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OS 7 PIORES LUGARES DO MUNDO PARA SER UMA MULHER
Em todos os cantos do mundo, não é raro encontrarmos países que, por uma série de razões, ainda realizam práticas abusivas contra mulheres - pelo simples fato de serem mulheres.
Estupros, abusos e outras violências físicas são acompanhadas de proibições, ausência de isonomia e humilhações incompatíveis com um mundo civilizado.
Da Ásia à América Latina: conheça os lugares onde a pior coisa que pode acontecer com você é ter nascido mulher.
Coreia do Norte:
A situação feminina na Coreia do Norte é pouco conhecida, dado que o país é extremamente fechado e diversas áreas são inacessíveis para estrangeiros. Apesar disso, não é raro vermos fugitivos norte coreanos relatando as crueldades cometidas pelo regime contra as mulheres.
Além de lidarem com a fome, a escassez, a censura e a repressão – como qualquer habitante do país que não faça parte da elite do partido – as mulheres contam que o estupro é uma prática relativamente comum nos campos de trabalho forçado, geralmente cometidos pelos guardas. Para piorar, se a vítima tem o azar de ficar grávida, pode ser assassinada para evitar que uma criança “politicamente impura” nasça.
As crianças que conseguem nascer dentro dos campos de concentração logo são obrigadas a praticarem sexo com os guardas em troca de comida. Ex-prisioneiras relatam que é uma espécie de “jogo”: como a comida é escassa, essa é a única forma que elas encontram para não morrerem de fome; é um jogo de trocas ao qual elas são obrigadas a se submeterem.
Para uma mulher norte coreana, o ápice social é se tornar uma controladora de trânsito. Sem energia suficiente para gastar com luxos como semáforos (com uma frota com meros 25 mil veículos) há mais de quarenta anos algumas mulheres são responsáveis por cuidar do trânsito – embora sejam proibidas de dirigir ou de andar de bicicleta na capital do país. Por gesticularem sem parar, mesmo quando não há um único veículo na via, as mulheres-semáforos norte coreanas são vistas como símbolos sexuais e exemplo de dedicação ao trabalho e amor ao partido – chegam a protagonizar alguns filmes produzidos pelo pobre cinema de Pyongyang (como “Sentinelas do Cruzamento“). Não raro, porém, são as acusações de que sofrem abusos sexuais das autoridades.
De 60% a 70% dos desertores norte coreanos são mulheres – das quais, 70% a 80% acabam rendidas por traficantes de seres humanos, atuando como escravas sexuais (seus preços variam de US$120 a US$1.890). Vale lembrar que não é incomum também o tráfico de mulheres chinesas, embora elas sejam consideravelmente mais caras que as escravas norte coreanas. Há uma “demanda” por mulheres norte coreanas graças à falta de mulheres chinesas no país – impulsionado pela política do filho único e os constantes infanticídios femininos. No nordeste da China, região que faz fronteira com a Coreia do Norte, essa relação já é de 14 homens para cada mulher apta a casar.
O pequeno país do sul-asiático de Myanmar é um dos mais fechados e restritos do mundo, o que dificulta a troca de informações com o ocidente. Entretanto, não é segredo para ninguém que o território passou por um regime militar socialista entre 1962 e 2011.
Durante o período, o exército do país entrou em conflitos com grupos étnicos dentro do próprio território – como seus atos não podiam ser julgados como crimes, os militares utilizaram o estupro como forma de intimidação e de conseguir informações das pequenas aldeias e tribos do interior.
Além das agressões físicas, os guardas realizavam pressões psicológicas, humilhavam mulheres por sua religião ou etnia e realizaram uma espécie de limpeza étnica, forçando mulheres de outras etnias a praticarem sexo com os guardas birmaneses. Durante a ditadura, as mulheres também tiveram direitos como o voto e a participação política negados.
Foram quase 50 anos de regime militar, que deixaram uma herança trágica para o país: pobreza, fome e pouco desenvolvimento. E mesmo com as recentes evoluções institucionais, os estupros ainda são práticas constantes próximo às bases militares e em regiões mais afastadas.
Cerca de 1.095 mulheres são estupradas todos os dias na República Democrática do Congo. O país é apelidado de “capital mundial do estupro”, tamanho o número de casos. Acredita-se que o grande número de crimes cometidos durante os anos de guerra deram às comunidades a percepção de que o estupro é algo “normal” e “aceitável”, o que só agrava o problema.
Os soldados também possuem a visão de que o estupro é algo comum e afirmam que ele é uma “poção mágica”, que lhes da poder para enfrentar o inimigo; outros, apesar de não verem a violência como algo normal, dizem que o demônio é quem os leva a cometer o crime. As milícias também estupram e matam aldeãs para provocar o terror nas aldeias e vilas próximas às minas de diamantes, como forma de espantar a população local e ganhar acesso aos recursos minerais. Muitos deles disseram serem obrigados pelos seus superiores a cometerem esse tipo de abuso.
As mulheres que não são mortas pelas milícias, são capturadas para serem usadas como escravas sexuais ou para tarefas domésticas. Muitas crianças também viram escravas sexuais, enquanto outras são treinadas para virarem soldados.
Enquanto isso, a maioria das mulheres que engravidam de estupradores são forçadas a abortarem pelos milicianos. Caso a criança nasça, seu destino é ser excluída da sociedade ou morta.
Além de enfrentarem o tiro cruzado dos conflitos militares que tomam o país, as afegãs são segregadas da vida política e social, sendo proibidas de exercerem cargos políticos e algumas outras profissões, como serem policiais ou apresentadoras de TV. As poucas que tentam desafiar o status quo, ocupando cargos políticos, são humilhadas e podem ser assassinadas.
A Unicef ainda estima que, devido às baixas condições de higiene e a falta de médicos, 1 em cada 11 mulheres morre durante o parto, um número muito alto em comparação com outros países.
Maltratadas violentamente, violadas brutalmente, acusadas injustamente, ignoradas, descriminadas e espancadas; estes são poucos dos obstáculos que estas mulheres tentam ultrapassar no seu dia-a-dia.
A cultura afegã também é repressiva com as mulheres, que participam de casamentos forçados e são punidas com apedrejamento ou ácido jogado sobre a pele. As áreas rurais e sob domínio do Talibã são as mais violentas, segundo a Global Rights.
A legislação também atua nesse sentido, já que não tem prevê pena para estupro e considera o adultério um crime. Assim, muitas mulheres que sofrem estupro não podem denunciar seu agressor, pois correm o risco de serem presas. Algumas ainda são pressionadas pelos familiares para casarem-se com o agressor, de forma preservar a honra da família.
Não é preciso ir até a África ou à Ásia para encontrar casos de mulheres sofrendo repressões e descaso das autoridades públicas.
Após grupos guerrilheiros emergirem na Colômbia, diversas áreas rurais foram tomadas para o plantio de coca no país, notavelmente pelas FARC. Muitos dos traficantes também possuem representação dentro da política, o que lhes garante impunidade diante de crimes cometidos.
Como forma de expandir seu domínio, as FARC e outros grupos guerrilheiros vem tomando comunidades rurais usando o estupro como tática de guerra. Os abusos ocorrem como forma de amedrontar a população local e também é usado como forma de punir as mulheres que desobedecem os milicianos. Algumas são levadas embora com os guerrilheiros, de maneira forçada.
Em relatório lançado em 2001, a ONU relatou casos de meninas adolescentes que eram seduzidas por guerrilheiros das FARC e levadas até os acampamentos. Lá, eram abusadas sexualmente e obrigadas a permanecerem como parceiras dos líderes do grupo, sem chance de escaparem.
O Jornal Colombia Reports lançou em 2013 uma pesquisa feita com mulheres que estiveram sob poder das FARC. A pesquisa apontou que entre 80% e 90% das mulheres sofreram ao menos um aborto forçado. A ONU também divulgou que o aborto forçado consta nos materiais de instruções dados aos rebeldes, “já que as crianças são um evidente fardo aos guerrilheiros, que precisam se mover continuamente, carregar grandes cargas e sofrer com uma dieta precária”.
Após a revolução Islâmica, o Irã adotou uma constituição baseada nos códigos morais do Islamismo, que é contra a igualdade entre homens e mulheres perante a lei.
A segregação legal ocorre nas cortes, onde a palavra de uma mulher vale “a metade da palavra de dois homens”, nos processos de divórcio, que são muito mais burocráticos para mulheres, e até nos seguros de vida, que pagam o dobro pela morte acidental de um homem.
Mulheres também são proibidas de se casarem com homens não islâmicos, enquanto homens possuem o direito de se casarem com mulheres não islâmicas.
O país ainda pune com apedrejamentos mulheres adúlteras e é comum que mulheres estupradas sejam consideradas adúlteras, assim como ocorre no Afeganistão. Um caso recente foi da garota Aisha Ibrahim Duhulow, que em 2008 denunciou às milícias de sua cidade que havia sido estuprada por 3 homens. A garota, porém, foi acusada de adultério e apedrejada por 50 homens.
Outro caso que chama a atenção foi o da morte de Arifa Bibi, apedrejada ano passado pelo crime de portar um telefone celular.
Quando comparado com o Antigo Egito, o Egito Moderno parece primitivo. Embora o papel da mulher não fosse totalmente respeitado na sociedade, a antiga civilização egípcia foi uma das mais avançadas nesse quesito, onde o sexo não era determinante para diversos cargos políticos e as mulheres eram tidas como “essenciais para a criação e manutenção da prole”.
Em contraste, as forças armadas do Egito atual são conhecidas por humilharem mulheres que participam de protestos. Elas são insultadas de “cachorras” e “putas”. Algumas passam por testes de virgindade, cujo resultado é usado para denegrir sua imagem. Existem ainda, casos de mulheres que são despidas e jogadas nuas nas ruas, como forma de humilhação.
O governo e a polícia são acusados de serem omissos diante dos casos de abuso sexual e jornalistas que tentam noticiar os crimes são censuradas. A própria cultura do país também é repressiva e ser vítima de estupro é considerado algo “vergonhoso”.
Não bastasse, o Egito tem um longo histórico de mutilação genital realizada em meninas. As mutilações são geralmente realizadas em garotas prestes a se casarem, numa taxa alarmante de 91%. Para piorar, cerca de 23% dessas mutilações ocorrem sem uso de aparo cirúrgico esterilizado, o que contribui para a transmissão de doenças.
Fonte:http://spotniks.com/os-7-piores-lugares-mundo-para-ser-uma-mulher/
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