regional da UNESCO em Cartum, Sudão. Seu seminário é muito bem aceito por todos os participantes onde a grande maioria de muçulmanos tece grandes elogios à sua obra. 

Em 1993, Pierre Weil apresenta o seu seminário à Universidade da Paz da ONU, em São José da Costa Rica, que nele se inspira para a elaboração de uma logomarca para suas publicações e decide estabelecer um convênio oficial de intercâmbio entre as duas Universidades.

Após ter começado a formar os atores em toda a América do Sul e na Europa, uma Associação Européia de Educação para a Paz é criada especialmente para divulgar a Arte de Viver em Paz em toda a Europa e para multiplicar o processo.

A UNIPAZ se ocupa da Educação, em três níveis; de sensibilização, de formação e de pós-formação, de pesquisas e de ação reparadora daquilo que o ser humano desorganizou ou destruiu em si mesmo, na sociedade ou na natureza.

Pierre Weil conseguiu integrar com êxito, na maior parte dos programas educativos, essa mesma trilogia integrativa de três aspectos da Paz:

1. A Paz consigo próprio (Ecologia e Consciência individuais), sobre os planos do corpo, das emoções e do espírito. 

2. A Paz com os outros (Ecologia e Consciência Sociais), sobre os planos da economia, da sociedade e política, e da cultura.

3. A Paz com a natureza (Ecologia e Consciência do Universo), sobre os planos da matéria, da vida e da informação.




Contribuições à cultura da Paz

Este novo modelo de educação registra-se também como uma contribuição à transdisciplinariedade, recomendada por diferentes declarações da UNESCO.

Ele é também uma aplicação prática do preâmbulo do ato de constituição da UNESCO, no que concerne a Paz no Espírito dos Homens.

Desde o início da UNIPAZ, Pierre Weil dirige pessoalmente uma série de simpósios sobre os seguintes assuntos: A Contribuição das Tradições Espirituais para a Paz e o meio-ambiente, A Diplomacia Silenciosa da Paz, Militares pela Paz, O Papel da Mídia na Paz e na Não Violência, o Transpartidarismo Político, entre outros. Durante cada Congresso Holístico Nacional ou Internacional realizado em Findhorn, Escócia, teve por tema Um Apelo à Paz.

Pode-se também afirmar que a criação da UNIPAZ por Pierre Weil e a sua existência atual em seis campi no Brasil, assim como a sua atuação na Europa e em Israel, constituem uma importante e efetiva contribuição à Cultura da Paz no Mundo.

Pierre Weil tem participação ativa na difusão do Ano Internacional da Cultura da Paz, no Brasil, ao assinar um acordo oficial com o Sr. Wertheim, Diretor da UNESCO para o Brasil, em vista também da difusão permanente dos princípios da UNESCO, na Revista META, órgão da UNIPAZ e na sua Rede da Paz, via Internet.



A Marselhesa da Paz

Sob a influência duma intuição segundo a qual os inúmeros hinos nacionais constituem expressões fortíssimas da cultura da violência e das guerras, como denunciou Federico Maior, Pierre Weil , em 1986, uma década antes dessa declaração do Diretor-Geral da UNESCO, redige uma nova Marselhesa, que ele denomina Hino ao Planeta ou Marselhesa da Paz. 

Ele envia uma cópia a Robert Muller que responde-o exprimindo o seu entusiasmo e declara que ele próprio havia lançado um movimento para a revisão dos hinos nacionais. Robert Muller canta a nova Marselhesa na sede da ONU, com um grupo de amigos e confia o texto ao coral das Nações Unidas. Por seu lado, Pierre Weil, em Strasbourg, a alguns passos do local onde Rouget de Lisles entoou seu hino por vez primeira,  promove o canto do novo texto para cerca de mil participantes de um congresso internacional de psicologia transpessoal. Alguns dias depois, o texto é publicado pela revista l'Express.

Agora que o sonho de Pierre Weil, de um Europa unida, tornou-se realidade, pode-se facilmente perceber quão oportuna se faz a mudança dos textos de inúmeros hinos nacionais, tornando-os compatíveis com o espírito fraternal que presidiu a organização da Europa. Robert Muller e Pierre Weil estão unidos pela realização dessa idéia.




O professor Pierre Weil, psicólogo, educador e escritor, autor de mais de 50 livros, mentor e Reitor da UNIPAZ desde a sua fundação, fez sua passagem em outubro de 2008. O pensamento e a ação de Pierre Weil, com relação a educação para a paz foi uma marco para todos os que buscam uma educação consciente. 

A morte de Pierre Weil não significou o fim de seus ideais. Iniciativas como a Unipaz serão mantidas pelos seguidores do educador, que os preparou  para a sua “passagem” durante 10 anos. 

Quase ninguém chorou no velório do educador e psicólogo francês Pierre Weil. Não que ele não fosse querido, mas porque ensinou as pessoas próximas a lidar com a “passagem” e sempre pregou o desapego como uma grande virtude. “O apego é a grande raiz do sofrimento humano”, dizia. E a maioria de seus 84 anos de vida foram dedicados à luta contra esse sofrimento. O estudioso, que abraçou Brasília como lar havia mais de duas décadas, deixou como legado uma extensa rede de busca pela paz interior e exterior. 



CONSCIÊNCIA - O SEU DESPERTAR?


"Fala-se muito neste fim de século nos meios já inspirados por um novo paradigma cujas vistas estão voltados para o terceiro milênio do "Desenvolvimento de uma nova consciência"...
Na realidade esta expressão é inadequada pois esta consciência não tem nada de novo, e por conseguinte não há nada para desenvolver.
Quando falamos em Consciência, do ponto de vista holístico, nós nos referimos a um espaço luminoso, cuja característica essencial é ser consciente.
Por isto demos a este artigo o título de "DESPERTAR" e não de "desenvolvimento".
Espaço com conscencial constitui o SER a que muitos nomes de caráter divino se tem dado através dos tempos e das culturas, tais como Jahve, Deus Allah, Brahman, Tao, Natureza de Budha, e assim por diante. Mas recentemente se tem falado em Consciência Cósmica, Consciência, Universal, Espaço primordial, Consciência Transpessoal, Super Consciência, entre outros termos.
Assim sendo esta consciência tem um caráter universal, onipresente, onisciente e onipotente.
Esta consciência, pelo seu caráter de onipresença, se encontra também no ser individual, isto é de cada um de nós sem exceção. É a que chamamos de consciência individual. O termo é também usado como sinônimo de Espírito Universal e Espírito Individual ou mesmo alma Universal e Alma Individual. Por conseguinte, pelo seu caráter esterno ela não é nova.
Por esta razão demos aqui o título de despertar da consciência em vez de desenvolvimento, pois, mesmo no ser humano a consciência esta sempre aí.
Muitos vão perguntar porque não temos acesso a consciência individual, a esta presença em nós, se ela está sempre aí?
Embora sempre presente, ela está velada escondida por uma distorção dela mesma; a nossa mente, que emana dela, tende a criar uma miragem, uma ilusão, a da existência de um eu, separado dela e do mundo que se torna percebido como exterior. Cria-se então o que se chama de filosofia, a dualidade sujeito-objeto.
Esta dualidade gera por sua vez o apego ou a rejeição de coisas, pessoas ou idéias que nos causam respectivamente prazer ou dor. Isto leva ao estresse, à doença, ao sofrimento, reforçando então o distanciamento da consciência.
Podemos sair deste círculo vicioso e recobrar a consciência?
A resposta é positiva. Sim, podemos despertar deste estado de sonolência. Como? Principalmente através da meditação. Esta consiste em sentar, em posição de coluna ereta, sem rigidez; concentrando-se sobre a respiração deixa-se os pensamentos aquietar-se, até aparecer o espaço consciencial, até despertar a plena consciência.
A plena consciência é acompanhada de um estado de Paz e de Plenitude e leva a verdadeira Sabedoria e Compaixão por todos os seres ainda no estado de inconsciência."   -  
Pierre Weil




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