Vamos ao segundo bloco com mais quatro lições. Antes porém, devo relatar que recebi alguns e-mails de pessoas que não quiseram se manifestar pelo espaço de comentários do blog. Entendo perfeitamente esse zelo pelo anonimato porque as pessoas têm mesmo receio de tratar desses assuntos publicamente. É assim mesmo. Reservadamente algumas pessoas até confessam e se interessam pelo assunto. Mas publicamente agem de modo diferente e contraditório e fazem coro com aqueles seres que preferem viver na ignorância.
Quem quiser se manter no anonimato, utilize o espaço dos comentários e escolha a opção "anônimo". Está bem assim?
Luz e Paz!
LIÇÃO 5
Técnica para relaxamento
Nesta lição vamos aprender a importância de fazermos o relaxamento do corpo, os benefícios que isso trará e sua importância para a prática das técnicas de projeção astral e de meditação, que serão vistas nas próximas lições do curso.
Estudos no campo da psicologia revelaram que uma pessoa que pratica regularmente alguma técnica de relaxamento tem uma possibilidade muito grande de evitar doenças causadas pelo stress, de poder lidar melhor com a ansiedade, de ter um melhor relacionamento interpessoal, etc.
Quando praticamos o relaxamento nosso objetivo é “esquecermos” de nosso corpo, isto é, deixá-lo tão relaxado e sem tensões de tal forma que seria como se ele não estivesse ali, como se naquele momento não tivéssemos corpo físico.
Além dos benefícios para a saúde que já vimos, o relaxamento será a primeira etapa das técnicas que aprenderemos para a projeção astral e para a meditação.
Por isso desde já comece a praticar a técnica de relaxamento que daremos a seguir para ir se acostumando.
Se possível pratique pelo menos uma vez ao dia no horário que achar mais conveniente.
Quanto mais praticar melhor.
A técnica que aprenderemos para fazer o relaxamento é muito simples e ao mesmo tempo muito eficiente, e a chamamos de “Técnica da luz azul”.
Para praticá-la usaremos nossa concentração e imaginação combinadas, da forma como é descrito abaixo:
• Primeiramente devemos nos deitar em uma posição confortável o suficiente para não precisarmos nos mexer mais, escolhendo um lugar silencioso, tranqüilo e bem arejado. O quarto de dormir normalmente é o ideal.
• Agora fechamos os olhos, nos concentramos e vamos imaginar, ou seja, visualizar com a mente, todo nosso corpo que está deitado, da melhor forma que conseguirmos, dos pés à cabeça.
• Depois disso vamos começar a imaginar uma luz azul celeste preenchendo nosso corpo, começando pelos dedos dos pés, preenchendo todo o pé, o tornozelo, as panturrilhas e assim por diante até o topo da cabeça. Não imagine apenas essa luz apenas revestindo seu corpo, mas sim imagine que ela preenche seu corpo como se ele fosse oco.
• Faça a etapa anterior sem pressa e imaginando da melhor forma possível todo esse processo, sentindo o relaxamento de cada músculo por onde passa a luz azul.
• Ao final da prática o corpo deverá estar totalmente tomado pela luz azul, assim como também totalmente relaxado. Se achar necessário repita todas as etapas novamente.
Pode ser que você tenha alguma dificuldade em se concentrar e em manter a imagem na mente. Isso é reflexo de nossa falta de concentração. Não se preocupe, pois com a prática isso irá melhorando.
Além disso, no curso teremos uma lição que tratará exclusivamente do tema da concentração e como desenvolvê-la.
Além da técnica oferecida pelo curso, seguem outras dicas abaixo. A intenção é a de oferecer opções que melhor se adaptem a você. Cada pessoa tem uma maneira diferente de conseguir o relaxamento. Você não deve fazer todas elas para não confundir seu corpo. Faça testes com cada uma delas e escolha a que melhor se adapta. Dica: Para não sair desta página, clique nos links com o lado direito do mouse e escolha "outra aba" ou "página".
1. http://www.iipc.org/ciencias/tecnicas.php do Instituto de Conscienciologia.
2. Também ajuda a instalação do EV (Estado Vibracional). Tanto usado pelo Saulo Caldeiron do site Viagem Astral, quanto pelo IIPC. Eu costumo usar esta técnica.
Instalando o EV 1. Em posição ereta, com os pés separados um do outro, ou mesmo deitado, feche os olhos, solte os membros do corpo, procurando uma posição confortável e um estado de relaxamento do corpo físico. Dirija o fluxo das suas energias, pela impulsão da vontade, do alto da cabeça até os pés. Até que o procedimento se torne habitual, é importante imaginar um fluxo luminoso de energia fluindo por todo o corpo, indo e vindo, continuamente. Se nas primeiras tentativas a percepção do fluxo de energia não acontecer naturalmente, não se incomode. Aos poucos, com a prática, você condicionará as suas energias e qualificará a percepção de todo o processo. (imagine um scanner de luz passando pelo seu corpo).
2. Quando o fluxo de energia estiver instalado, com as energias percorrendo todo o corpo, você começará o processo de aceleração do fluxo energético. Com controle da situação, aumente a velocidade do percurso energético, do alto da cabeça até os pés, intensificando-o cada vez mais. De forma natural, com a continuidade da intensificação das bioenergias, as sensações do estado vibracional se tornarão mais nítidas. Mantenha o procedimento sem se deixar abater pela euforia emocional, na medida em que os efeitos das bioenergias em estado de vibração forem claramente perceptíveis. Neste ponto, geralmente, houve desbloqueio dos chacras e uma agradável sensação de relaxamento, bem estar e conforto.
Veja abaixo um vídeo demonstrativo para melhor compreensão da técnica.
LIÇÃO 6
O morrer psicológico
Nas lições anteriores já aprendemos sobre nossa constituição interior e sobre os defeitos psicológicos, e também como estes atuam nos centros da máquina humana.
Aprendemos também que podemos ver e sentir estes defeitos agindo através do sentido da autoobservação. Nesta lição aprenderemos o principal tema de todo o curso, pois corresponde à etapa principal para todas as pessoas que realmente querem mudar interiormente, que desejam transformar a si mesmas em pessoas melhores, eliminando de seu interior os elementos psicológicos indesejáveis que são os responsáveis pelas nossas limitações, inconsciência e sofrimentos.
Este tema é o morrer psicológico, também conhecido como morte psicológica ou ainda morte mística.
Renascença (ou as mortes do ego)
Vou me matar novamente Já fiz isso outras vezes Porque assim posso nascer de novo Em uma nova consciência e uma nova mente
Sendo assim, nasço um ser novo, diferente Assim como os pássaros mudam a plumagem Assim como o camaleão muda de imagem Assim como a larva evolui na crisálida E do ovo nasce a serpente
Vou me matar novamente Mas não é morte tampouco Ao contrário, é renascimento, recomeço Assim como a sobrevida da fênix
Vou me matar novamente Porque tenho sete vidas Assim, como um gato renitente
E renasço mais forte, cada vez que morro E renasço mais sábio, mais experiente
Joaquim Alves
Vamos agora fazer uma rápida recordação de alguns pontos já estudados e que são fundamentais para a compreensão deste tema.
Veja novamente o gráfico da primeira lição que mostra nossa constituição interior.
O que é importante sabermos claramente para esta lição são os conceitos de ego e de Essência.
Então vejamos:
O ego
O ego é a soma de nossos muitos defeitos psicológicos que vivem em nosso mundo interior, que foram criados e continuam a ser alimentados inconscientemente por nós mesmos. Esses defeitos se nutrem das energias dos centros da máquina humana. Cada um desses defeitos é chamado tambémde eu ou detalhe do ego.
O ego é realmente a causa de nossos sofrimentos, inconsciência, erros, vícios, medos, fraquezas ,etc.
No antigo Egito o ego era conhecido como os demônios vermelhos de Seth.
No Bhagavad-Gita o ego é simbolizado como os “parentes” com os quais Arjuna, iluminado diretamente pelo Sr. Krishna, deveria travar terríveis batalhas.
Na mitologia o ego é, entre outros simbolismos, representado pela Medusa, causadora de todo tipo de sofrimento aos homens e que é decapitada pela espada de Perseu.
Na Bíblia podemos reconhecer o ego na passagem na qual o grande Mestre Jesus pergunta ao demônio que possuía o infeliz geraseno qual era o seu nome, sendo que este lhe responde: “Meu nome é Legião, porque somos muitos.” (Marcos - 5,1-20).
Também dentro do cristianismo podemos encontrar o ego representado nos chamados sete pecados capitais relacionados por Tomás de Aquino: luxúria, ira, inveja, cobiça, gula, preguiça e orgulho.
Enquanto mantermos em nosso interior essa natureza inumana, seremos criaturas limitadas, inconscientes, sofredoras e vítimas das circunstâncias.
Se os seres humanos não carregassem dentro de si o ego, o mundo seria um verdadeiro paraíso.
A Essência
Nossa consciência é uma partícula divina, que podemos também chamá-la de Essência.
Conforme escreveu Victor Hugo:
"Escuta tua consciência antes de agir, porque a consciência é Deus presente no homem”.
A Essência é o que de mais nobre levamos dentro e é imortal.
Conforme vamos eliminando os detalhes do ego vamos fortalecendo essa consciência ou alma, já que cada eu mantêm aprisionada uma fração de nossa Essência.
Considere cada eu como uma garrafa que mantêm um pouco de nossa consciência aprisionada.
Quebrando a garrafa retorna a nós aquela parcela de consciência que estava aprisionada. Assim é como vamos realmente mudando interiormente, substituindo pouco a pouco nossos muitos defeitos psicológicos por nobres e belas virtudes.
A Mãe Divina
Há também em nós uma outra partícula divina a qual chamamos de Mãe Divina.
Nas antigas culturas ela sempre foi conhecida e venerada.
A casta Diana grega, a Isis egípcia, a Tonantzin asteca, a Shakti hindu, a Stella Maris dos alquimistas medievais, a Maria - Nossa Senhora dos cristãos, etc, são os outros nomes atribuídos à Mãe Divina dentro dos simbolismos de cada cultura e época.
Assim como nossa mãe física, ela zela por seu filho ou filha e é individual. Cada ser humano tem a sua.
Devemos sempre pedir seu auxílio, seu conforto e sua proteção.
Ela nunca abandona o filho suplicante, desde que este tenha uma conduta reta. Sua missão principal em nós é justamente a eliminação do ego, de cada defeito psicológico que conseguimos perceber através da auto-observação.
Com a ajuda dela é que vamos morrendo psicologicamente, eliminando os defeitos psicológicos.
A Morte Psicológica
O trabalho da morte psicológica é antiquíssimo e sempre foi ensinado à humanidade pelos vários Mestres ou Avatares que vieram para instruí-la, mostrando-lhe os meios para acabar com seus próprios sofrimentos e limitações.
Jesus Cristo (o mais exaltado de todos), Buda, Quetzalcoatl (O Cristo asteca), Hermes Trismegisto no Egito, Krishina entre outros.
Cada um ensinou a mesma doutrina, porém adaptada ao seu tempo, com seus próprios termos e símbolos.
Infelizmente quando o Mestre parte, os homens, manipulados por seus próprios egos, começam a distorcer a doutrina e pouco a pouco o principal se perde ou é oculto da humanidade.
Passemos à prática:
Primeiramente é fundamental estar em auto-observação, prestando atenção em nossas emoções, sentimentos, pensamentos, etc.
Quando percebermos a atuação de um defeito psicológico em algum dos centros da máquina humana, pedimos mentalmente a nossa Mãe Divina para que ela elimine esse defeito, que o desintegre.
O detalhe é então imediatamente eliminado e resgatamos a parcela de consciência que ele aprisionava.
É realmente muito simples.
Cada pessoa faz a petição como achar melhor, de coração, porém de forma enérgica, como quando um filho pede algo urgente a sua mãe.
A mãe então atende prontamente.
Cada um tem suas próprias palavras, mas um exemplo é: “Mãe minha, elimine esse defeito, desintegre-o!”.
Se um mesmo tipo de defeito insiste em atuar seguidamente tornamos a pedir por sua eliminação.
Isso pode ocorrer quando um defeito é muito forte, quando foi muito “alimentado” através do tempo.
Contudo, utilizando a técnica da morte psicológica toda vez que o defeito atuar, este irá perdendo sua força até finalmente morrer.
Para uma melhor compreensão, façamos uma comparação entre o ego e uma árvore. Uma árvore se desenvolve e se mantém viva e forte retirando do solo os nutrientes necessários para sua sobrevivência, e para isso depende totalmente de suas raízes, já que estas são a parte da árvore que efetivamente retira do solo os nutrientes.
Agora consideremos o ego como uma árvore que depende totalmente dos pequenos detalhes ou eus (que podemos comparar às raízes da árvore), já que são estes que retiram a energia suficiente dos centros da máquina humana e assim mantém o ego vivo.
Se cortarmos as raízes do ego (que são os defeitos psicológicos) através da morte psicológica, conseqüentemente o ego irá gradualmente perdendo sua força, se desnutrindo e morrendo, tal qual ocorreria com uma árvore se cortássemos suas raízes.
O contrário também pode ocorrer, ou seja, se permitimos que os detalhes atuem todo o tempo nos centros da máquina humana, o ego irá se tornando cada vez mais forte e desenvolvido. Isso é o que infelizmente tem ocorrido até o momento conosco.
No decorrer do curso vamos conhecer também novas facetas dos defeitos psicológicos, e entender porque muitas vezes temos certas atitudes e comportamentos que na verdade somente nos prejudicam.
De qualquer forma o meio para eliminação de qualquer defeito psicológico é e será sempre a morte psicológica, por isso não deixe de colocar em prática o que aprendemos nesta lição.
LIÇÃO 7
Projeção astral II – a técnica do saltinho
Na lição n° 2 vimos o que é o fenômeno da projeção astral, falamos um pouco sobre os sonhos e sobre o mundo astral.
Continuando nosso estudo sobre projeção astral, aprenderemos nesta lição uma técnica para despertar a consciência no mundo astral, isto é, quando estivermos dormindo e sonhando, despertarmos do sonho e nos darmos conta que estamos no mundo astral e, a partir disso, fazer nossas primeiras experiências conscientes em astral.
A técnica que aprenderemos é a técnica do saltinho, uma forma simples e eficiente para despertar a consciência no astral.
Isso de despertar consciência já estando em astral é chamado por muitos de sonho lúcido. Alguns consideram projeção astral apenas quando alguém sai em astral do corpo físico conscientemente, o que inclusive aprenderemos também neste curso.
Para nós, no entanto, isso não faz nenhuma diferença, pois o que importa é estar consciente no astral, não importando se saiu consciente do corpo ou se despertou consciência quando já se estava em astral.
A técnica do saltinho é na verdade uma disciplina que incorporamos em nosso dia a dia.
E essa disciplina é a seguinte:
Em nosso dia a dia devemos estar atentos a tudo que nos cerca, pessoas, objetos, lugares, etc. No mundo astral existem muitas coisas e fenômenos que não existem no mundo físico como objetos que voam, seres estranhos, criaturas desconhecidas e uma infinidade de outras coisas.
Então em nosso dia a dia quando vermos algo que nos pareça um pouco estranho ou diferente (uma pessoa com roupa extravagante, uma construção diferente, um objeto incomum ou fora do lugar, enfim qualquer coisa ou situação que seja um pouco diferente) devemos nos questionar “Estou no mundo físico ou no astral agora?”, e então dar um pequeno salto com a intenção de flutuar.
Se não flutuar é óbvio que estará no físico, mas se flutuar significa que até aquele momento você estava sonhando e que agora está consciente no mundo astral.
Quanto mais vezes fizer isto durante o dia melhor, pois será mais fácil de despertar no astral. Se acostumar a essa disciplina aqui no mundo físico quando ver no astral alguma das muitas coisas estranhas que lá existem fará a mesma coisa, isto é, irá se questionar, dar um saltinho e flutuar, e então se dará conta de que está no astral.
O ideal é sempre dar o saltinho, mas podem ocorrer situações em que isto não seja possível, por exemplo no local de trabalho, perto de outras pessoas, etc.
Nestas situações, após vermos algo que achamos um pouco estranho e nos questionarmos se estamos no físico ou no astral, podemos fazer uma outra coisa ao invés de dar o saltinho: puxar um dedo da mão com a intenção de esticá-lo. Isto também funciona porque quando puxarmos o dedo no astral ele realmente esticará como se fosse de borracha e então nos daremos conta de que estamos no astral.
O ponto mais importante sobre esta técnica é fazê-la realmente duvidando se estamos no físico ou no astral, até porque só teremos certeza disso quando darmos o saltinho ou puxarmos o dedo.
Afinal, quem garante que agora mesmo você não está apenas sonhando que está lendo este texto??
Se não der o saltinho ou puxar o dedo para comprovar pode ser que você acorde daqui a pouco e se lamente por não ter usado a técnica para despertar no astral.
E quando despertarmos no astral, o que faremos ou para onde iremos?
É claro que temos um objetivo definido para praticarmos estas técnicas de projeção astral: descobrir o que está oculto sobre nós mesmos e sobre muitos outros mistérios.
No entanto ainda estamos “aprendendo a andar” neste assunto de projeção astral e por hora faremos apenas algumas experiências.
Estando consciente em astral você pode experimentar saltar muito alto ou mesmo tentar voar.
Pode também tentar atravessar paredes e ver o que acontece. Veremos em outras lições do curso um objetivo muito mais importante para a projeção astral do que as experiências acima sugeridas.
Abaixo transcrevemos um trecho do livro “Sim há inferno, sim há diabo, sim há carma”, que ilustra bem o tema desta lição:
“Uma noite de tantas, entrava pelas portas de uma maravilhosa mansão. Silente, atravessei um formoso jardim até chegar a uma fastuosa sala. Movido por um impulso interior, passei um pouco mais além e penetrei ousadamente num escritório de advogado.
Ante o bufete achei sentada uma dama de regular estatura, cabeça cana, rosto pálido, lábio delgado e nariz romano. Era aquela senhora de aparência respeitável e mediana estatura. Seu corpo não era muito delgado, porém, tampouco demasiado gordo. Seu olhar mais parecia melancólico e sereno.
Com voz doce e agradável, a dama me convidou para sentar ante a escrivaninha.
Em tais instantes, algo insólito acontece: Vejo, sobre a escrivaninha, duas borboletas de vidro que tinham vida própria, moviam suas asas, respiravam, olhavam, etc., etc., etc. O caso, por certo, parecia-me demasiado exótico e raro. Duas borboletas de vidro e com vida própria?
Acostumado como estava a dividir a atenção em três partes, primeiro: não me esqueci de mim mesmo; segundo: não me identifiquei com aquelas borboletas de vidro; terceiro: observei cuidadosamente o lugar. Ao contemplar tais animais de vidro, disse a mim mesmo:
Isto não pode ser um fenômeno do mundo físico, porque na região tridimensional de Euclides jamais conheci borboletas de vidro com vida própria. Inquestionavelmente, isto pode ser um fenômeno do mundo astral.
Olhei logo ao meu redor e me fiz as seguintes perguntas: Por que estou neste lugar? Por que vim aqui? Que estou fazendo aqui?
Dirigindo-me logo à dama, falei-lhe da seguinte forma: Senhora, permita-me a senhora sair um momento ao jardim que logo regressarei.
A dama assentiu com um movimento de cabeça e eu abandonei, por um instante, aquele escritório. Já fora, no jardim, dei um saltinho alongado com a intenção de flutuar no ambiente circundante. Grande foi meu assombro quando verifiquei, por mim mesmo, que realmente me achava fora do corpo físico. Então compreendi que estava em astral.
Em tais momentos me recordei de que fazia longo tempo, várias horas que havia abandonado meu corpo físico e que este, inquestionavelmente, se achava agora repousando em seu leito.
Feita a singular comprovação, regressei ao escritório, onde a dama me aguardava. Então quis convencê-la de que estava fora do corpo físico: Senhora, disse-lhe. A senhora e eu estamos fora do corpo físico. Quero que recorde que faz umas quantas horas se deitou fora do seu corpo físico, pois sabido é que, quando o corpo dorme, a Consciência, a Essência, desafortunadamente metida entre o ego, anda fora do veículo corpóreo.
Ditas todas estas palavras, a dama me olhou com olhos de sonâmbula, não me entendeu. Eu compreendi que aquela senhora tinha a Consciência adormecida... Não querendo insistir mais, despedi-me dela e abandonei o lugar.
Depois me dirigi para a Califórnia, com o propósito de realizar certas investigações importantes.”
Despertar a consciência no astral é uma experiência nova e muito gratificante, da mesma forma que é para uma criança dar os seus primeiros passos.
Porém, da mesma forma que uma criança que dá os primeiros passos não aprende a correr de um dia para o outro, também nossas primeiras experiências no mundo astral em geral são bem curtas e acabamos retornando ao corpo físico involuntariamente e muito antes do que gostaríamos.
Uma dúvida comum é como fazer para permanecer todo o tempo que se queira em astral e também voltar ao corpo físico no momento em que desejar. A verdade é que isso só se consegue com muita prática.
De qualquer forma, tal qual quando sonhamos (lembre-se que o sonho é simplesmente é uma projeção astral inconsciente), o corpo astral sempre retorna ao corpo físico quando este estiver revitalizado.
Para ter cada vez mais e melhores experiências astrais é fundamental:
• Praticar muitas vezes a técnica do saltinho durante o dia.
• Praticar muito, muito mesmo a auto-observação e a morte psicológica, pois assim se vai resgatando cada vez mais consciência para atuar em astral com maior lucidez. Além disso, quanto mais tempo se fica em auto-observação no físico também ficará mais tempo consciente no astral, pois estar consciente é estar em auto-observação.
• Estando em astral procurar segurar (ou se segurar em) algum objeto que encontrar ali, pois enquanto estiver segurando algum objeto do astral não se retorna ao corpo físico. Quando quiser retornar solte o objeto.
LIÇÃO 8
Conduta gregária
Nesta lição veremos uma das facetas do ego que, se não estamos atentos, nos induz a ter um comportamento e atitudes que nos levam a cometer erros e até prejudicar outras pessoas e a nós mesmos.
Esse comportamento é chamado de conduta gregária, e está bem explicado no trecho abaixo retirado do livro “A Revolução da Dialética”.
Vejamos:
“Conduta gregária é a tendência que tem a máquina humana de estar misturada com as outras sem distinção e sem controle de espécie algum.
Vejamos o que se faz quando se está em grupo ou entre a multidão.
Estou seguro de que bem poucas pessoas se atreveriam a sair na rua e jogar pedras contra alguém.
No entanto, em grupo o fazem. Alguém pode infiltrar-se numa manifestação pública e ficar exaltado por causa do entusiasmo.
Terminará jogando pedras junto com a multidão ainda que depois venha a se perguntar porque o fez.
O ser humano comporta-se de forma diferente quando em grupo e faz coisas que nunca faria sozinho.
A que se deve isso?
Deve-se às impressões negativas às quais abriu as portas. Assim, termina fazendo o que jamais faria sozinho.
Quando alguém abre as portas às impressões negativas, não só altera a ordem do centro emocional, que está no coração, como ainda o torna negativo.
Quando alguém abre suas portas, por exemplo, às emoções negativas de uma pessoa que vem cheia de ira, porque alguém lhe causou algum dano, termina aliando-se a essa pessoa contra o causador do dano e se encherá de raiva também sem ter nada que ver com o assunto.
Suponhamos que alguém abra as portas às impressões negativas de um embriagado e termina aceitando um copo de bebida. Em seguida, aceita dois, três... dez. Em conclusão, fica embriagado também.
Suponhamos que alguém abra as portas às impressões negativas de uma pessoa do sexo oposto.
Provavelmente, acabará fornicando e cometendo todo tipo de delitos.
Se abrirmos as portas às impressões negativas de um drogado, quem sabe terminemos também fumando maconha ou consumindo algum tipo de entorpecente. Como conclusão, virá o fracasso.
Assim é como os seres humanos contagiam-se uns aos outros dentro de ambientes negativos.
Os ladrões tornam as outras pessoas ladras. Os homicidas sempre contagiam alguém. Os viciados contagiam os outros e multiplicam-se os drogados, os ladrões, os agiotas, os homicidas, etc.
Por que?
Porque cometem o erro de abrir sempre as portas às emoções negativas. Isso não está certo.
Selecionemos nossas emoções.
Se alguém nos trouxer emoções positivas de luz, de beleza, de harmonia, de alegria, de perfeição, de amor abramos a elas as portas do nosso coração.
Porém, se alguém nos trouxer emoções negativas de ódio, de violência, de ciúmes, de drogas, de álcool, de fornicação ou de adultério, por que iremos lhe abrir as portas do nosso coração?
Fechemo-las! Cerremos as portas às emoções negativas!
Quando alguém reflete sobre a conduta gregária, pode perfeitamente modificá-la e fazer de sua vida algo melhor.”
Como visto no trecho acima, o ser humano tem dentro de si a tendência a ter uma conduta gregária.
Isso se deve a nossa inconsciência e mecanicidade, que nos faz aceitar certas coisas automaticamente, sem analisá-las e nem refletir sobre as consequências que podem ter.
Pessoas de boa índole acabam cometendo graves erros em virtude de ter aceitado, ainda que
inconscientemente, as sugestões e emoções negativas procedentes de outra pessoa ou grupo de pessoas.
Vejamos alguns exemplos comuns de conduta gregária:
• Quando uma pessoa vem a nós e começa a falar maldades sobre outra pessoa. Se não estamos atentos começamos a falar mal desta pessoa também, ainda que até aquele momento não tivéssemos nada contra ela ou talvez nem a conheçamos.
• O caso de uma pessoa que vive em um ambiente onde existem muitos criminosos, e essa pessoa permanece nesse ambiente abrindo as portas a todas as sugestões e emoções negativas e acaba também se tornando uma criminosa. As inúmeras cadeias que existem nos mostram exatamente isso, pois servem mais como uma escola para criminosos do que como centros de reabilitação.
• Outro caso comum é o comportamento de muitas torcidas em campos de futebol, onde em grupos, se envolvem em todo tipo de atitude negativa, como atos de violência, consumo de drogas, vandalismos, etc.
• Os meios de comunicação, em especial a televisão, em muito contribui para motivar a conduta gregária, pois em várias ocasiões promove através de programas, filmes e novelas a distorção dos valores morais, banalizando comportamentos antes considerados abomináveis, como a violência, o adultério, a desonestidade, o crime, etc.
Por isso precisamos estar muito atentos a todo tipo de emoção e sugestão que nos trazem.
Não aceite nada sem antes analisar se isto contribuirá com algo positivo e moral em sua vida.
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