Na comparação reside a continuidade do conflito humano
autoconhecimento

Na comparação reside a continuidade do conflito humano



Caro Confrade, o novo paradigma que você encontra, agora, aqui, torna todo seu conhecimento, todo seu acervo de experiências, um enorme marco zero, marco este que, uma vez aceito de mente aberta, lhe prontifica para a experiência unificadora, a qual torna nova todas as coisas e que faz cessar a frenética e insuficiente busca do SI MESMO, fora de si mesmo. Portanto, você que aqui agora chega, pedimos para que se dê a oportunidade de escuta, de uma maneira nunca antes exercitada: uma escuta não comparativa e não acumulativa.

Sabemos por experiência própria que isso que lhe pedimos não é algo fácil, afinal, todo novo paradigma, inevitavelmente passa por três estágios: primeiro é ridicularizado, depois, quando a força lógica e cortante de seu conteúdo afeta as zonas de conforto, é fortemente combatido, tanto no interior como no exterior. Depois, quando sua doçura, feito flor de maio, é espalhada pelo ar, o mesmo é devidamente incorporado em nossa mente e coração, tornando-se parte integrante do Ser que somos, da Consciência que somos.

É importante lançar o aviso que, este novo paradigma, não lhe trará nada de novo, ao contrário, sua divina função está em desestruturar tudo que até então você tem tido por verdade e que, em última análise é a natureza exata de seu ciclo compulsivo de busca de prazer, alívio imediato, seguido de dor elevada à infinitas potências.

Em vista disso é que lhe lançamos o fraterno convite para que acorde para o chamado que o trouxe até aqui; para que perceba que coincidências não existem e que você está no lugar certo, no momento certo para o encontro com o SI MESMO, que não se encontra fora e nem dentro de si mesmo, mas que é SI MESMO.

Isso que você tem buscado fora está mais perto do que o Sopro que lhe habita; está no espaço fecundo entre suas palavras não fecundas; está por detrás desses olhos que por pensar ver, nada veem; está  nesses ouvidos que por pensar sobre aquilo que escutam, não escutam; está nessa boca que, pela ação do pensar, nada saboreia; está por trás desse tato áspero, mecânico, destituído de sensibilidade, o qual impede o contato com a sutileza DAQUILO que somos.

Você chegou até aqui através de um acelerado ciclo compulsivo de reações. Em vista disso é que lhe pedimos por uma ação original, a qual requer o exercício da capacidade de silêncio e de uma escuta holística; uma ação na qual, o infectuoso, separatista e fragmentador processo reativo de comparação, seja por um segundo que seja, deixado de lado, pois esta mensagem, por não ser cumulativa, não requer ação no tempo e no espaço.  

Gostaríamos de falar um pouco sobre esse processo responsável por toda forma de conflitos separatistas e de toda nefasta fragmentação. Como a própria palavra nos apresenta na somatória de suas vogais e consoantes, a "comparação" faz cessar, faz parar a ação que aponta para o "com", e que nos mostra que, aquilo que fora buscamos, já se encontra com aquilo que, em nossa natureza real, somos.

Nosso sofrimento maior está na identificação ilusória causada pela crença de que somos o conteúdo desconexo das imagens e falas que de forma autômato se processam em na mente; de que somos o resultado das emoções e sentimentos que se manifestam no corpo físico, no organismo. A adulterada educação recebida de adultos adulterados nos fez acreditar nessa secular ilusão, a qual, desde a infância, nos fez sempre sentir que algo sempre esteve errado, de que algo, de fato, não se encaixava.

Você se encontra agora diante de um importante rito de passagem; ouso dizer que o mesmo, uma vez devidamente compreendido, pode se mostrar o último; só é preciso um passo, passo este, que se for dado de forma holística, se mostrará o último.

Você sempre soube que algo estava errado e sempre disse para si mesmo que, ao crescer, sua vida seria muito diferente da vida que ao seu redor lhe era apresentada; com certeza você deve ter pensado um dia, ter sua vida muito diferente da vida de seus pais. Eu lhe convido para, aqui e agora, ser honesto consigo mesmo, diante deste limiar que se apresenta à sua frente: sua vida, no que diz respeito ao material e ao tecnológico, talvez, seja um tanto diferente da vida de seus pais, mas, no que diz respeito a embolorada escala de valores, aos arcaicos e disfuncionais sistemas de crença separatistas, ao seu estagnante conteúdo psíquico, no que se diferenciam?

Veja com mente e coração bem abertos, os resultados que já dão seus sinais pela adulteração transmitida aos seus entes queridos, adulteração essa resultante da inconsciente perpetuação de sua estagnante herança psíquica. Olhe para isso bem de frente, e olhe para a culpa que de imediato sua mente procurará projetar.

Sei que não é nada fácil assumir para si mesmo — que dirá para os demais —, que apesar de ter um dia sonhado ser diferente, você continua o mesmo, vivendo como seus pais, um adulterado adulto adulterante. Mais do que depressa, preciso lhe avisar para não se identificar com as escapistas e rancorosas falas que agora, de forma mecânica e acelerada, tentam fazer de seus pais e professores, "bodes expiatórios" para o enorme estrago que se apresenta à sua frente. Você precisa ter consciência de que diante de tal constatação, não existem culpados; somos todos vítimas, vitimizadoras; somos todos sobreviventes em meio de sobreviventes; com certeza, tanto eles como você, tentaram dar o seu melhor. No entanto, precisamos ousar ser adultos e, como adultos, ser responsáveis em constatar que o melhor está muito distante do que possa ser a "Excelência do Ser".

Talvez você esteja se perguntando agora, como reparar tanta inconsciente adulteração, tanto de si mesmo, como das demais pessoas significativas de sua vida de relação (isso sem falar da sua participação na adulteração deste imenso e belo planeta da qual você é apenas uma das partes integrantes).

Talvez eu posso lhe falar sobre isso mas, será que você tem ouvidos para escutar? Não sei! Pelo que tenho visto até aqui, são poucos os que não procuram se defender através da repetição de incertas certezas emprestadas, através da proliferação do conteúdo não-reciclável de seu lixo cultural e de seus arcaicos sistemas de crença, os quais erroneamente insistem chamar de religião.

O fato é que vivemos uma grande ilusão, essa expressa pela inconsciente identificação com a imagem que nos incentivaram a fazer de nós mesmos e que, ao longo dos anos, insanamente estivemos alimentando. Fique tranquilo, apesar de sua mente insistir em dizer o contrário, você não pode ser responsabilizado por isso, afinal, qual adulto adulterado ousaria se colocar como juiz e carrasco de seu irmãozinho adulteradamente doente? Você só poderá ser responsabilizado pela consciência que de forma ilusória você acredita trazer com você, se, agora, diante deste portal, diante deste rito de passagem, mediante à arrogância de seu velho e embolorado arquivo de conhecimento, disfarçado com o cheiro da naftalina espiritualista, decidir fechar seus ouvidos e olhos para isto que diante de si, no ressucitante poder do agora, se apresenta.

Nós temos uma mensagem muito simples para lhe transmitir, mas, como nossa experiência tem demonstrado, pela simplicidade da mesma e pelo fato de você estar profundamente viciado em buscar por complexidades, é bem provável que, de modo imaturo, você não a leve com seriedade, apesar da seriedade de uma existência sem vida, desprovida de real sentido, a qual feito fardo pesado, há décadas você carrega em seus ombros cansados e espinha curvada.

A mensagem é apenas uma: você não é nada do que pensa ser!... Vamos repetir agora, de forma ainda mais enfática: você não é nada do que você pensa ser!... Você não é essa imagem que há décadas insiste em apresentar para um mundo de imagens com as quais pensa se relacionar; aliás, se nos permite outro aviso, você nem sequer sabe o que significa uma genuína relação.

Sabemos por experiência própria que não é nada fácil se deparar com essas possantes, cortantes e desestruturantes afirmações; sabemos que não é nada fácil assumir para si mesmo que, apesar dos anos vividos, até agora, ao se olhar diante de um espelho, desconhece a realidade e a natureza original daquilo que vê. Não é nada fácil assumir-se um analfabeto de si mesmo!

Se sua sensibilidade não estiver muito adulterada, talvez, como alguns de nós, nesse instante, por ouvir isto, sua respiração se apresente um tanto ofegante; isso é bem natural, são reflexos da doença do "não-Ser", causados pelo indevido crédito dado à um modo de existir baseado no "psedudo-ter". Saiba que quase todos nós, também nos consumimos em nome da ilusão de poder consumir, com o intuito de poder — para outras imagens — aparentar ser algo, que nada tem a ver com a realidade do Sopro que lhe habita; foi por causa disso que, tanto nós como você, perdemos o nosso genuíno ritmo, o qual agora, tenta vir à tona em meio desse seu estado ofegante; alguns de nós dão à isso, o rótulo de "bronquite asmática".

Você poderia se libertar de tudo isso, de imediato, neste exato agora, mas, mediante a adulterante insanidade da identificação com tamanho fardo de condicionamentos gerados pela rede do pensamento coletivo, achamos que, no momento, isso se mostre quase impossível; alguns até que tentaram, e de boa fé, o que resultou no torpor de uma por nós conhecida experiência iniciática, a qual, por não ter sido devidamente compreendida, os manteve por longos períodos no delirante e contagiante estado, o qual chamamos de escapismo místico, fonte do enorme tropeço do auto-engano que limita a possibilidade de descoberta da realidade do Ser que somos.

De fato, tudo é muito simples e tudo está aí, portanto, não há mais a necessidade de, feito barata em dia de mudança, continuar correndo atrás de algum abrigo seguro, aliás esse vício pela busca de segurança psicológica é que tem se mostrado o combustível propulsor de tanta identificação ilusória com a imensa rede de influências dispersivas, as quais têm por única finalidade, entreter nossa mente por demais embotada, para que a mesma, de forma alguma, em seu interior, possa ver subir à superfície os ecos da negligenciada mas tão estrutura pergunta: Que sou eu?

Gostaríamos de alertá-lo para o fato de que a resposta para essa libertadora pergunta está aí, bem no lugar que você se encontra agora, sob a forte estrutura dos seus condicionamentos. Saiba que você se encontra agora diante de uma mensagem que em sua essência, traz os explosivos necessários para a silenciosa implosão de seus herdados condicionamentos adulterantes. A única coisa que se faz necessária de sua parte é o se permitir a instalação de um fecundo estado de prontificação, expresso numa postura de boa vontade e mente aberta, diante do estudo de si, com ajuda das ferramentas que agora, com a calorosa alegria de um coração que pensa e uma mente que sente, à você, em suas mãos depositamos. Ouse dar essa oportunidade a si mesmo e, nessa oportunidade, experienciar a benção do conhecimento direto do SI MESMO.

É com alegria que lhe afirmamos: esta existência não é um beco sem saída; ao contrário, ela é uma estrada de Vida Quântica de infinitas possibilidades, a qual, em silêncio, no ritmo único de seu sopro, amorosamente lhe aguarda. Portanto, desperto confrade, permita-se debruçar-se de boa vontade sobre estas ferramentas; se assim o fizer, muito em breve, poderemos lhe dizer: seja bem vindo à raça humana!

Um fraterabraço, um beijo em seu coração e um doloroso chute em suas canelas!
Bem haja excelência no agora!
Outsider44





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