O que mudou no mercado de trabalho?
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O que mudou no mercado de trabalho?


Feitor

Continuamos hoje a falar sobre trabalho. O que mudou nestes últimos tempos?

Já em meu primeiro emprego, como psicóloga em uma empresa, chamou-me a atenção a maneira como o empresário e seus subordinados em cargos de chefia tratavam os funcionários. Eu via desrespeito, perseguições, exploração (horas extras não remuneradas)) e apesar disso me era solicitado trabalhar para conseguir que os funcionários “vestissem a camiseta da empresa”.

Essa era a realidade, quando me formei, e ainda o é atualmente, hoje mais restrita a empresas comandadas por empresários de pouca cultura e/ou pouca inteligência.

Durante muitos anos como psicóloga e mais tarde como consultora autônoma em RH, sempre me vi como “pára-choque” entre os funcionários reclamando (com razão) da maneira como eram tratados e as chefias ou dono da empresa que queriam competência e produtividade, mas não abriam mão de um comando autoritário e desumano.

Já é antiga a frase: “o principal capital de uma empresa é o capital humano”. Frase de efeito muito citada por empresários quando em frente às câmeras de TV, porém que fica só da boca pra fora.

Bom, mas parece que após tanto tempo de existência da Administração como ciência, finalmente bons e inteligentes empresários estão dando a devida importância ao seu capital humano. Sinal dos novos tempos onde a consciência está aumentando, pois tratar funcionários com dignidade e respeito é sinal de consciência mais evoluída.

Atualmente já podemos ver na mídia exemplos de empresas que propiciam a seus funcionários creche para os filhos, salas para condicionamento físico, horários de entrada flexível, serviço de atendimento psicoterapêutico, promoções por mérito, qualificação profissional, etc.

Certamente ainda são poucas dentro do imenso número de empresas que existem e ainda, vez por outra, aparece na mídia casos de trabalho quase escravo, como recentemente foi flagrado em São Paulo.

Vivemos, desde que existe o trabalho remunerado, num círculo vicioso cruel: pessoas precisam de emprego para se sustentar e às suas famílias, empresários, sabendo disso, tratam seus funcionários conforme sua ganância e desumanidade lhes dita porque crêem que seus funcionários não pedirão demissão.

Além de gananciosos e desumanos – burros! Sim, porque é burrice não reconhecer que pessoas contentes com sua empresa e/ou chefias trabalham com maior motivação e são mais produtivas.

A mudança que estamos observando hoje nas empresas provavelmente é devida a essa nova geração de trabalhadores – a geração Y. Essa meninada, diferentemente de seus antecessores, não permanece num emprego que considere ruim seja por ser maltratado ou por não ver perspectivas de crescimento funcional e/ou profissional. Eles “chutam o balde” mesmo e trocam de emprego sem maiores pruridos de consciência, até porque boa parte deles conta com o respaldo dos pais (também chamada de geração canguru).

Tendo respaldo ou não, meus parabéns a essa geração porque estão mudando um comportamento anacrônico dos “patrões”.

Os empresários estão se dando conta que pessoas são um fator competitivo e estão disputando os melhores profissionais. Estão “descobrindo” que precisa haver sintonia entre a empresa e os funcionários e que no gerenciamento de pessoas é preciso primeiro escutá-las.

Este é o novo cenário no mercado de trabalho, mas para que se torne generalizado é preciso que os trabalhadores, os funcionários também façam a sua parte, desenvolvendo suas consciências, reivindicando melhor tratamento e mudanças laborais, mas sendo comprometidos com seu trabalho e sua empresa quando atendidos em suas solicitações.

Uma nova era laboral se vislumbra, mas tem que haver ações e atitudes de ambas as partes, patrões e empregados.

Imagem: historiaemaulas.blogspot.com

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