Há muito tempo atrás o ser humano resolveu se organizar na forma de Estado. A partir daí as pessoas abdicaram do seu poder individual e o delegaram a um grupo que passou a decidir por elas; rei e seus assessores, presidente e ministros, parlamentares, etc.
Leis, regras e normas foram criadas para todos por somente alguns. E assim vivemos até hoje, alguns mandando em todos.
Bem, dirão vocês, mas isso é necessário, do contrário teríamos a anarquia.
Concordo porque esta é a realidade num mundo onde a maioria das pessoas não tem consciência.
O grande problema é que quando as pessoas não assumem a responsabilidade, simplesmente deixando que o Estado resolva tudo, esse tipo de conformismo acaba se voltando contra a própria população.
Na Espanha, por exemplo, está havendo suicídios, despejos, muita gente mal tendo o que comer com o desemprego atingindo mais de 27% da população.
Nos USA há um grupo de magnatas que comanda o país desde o início do século 20 e que é o responsável pelo aumento dos impostos desde que criaram o Federal Reserve.
Na China, existe o trabalho praticamente escravo, não há também a possibilidade de manifestar-se contra o governo sem ir para a prisão.
Aqui no Brasil, ocupamos o 85° lugar no ranking de desenvolvimento humano, precisamos de infraestrutura nos mais diversos setores, há desvio do dinheiro público desde o tempo do império...
Isso tudo é apenas uma pequeníssima amostra de todos os problemas que a humanidade enfrenta ao redor do planeta por deixar a cargo dos governos (Estado) o timão de suas vidas.
Da população total do planeta talvez não chegue a 10% o número de indivíduos que tem consciência do que acontece pelo mundo, que quando necessário vão às ruas ou à internet fazer manifestações, que enfim fazem alguma coisa para mudar o status quo.
A grande maioria está preocupada apenas com o que acontece consigo mesma e com a família. Por exemplo, aqui no Brasil, que é onde conheço melhor a situação, quantos são os que cobram atitudes de vereadores, deputados ou senadores que ajudaram a eleger?
O que fazem após um dia de trabalho? Vão tomar cerveja em algum bar ou se emburrecer assistindo televisão.
Se eu perguntar a 100 jovens quem é Luciana Gimenez sei que todos saberão responder, mas se eu perguntar quem é Christine Lagarde, figura vital para as finanças do país, quantos saberão?
O ser humano acostumou-se tanto a delegar que perdeu de vista a força e o poder que tem o povo unido.
Essa alienação do povo com respeito às atitudes do Estado deve-se principalmente a dois motivos: ignorância, com a consequente falta de consciência.
Vou lhes dar um exemplo de sobre o que estou falando: há pouco tempo, a Islândia deu demonstração do poder do povo.
“Em 2003, sob a pressão neoliberal, a Islândia privatizou o seu sistema bancário, até então estatal. Como lhes conviesse, os grandes bancos norte-americanos e ingleses, que já operavam no mercado derivativo, na espiral das subprimes, transformaram Reykjavik em um grande centro financeiro internacional e uma das maiores vítimas do neoliberalismo. Com apenas 320 mil habitantes, a ilha se tornou um cômodo paraíso fiscal para os grandes bancos.
Instituições como o Lehman Brothers usavam o crédito internacional do país a fim de atrair investimentos europeus, sobretudo britânicos. Esse dinheiro era aplicado na ciranda financeira, comandada pelos bancos norte-americanos. A quebra do Lehman Brothers expôs a Islândia que assumiu, assim, dívida superior a dez vezes o seu PIB (Produto Interno Bruto). O governo foi obrigado a reestatizar os seus três bancos, cujos executivos foram processados e alguns condenados à prisão.
A fim de fazer frente ao imenso débito, o governo decidiu que cada um dos islandeses – de todas as idades – pagaria 130 euros mensais durante 15 anos. O povo exigiu um referendo e, com 93% dos votos, decidiu não pagar dívida que era responsabilidade do sistema financeiro internacional, a partir de Wall Street e da City de Londres.” (http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/25002/o+plebiscito+islandes+e+os+silencios+da+midia.shtml )
Após esse referendo a população também exigiu fazer uma nova Constituição a ser elaborada por 25 cidadãos que não tivessem nenhuma atividade partidária. O que foi feito. Durante a redação qualquer cidadão podia dar sugestões ou propor mudanças por meio da internet.
Vocês viram esta notícia na mídia? Eu não. Tomei conhecimento dela há poucos dias (a notícia é de 2010) através de um programa especial na TV.
Em um mundo onde o povo abriu mão de suas responsabilidades, a mídia ´”deita e rola” desinformando mais que informando.
Esse é um exemplo de um povo consciente e atuante. Não adianta só reclamar e falar mal dos governos, é preciso fazer alguma coisa. Isso é realmente democracia ao invés da plutocracia que existe.
Acordem. Os governos de todos os países, ou quase todos, estão nas mãos dos banqueiros, portanto suas decisões serão sempre comprometidas, o povo que se dane!
Veja, na imagem abaixo, a quantas anda a dívida/Brasil, sendo que boa parte dela é de juros e amortizações com os bancos internacionais.
Fonte: www.auditoriacidada.org.br/
E você o que pensa a respeito?
Imagem: robertoalmeidacsc.blogspot.com
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