Sobre Inteligência
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Sobre Inteligência


Pergunta: Que é inteligência?

Krishnamurti: (…) A maioria das pessoas se satisfaz com uma definição do que é inteligência. (…) A mente inteligente é aquela que investiga, (…) observa, aprende, estuda. E isso significa o quê? Que só há inteligência quando não há medo, quando estais disposto a rebelar-vos contra toda a estrutura social, a fim de descobrir o que é Deus, (…) a verdade relativa a qualquer coisa.
Krishnamurti - A Cultura e o Problema Humano, pág. 19

Inteligência não é sapiência. Se pudésseis ler todos os livros do mundo, isso não vos daria inteligência. A inteligência é coisa muito sutil; ela não tem ancoradouro. Surge quando compreendeis o processo total da mente (…). A inteligência, pois, surge com a compreensão de vós mesmos; e só podeis compreender-vos em relação com o mundo das pessoas, das coisas, e das idéias. Inteligência não é coisa adquirível, como a sapiência; ela surge (…) quando não há medo; quando há sentimento de amor, (…). (Idem, pág. 19)

Compreender o falso como falso, perceber o verdadeiro no falso, reconhecer o verdadeiro como verdadeiro, eis o começo da inteligência. (…) (Reflexões sobre a Vida, 1ª ed., pág. 58)

Vamos investigar juntos o que é a inteligência. (…) Um dos fatores da inteligência é o de investigar e descobrir; explorar a natureza do falso, porque na compreensão do falso, no descobrimento do que é ilusão, está a verdade, que é inteligência. (La Llama de la Atención, pág. 113)

A inteligência tem uma causa? O pensamento tem uma causa. Um indivíduo pensa porque possui experiências passadas, informação e conhecimento acumulado através do tempo. Esse conhecimento nunca é completo, tem de andar junto com a ignorância, (…). O pensamento, por força, tem de ser parcial, limitado, fragmentado, porque é o produto do conhecimento, (…). O pensamento criou as guerras e os instrumentos da guerra (…). O pensamento criou todo o mundo tecnológico. (…) (Idem, pág. 113-114)

Que é inteligência? Inteligência é perceber o ilusório, o falso, o irreal e descartá-lo; não afirmar meramente que é falso e continuar no mesmo, sem descartá-lo por completo. (…) Ver, por exemplo, que o nacionalismo, com todo o seu patriotismo, seu isolamento, sua estreiteza de idéias é destrutivo, (…). E ver a verdade disso, é descartar o falso. Isso é inteligência. (…) Inteligência não é a engenhosa busca de argumentos, de opiniões contraditórias que se opõem umas às outras. (…) A inteligência está mais além do pensamento. (La Llama de la Atención, pág. 127-128)

Não desejo ser parcialmente inteligente, mas inteligente de maneira integral. Quase todos nós somos inteligentes “em camadas”, vós provavelmente num sentido, e eu em outro. Alguns de vós sois inteligentes nas atividades comerciais, outros nas (…) de escritório, etc. As pessoas são inteligentes de diferentes maneiras, mas não somos integralmente inteligentes. Ser integralmente inteligente significa existir sem o “eu”. (…) (A Primeira e Última Liberdade, 1ª ed., pág. 78)

Inteligência não é acumulação de experiências e de conhecimento. Inteligência é o mais alto grau de sensibilidade. Ser sensível a todas as coisas, aos pássaros, à sordidez, à pobreza, à beleza de uma árvore, à formosura de um rosto, ao ocaso, às cores, (…) ao sorriso de uma criança, às lágrimas, ao riso, à dor, à agonia, à angústia, às desditas (…) - ser totalmente sensível a tudo significa ser inteligente. E não podemos ser inteligentes se cuidamos apenas de reprimir ou de ceder. Só podemos ser sensíveis quando há compreensão. (A Suprema Realização, pág. 44)

Que é inteligência? Um homem que está assustado e ansioso; que é invejoso e ávido; cuja mente está copiando, imitando, cheia de saber e da experiência de outros; cuja mente é limitada, controlada, moldada pela sociedade, pelo ambiente - esse homem é inteligente? Vós o chamais inteligente, mas não o é, (…). (Novos Roteiros em Educação, pág. 152)

(…) Estar consciente de tudo isso, sem opção, sem ser tragado pela complexidade das questões vitais, sem resistir ao fluxo avassalador da vida, é ser inteligente. Implica também não depender das circunstâncias e, portanto, estar apto a compreender e a libertar-se da influência e das condições ambientais. (…) Mas, a inteligência supera todas as barreiras, livre de qualquer objetivo de ganho individual ou coletivo. (…) A capacidade de destruir o passado psicológico é a essência da inteligência, (…). O sofrimento é a negação da inteligência. (Diário de Krishnamurti, pág. 81)

Tem o amor uma causa? Dissemos que a inteligência não tem causa - é inteligência, (…) é luz. Quando há luz, não é minha luz ou a luz de vocês. O sol não é o sol de vocês ou meu sol; é a claridade da luz. Tem o amor uma causa? Se não tem, então o amor e a inteligência caminham juntos. (…) (La Llama de la Atención, pág. 120)

Devemos discutir também a natureza da inteligência. A compaixão tem sua própria inteligência, o amor tem sua inerente inteligência. Vamos investigar o que é inteligência. Certamente, não pode ser ela encontrada em livros. Conhecimento não é inteligência. Onde há amor, compaixão, há a beleza de sua própria inteligência. A compaixão não pode existir se você é hindu, católico, protestante, budista ou marxista.

O amor não é produto do pensamento. No entendimento da natureza do amor, compaixão, que é negar tudo aquilo que não é, ver o falso no falso é o início da inteligência. (…) Ver a natureza da desordem, e terminá-la, não continuá-la dia após dia, mas cessá-la - o fim é percepção imediata, que é inteligência. (Mind Without Measure, pág. 58-59)

Estamos perguntando o que é inteligência. Esperteza não é inteligência. Ter grande quantidade de conhecimento sobre vários assuntos - matemática, história, ciência, poesia, pintura - não constitui atividade da inteligência. O investigador do átomo pode ter extraordinária capacidade de concentração, imaginação, investigação, discussão, formulação de hipóteses e mais hipóteses, teorias e mais teorias, mas tudo isso não é inteligência. (…) (Idem, pág. 59)

Inteligência, para mim, não é o conhecimento tirado dos livros. Podeis ser mui eruditos e, apesar disso, estúpidos. Podeis haver lido muitas filosofias e, apesar disso, desconhecer a beatitude do pensamento criativo, o qual somente pode existir quando a mente e o coração começarem a se libertar (…) pelo constante apercebimento das coisas estúpidas (…). Somente então virá à existência o êxtase do que é verdadeiro. (Palestras em New York City, 1935, pág. 21)

Que é conhecimento? (…) A inteligência utiliza-se dos conhecimentos, pois ela é a capacidade de pensar com clareza, objetividade, sensatez, naturalidade. Conseqüentemente, é isenta de emoção, preconceito, preferências ou inclinações pessoais. Inteligência é a capacidade de compreensão direta. (…) Inteligência é a qualidade característica da mente sensível, viva, consciente. Ela não se prende a nenhum juízo ou avaliação pessoal, e faculta imparcialidade e lucidez ao pensamento. A inteligência em nada se deixa envolver. (…) (Ensinar e Aprender, pág. 19)

Inteligência não é inventividade, memória, ou mero exercício verbal. É muito mais do que isso. Por bem informados e talentosos que sejamos, em certo aspecto da existência, somos ignorantes em outros sentidos. O acúmulo de conhecimentos não reflete, necessariamente, uma mente inteligente. Tampouco a capacidade e o talento. Mas a sensível percepção da vida, de seus problemas, (…) contradições, (…) aflições e alegrias, revela sabedoria. (…) (Diário de Krishnamurti, pág. 81)

A maioria pensa que inteligência é resultado da aquisição de conhecimento, informação, experiência. Por ter grande soma de conhecimento e experiência, acreditamos ser capazes de fazer face à vida com inteligência. Mas a vida é uma coisa extraordinária, nunca é estacionária; como o rio, está fluindo constantemente, nunca pára. (…) (O Verdadeiro Objetivo da Vida, pág. 139)

A inteligência só é possível quando há liberdade real em relação ao ego, (…) ao “eu”, isto é, quando a mente já não seja o centro da busca de “mais e mais”; quando ela já não está subjugada pelo desejo de experiência maior, mais vasta, mais expansiva. (…) A compreensão de todo esse processo é o autoconhecimento. Quando alguém se conhece tal como é, sem um centro acumulador, desse autoconhecer provém a inteligência capaz de fazer face à vida; e essa inteligência é criativa. (Idem, pág. 140)

A dimensão diferente só pode operar através da inteligência; se não há essa inteligência, ela não pode operar. Dessa forma, na vida diária ela só pode operar quando a inteligência está funcionando. A inteligência não pode operar quando o velho cérebro está ativo, quando há qualquer forma de crença e aderência a qualquer fragmento particular do cérebro. Tudo isso é falta de inteligência. (…) Quando se descobre a limitação do velho, esta mesma descoberta é inteligência. (The Awakening of Intelligence, pág. 412)

(…) Para mim, inteligência é a mente e o coração em plena harmonia; e então verificareis, por vós mesmos (…), o que é essa realidade. (Palestras em Auckland, 1934, pág. 112-113)

A inteligência é a essência mesma da divindade; mas é evidente que a inteligência tanto pode criar como destruir, que ela governa e dirige as emoções - é o impulso que nos propele para o nosso alvo. (…) (O Reino da Felicidade, pág. 56)

(…) A inteligência pode e deve encontrar por si mesma a Verdade, deve aprender a viver sua própria vida no Reino da Felicidade. Sem um espírito cultivado e uma inteligência inata, não vos será possível aproximar-vos do alvo. (…) (Idem, pág. 56)

O êxtase da Realidade encontra-se pela inteligência desperta e no mais alto grau de intensidade. Inteligência não significa cultivo da memória ou da razão, mas, sim, uma percepção da qual é banida a identificação e a escolha. (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 199)

Uma inteligência desperta tem um discernimento profundo, verdadeiro, em todos os problemas psicológicos, nas crises, nos bloqueios, etc.; não é uma compreensão intelectual, não é um (…) conflito. Ter discernimento é uma questão humana, é despertar esta inteligência; ou, tendo esta inteligência, existe o discernimento (…). Em um discernimento assim, não há conflito; (…) A partir desse discernimento, que é inteligência, surge a ação (…) instantânea. (La Totalidad de la Vida, pág. 177)

Porém, se se acham atentos a todas essas coisas e estão insatisfeitos (…) A chama do descontentamento, devido a não haver saída, (…) não haver um objeto no qual satisfazer-se, se converte em uma grande paixão.

(…) Visto que a compaixão está relacionada com a inteligência, não há inteligência sem compaixão. E só pode haver compaixão quando houver amor, o que é completamente livre de todas as recordações, ciúmes pessoais e assim por diante. (O Futuro da Humanidade, pág. 70)

Essa paixão é inteligência. Se vocês não se encontram perturbados nestas coisas superficiais (…), essa chama extraordinária se intensifica. Isso produz na mente uma qualidade de profundo e instantâneo discernimento (…), e a ação provém desse discernimento. (La Totalidad de la Vida, pág. 178)

Há uma inteligência que seja incorruptível, não baseada em circunstâncias, não pragmática, não egocêntrica, quer dizer: não fracionada, total? Há uma inteligência que seja impecável, sem frestas, que abarque toda a manifestação do homem? Para inquirir sobre isto, deve o cérebro estar livre de qualquer conclusão, (…) de movimento egocêntrico, (…) de medo, de sofrimento. Quando há o fim do sofrimento, há paixão. (…) Não há paixão “por” alguma coisa.

A paixão existe per se, por si mesma (…). Assim, se tem que descobrir (…) como se aproximar dessa paixão, que não é luxúria nem tem nenhum motivo. Há tal paixão? (…) Quando o sofrimento chega ao fim, há amor e compaixão. E quando há compaixão, (…) então essa compaixão tem sua própria quintessência e inteligência. Isto é, não pertence ao tempo nem a teoria alguma, a nenhuma tecnologia, a ninguém; tal inteligência não é pessoal nem universal, nem as palavras a exprimem. (Last Talks at Saanen, 1985, pág. 138-139)

(…) Inteligência é a atividade do todo da vida, e essa inteligência não é sua nem minha. Não pertence a nenhum país ou povo, como o amor não é cristão ou hindu, etc. Portanto, (…) pesquisem sobre tudo isto, porque nossas vidas dependem disso. Somos pessoas desafortunadas e miseráveis, sempre em conflito. (…) Temos aceitado isso como parte da vida. Mas se investigarmos tudo isso, dá-se o despertar daquela inteligência, e, quando ela se acha em operação, ação, só então há correta ação. (Mind Without Measure, pág. 59)

Não é a inteligência de um homem engenhoso, não estamos falando disso. Agora opere com essa inteligência, que não é sua nem minha - que não é do Dr. Shaimberg, do Dr. Bohm ou de outra pessoa. Esse discernimento é inteligência universal, inteligência global ou cósmica. Avançando mais nisso, tenha um discernimento na dor que não é a dor do pensamento. Então, nesse discernimento há compaixão. (La Totalidad de la Vida pág. 131)

Agora tenha um discernimento na compaixão. É a compaixão o fim de toda a vida? O fim de toda a morte? Parece sê-lo, porque a mente se esvazia de todas as cargas que o homem se impôs a si mesmo (…). Portanto, você tem esse sentimento extraordinário, tem dentro de si essa coisa tremenda. Aprofunde-se nessa compaixão. E então há algo sagrado, não contaminado pelo homem. E isso pode ser a origem de todas as coisas - que o homem mutilou. Entende? (Idem, pág. 131)

(…) A mente despida de todas as suas lembranças e óbices, funcionando espontaneamente, plenamente, a mente, vigilante e perceptiva, cria a compreensão, e isso é inteligência, (…); isso para mim é imortalidade, atemporalidade. (…) (A Luta do Homem, pág. 60)

Inteligência é o discernimento do essencial, e para discernir o essencial temos de estar livres dos obstáculos que a mente “projeta” (…) (A Educação e o Significado da Vida, pág. 39)

A chama da inteligência, do amor, só pode ser despertada quando a mente está vitalmente apercebida do próprio pensamento condicionado, com seus temores, valores e desejos. (Palestras em Nova York, Eddington, Madras, 1936, pág. 80-81)

(…) A inteligência pura é aquele estado mental em que há um percebimento isento de escolha, em que a mente está silenciosa. Nesse estado de silêncio só há o ser; nele, surge aquela Realidade (…) maravilhosa atividade criadora, que está fora do tempo. (As Ilusões da Mente, pág. 35)

Por “percebimento”, entendo um estado de vigilância em que não há escolha. Estamos simplesmente observando o que é. Mas ninguém pode observar o que é, se tem alguma idéia ou opinião a respeito do que vê, dizendo-o “bom” ou “mau”, (…) avaliando. (Experimente um Novo Caminho, pág. 99)

(…) Mas, acontece que a mente da maioria de nós está embotada, semi-adormecida; só certas partes dela se acham ativas - as partes especializadas, pelas quais funcionamos automaticamente, pela associação, pela memória, tal como um cérebro eletrônico. A mente, para ser vigilante, sensível, necessita de espaço, no qual possa olhar as coisas sem nenhum fundo de conhecimentos prévios; (…) (Idem, pág. 99-100)

Devemos ficar apercebidos, atentos. (…) Concentração é a convergência de todas as energias sobre alguma coisa na qual estamos interessados. (…) O começo do apercebimento é a natural concentração do interesse em que não há conflito de desejos e escolha, e, por isso, há a possibilidade de se compreenderem os diferentes desejos que se opõem. (…) (Palestras em Ojai e Sarobia, 1940, pág. 101)

(…) Apercebimento é a compreensão total do processo do desejo consciente e inconsciente. No princípio mesmo do apercebimento, há a percepção do que é verdadeiro; a verdade não é um resultado ou uma consecução, mas é para ser compreendida. (…) Esta compreensão não nasce da simples razão ou da emoção, porém é o resultado do apercebimento, da perfeição da ação-pensamento. (Idem, pág. 102)

A compreensão não reside nos livros. Podeis ser estudiosos de livros (…), mas, se não souberdes como viver, todo o vosso conhecimento fenece; não tem substância nem valor. Enquanto que, um momento de pleno apercebimento, de pleno entendimento consciente, produz uma paz real, perene; não uma coisa estática, mas esta paz que está continuamente em movimento, que é ilimitada. (Palestras em Auckland, 1934, pág. 72)

A percepção é o processo de libertar a mente-coração dos vínculos que causam conflitos e dores, e torná-la receptiva para o que está oculto. (…) (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 122)

Eu vos asseguro que, quando houver completa nudez, (…) falta de esperança, então, num momento assim, de vital insegurança, nascerá a chama da suprema inteligência, a beatitude da verdade. (New York City, 1935, pág. 24)

Como disse (…), inteligência é a solução única que produzirá a harmonia neste mundo de conflito, harmonia entre a mente e o coração, na ação. (…) Vós próprios, mediante o vosso apercebimento, (…) é que podereis discernir o verdadeiro significado destas múltiplas barreiras limitadoras. Só isso produzirá a inteligência perdurável, que vos há de revelar a imortalidade. (Idem, pág. 27)

Isto é, se estiverdes plenamente despertos, apercebidos de uma ação que exija o vosso ser inteiro, então percebereis que todas essas perversões ocultas, inconscientes, virão à tona e vos impedirão de agir plenamente, de modo completo. Será essa a ocasião, então, de lhes fazer frente e, se a chama do apercebimento for intensa, essa chama consumirá as causas limitadoras. (Idem, pág. 32)

Ora, o apercebimento não é isso. O apercebimento é o discernir, sem julgamento, o processo de criar muros autoprotetores e limitações por detrás das quais a mente toma abrigo e conforto. (Palestras em Nova York, Eddington, Madras, 1936, pág. 38)

(…) A compreensão surge somente pelo discernimento do processo do “eu”, com sua ignorância, suas tendências e temores. Onde houver profunda e criadora inteligência, haverá reta educação, reta ação e relações retas com o ambiente. (Palestras em Ommen, Holanda, 1936, pág. 60)

A ação é vital, porém não (…) as opiniões e conclusões lógicas. (…) A autoridade do ideal e do desejo impede e perverte o verdadeiro discernimento. Quando há carência, quando a mente está cativa dos opostos, não pode haver discernimento. (…) (Palestras em Ommen, Holanda, 1936, pág. 13-14)

(…) As reações psicológicas impedem o verdadeiro discernimento. Se dependermos da escolha, do conflito dos opostos, criaremos sempre a dualidade em nossas ações, engendrando assim a tristeza, (…) (Idem, pág. 14)

(…) O discernimento é a percepção direta, sem escolha, daquilo que é, e perceber diretamente é estar livre do fundo da carência. Isto só pode acontecer quando cessa o esforço (…) entre os opostos. Os opostos são resultado da carência (…) (Palestras em Ommen, Holanda, 1936, pág. 22)

(…) Pelo discernimento sem escolha desperta-se a intuição criadora, a inteligência, que é a única a poder libertar a mente-coração dos múltiplos processos sutis da ignorância, da carência e do medo. (Palestras em Ommen, Holanda, 1936, pág. 55)

Seguir quem quer que seja é, por certo, prejudicial à inteligência.
Krishnamurti - O Verdadeiro Objetivo da Vida - Cultrix

A mente estúpida nunca se tornará inteligente mediante esforço; mas, se reconhece que é estúpida, isto basta para produzir uma transformação nela própria.
Krishnamurti - Austrália e Holanda - 1955

Ser integralmente inteligente, significa estar desacompanhado do "eu".
Krishnamurti - Quando o Pensamento Cessa - ICK

É a indagação constante, a autêntica insatisfação que faz nascer a inteligência criadora; mas é extremamente difícil manter acesos a investigação e o descontentamento; a maioria dos pais não quer que os filhos tenham essa espécie de inteligência, porque é muito desagradável morar com alguém que está sempre pondo em dúvida os valores convencionais.
Krishnamurti - A Educação e o Significado da Vida

qualquer forma de tradição -- trazida do passado --, que é utilizada para se saber se existe uma Grande Realidade, é obviamente um esforço perdido. A mente tem de estar liberta de toda a espécie de tradição e preceitos espirituais; caso contrário, ficamos completamente privados de verdadeira inteligência.
Krishnamurti

Inteligência é pensamento e sentimento em perfeita harmonia, e, portanto, a inteligência é a própria beleza, inerentemente, e não uma coisa para ser procurada.
Krishnamurti

Só existe um meio de encontrar a felicidade inteligente, que é o de vossa percepção e discernimento próprios; e só por meio da ação é que podeis dissipar os múltiplos obstáculos que vos impedem o preenchimento. Si, por vós próprios, puderdes perceber, simples e diretamente, as limitações que vos impedem de viver completo e profundo, e de como foram elas criadas, então sereis capazes de dissipar... Se cada qual de vós puder ter plenitude, viver em completa harmonia - cousa que exige grande inteligência e não a persecução de desejos egoístas - então haverá o bem estar para o todo.
Krishnamurti no Clile e no México - 1935

Para se criar um ente humano inteligente, há necessidade de uma completa revolução no pensar. Um ente humano inteligente significa um ente humano se medo, não limitado pela tradição, o que não implica que deva ser amoral. Tendes de ajudar o vosso filho a ser livre, para descobrir e para criar uma sociedade nova - e não uma sociedade amoldada a algum padrão, tal seja o de Marx, o católico ou o capitalista. Requer isso muita reflexão, interesse e amor - não meras discussões sobre o amor. Se amássemos realmente os nossos filhos heveríamos de interessar-nos pela educação correta.
krishnamurti - Autoconhecimento base da sabedoria

No mundo moderno, a educação tem se preocupado não com o cultivo da inteligência, mas do intelecto, da memória e suas habilidades. Nesse processo pouco acontece além da transmissão de informações daquele que ensina para quem é ensinado, do líder para o seguidor, produzindo um modo de vida mecânico e superficial. Nisso não há quase nada de relacionamento humano.
Krishnamurti - A Arte de Aprender - Terra Sem Caminho - Pág 221

Uma escola certamente é um lugar onde se aprende sobre a totalidade, o todo da vida. A excelência acadêmica é absolutamente necessária, mas uma escola inclui muito mais que isso. É um lugar onde tanto quem ensina quanto quem é ensinado investigam não somente o mundo exterior, o mundo do conhecido, mas também seu próprio pensar, seu próprio comportamento. A partir disso, eles começam a descobrir o próprio condicionamento e como o condicionamento distorce o pensar. Esse condicionamento é o eu, ao qual é dado uma tremenda e cruel importância. A libertação do condicionamento e de sua miséria começa com essa percepção. É somente em tal liberdade que um verdadeiro aprender pode acontecer. Nesta escola é responsabilidade do professor sustentar, junto com o aluno, uma investigação cuidadosa para com as implicações do condicionamento e, assim, terminá-lo.
Krishnamurti - A Arte de Aprender - Terra Sem Caminho - Pág 221

Todos os problemas que a humanidade hoje enfrenta, tanto psicologicamente, como nas outras esferas, são o resultado do pensamento. E nós estamos alimentando o mesmo padrão de pensamento, e o pensamento nunca solucionará nenhum desses problemas. Há contudo um outro tipo de instumento que é a inteligência.
Krishnamurti - O Futuro da Humanidade - Cultrix

Uma revolução sangrenta não produz paz perdurável nem felicidade para todos. Em lugar de meramente desejardes paz imediata neste mundo de confusão e angústia, considerai como vós, individualmente, podeis ser um centro não de paz mas de inteligência. A inteligência é essencial para a ordem, a harmonia e o bem-estar do homem. Há muitas organizações para a paz, porém, há poucos indivíduos livres, inteligentes no verdadeiro sentido da palavra. Vós deveis como indivíduos, começar a compreender a realidade; então a chama do entendimento se espalhará sobre a face da terra.
Krishnamurti - Palestras em Ommem, 1936

A maioria das pessoas são forçadas a entregar-se a trabalhos, atividades, profissões, para as quais de forma alguma estão talhadas. Passam o resto da existência batalhando contra essas circunstâncias, disparando assim todas as energias em lutas, dores, sofrimentos (…) Outros homens rompem as limitações do ambiente, depois de compreenderem o seu verdadeiro significado, passando a viver inteligentemente, em atividades criadoras, seja no mundo da arte, da ciência, seja nas profissões (…)
Krishnamurti - (A Luta do Homem, pág. 94)




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