autoconhecimento
O que é escolhido não pode ser verdadeiro.
O que é escolhido não pode ser verdadeiro.
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Para conhecerem a plenitude, a realidade, precisam de estar num estado de intenso percebimento, que só podem atingir, quando enfrentam uma crise.
A maioria de vocês tem passado por crises de várias espécies, relativas a dinheiro, pessoas, amor e morte, e quando são colhidos numa destas crises, vocês têm de escolher, de decidir. Como decidem? A decisão de vocês nasce do medo, do desejo, da sensação.
Assim, estão apenas adiando; estão escolhendo o que é conveniente, o que é agradável, e, por conseguinte, estão meramente criando outra sombra pela qual terão de passar.
Só quando sentem o absurdo da atual existência de vocês, e isto não apenas intelectualmente, mas com todo o coração e mente — quando realmente sentem o absurdo desta escolha contínua — então, deste percebimento, nasce o discernimento. Então, não escolhem, agem.
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Alguns cientistas sustentam que a hereditariedade explica as tendências e peculiaridades do indivíduo, e outros afirmam que ele é o resultado do ambiente , meramente uma entidade social. Destas afirmações, que nos confundem, qual devemos escolher?
Que é o homem? Como compreendermos o significado da morte e a profunda angústia que a acompanha? Aceitando meramente as várias afirmações, poderemos resolver a tristeza e o mistério da morte? Seremos capazes de escolher por entre essas explicações, aquela que é verdadeira? Será isso um assunto de escolha?
O que é escolhido não pode ser verdadeiro. O real não pode ser encontrado nos opostos, porque os opostos são apenas o jogo recíproco de relações. Se o que é verdadeiro não pode ser encontrado nos opostos, o que é escolhido não conduz à compreensão da verdade, então, o que se deve fazer? Devem compreender por vocês mesmos o processo do próprio ser e não aceitar meramente as investigações dos cientistas ou as afirmações das religiões. Ao discernirem plenamente o processo do próprio ser, serão capazes de compreender o sofrimento e angústia da solidão que advém com a sombra da morte. Enquanto não perceberem profundamente o processo de vocês mesmos, a consideração do além, a teoria da reencarnação, a explicação dos espíritas tem de permanecer superficial, proporcionando consolação temporária, que só impede o despertar da inteligência. O discernimento é essencial para a compreensão do processo do "eu".
É só por meio do discernimento que poderão resolver os múltiplos problemas que o processo do "eu" sempre cria para si mesmo.
Vocês procuram se libertar do sofrimento, por meio de explicações, de entorpecentes, da bebida, dos divertimentos ou da resignação, e não obstante o sofrimento continua. Se quiserem colocar fim à tristeza, precisam de compreender o processo de divisão na consciência, que cria conflito e torna a mente um campo de batalha de muitos desejos. Pelo discernimento sem escolha, desperta-se a intuição criadora, a inteligência, que é a única a poder libertar a mente — coração dos múltiplos processos sutis da ignorância, do desejo e do medo.
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Onde há escolha e capacidade de escolha há somente limitação. Somente quando cessa a escolha, há libertação, plenitude, pujança de ação, que é a vida mesma. A criação é sem escolha, como a vida é sem escolha, como o entendimento é sem escolha. Assim, é a verdade; é uma ação contínua, um eterno vir-a-ser, em que não há escolha.
É discernimento puro.
Krishnamurti — O medo – 1946 - ICK
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