O homem inteligente aceita inteligentemente o inevitável
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O homem inteligente aceita inteligentemente o inevitável


Pergunta: Não acredita nem na posse nem na exploração; mas sem uma ou sem outra como poderia viajar e dar conferência ao mundo?

Krishnamurti: Vou lhes dizer muito simplesmente. Para viver no mundo sem exploração, você têm que se retirar para uma ilha deserta. Tal como é o sistema – como é agora – para viver, se viverem nesse sistema, têm que o explorar.

Compreendamos o que quero dizer com exploração. Ora, para mim, se não descobrirem por vocês próprios inteligentemente quais são as suas necessidades, então tornam-se exploradores. Se descobrirem por vocês próprios, inteligentemente, quais são as suas necessidades, então não são exploradores; mas isso requer muita inteligência. Em primeiro lugar, nós temos muitas coisas porque pensamos que pela posse de muitas coisas, seremos felizes. Portanto para possuir essas muitas coisas temos que explorar; ao passo que, se tiverem realmente considerado quais são as suas necessidades essenciais, nisso não há exploração, de fato, se chegarem a pensar nisso. E eu descobri por mim quais são as minhas necessidades. No que respeita às minhas viagens, os amigos pedem-me para ir a diferentes lugares, e eu vou. Se não me pedirem, não viajo; e mesmo que não fale ou ensine, posso perfeitamente fazer qualquer outra coisa. Agora, se eu quisesse converter todos a uma forma específica de pensamento, e se os forçasse, e recebesse fundos para o alterar – a isso se chamaria exploração. Aquilo de que falo é o inevitável, quer gostem ou não, e o homem inteligente aceita inteligentemente o inevitável. Portanto não sinto que estou a explorar, e sei que não estou, nem sou possessivo.

Mais uma vez esse sentido de possessividade – para se estar realmente livre de tudo isso, tem que se estar tão alerta, tão consciente, para não se enganar a si próprio, porque no pensamento de que se está livre da possessividade pode residir muita auto-ilusão. Pensa-se tantas vezes que se é livre, mas vive-se realmente no manto da auto-ilusão. No momento em que a sua necessidade está satisfeita, não se apegam a ela; não sentem direitos de propriedade sobre ela.

Jiddu Krishnamurti - Auckland, Nova Zelândia, 2ª palestra nos jardins da Escola de Vasanta 31 de março, 1934.




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