Sem base emocional, não há real maturidade
autoconhecimento

Sem base emocional, não há real maturidade


[...]As pessoas não sabem, mas deveriam ser instruídas nesse sentido, que tudo o que acontece em todo o mundo é um quadro, em tons exagerados, do que está acontecendo no interior delas mesmas, em grau variável. Alguns mais, outros muito menos, entregaram suas vidas interiores ao domínio da animalidade e do materialismo conjugado e, todavia, não o sabem. Dessa forma, a mesma regra, porém de modo mais espetaculoso e mais cruel, está tentando desapiedadamente tomar conta de suas vidas exteriores. Trouxeram consigo os remanescentes de vigorosas propensões do estado animal da sua existência, e aduziram a isto um intelecto astuto, mal dirigido e egoísta, derivado do estado humano presente. Os animais matam porque têm fome, mas os homens são piores, na medida em que a posse da qualidade da astúcia os leva a matar ou torturar por outros motivos também. Violentas energias e paixões explosivas fazem muito barulho em seus corações. Desejos que arrastam para baixo prendem-nos entre presas aguçadas. Instintos agressivos perambulam como tigres e suspeitas tenebrosas rojam como víboras no interior das suas mentes conscientes ou subconscientes. Cobiças egoístas têm um firme habitat em suas atitudes. Ódios, acrimônias e lascívias agitam-se por dentro e são fomentados por fora. 

Inevitável e inescapavelmente esses pensamentos bestiais assumem a forma exterior e surgem as lutas históricas. Como poderá a verdadeira paz entrar no mundo enquanto a mentalidade da luta feroz não o tiver deixado? Nenhuma lei, nenhum governo, poderão colocar freio, até certo ponto, às suas expressões em ação. O estadista poderá regulá-los dentro de certos limites, mas não passará disto. Sempre que essa mentalidade puder dominar, não somente envenenará o ser interior, mas também contribuirá para a experiência exterior. A cólera sentida hoje poderá manifestar-se amanhã no plano físico como um acidente em que o seu portador, caindo, se machucará — este é apenas um incidentezinho que ilustra a importância do autocontrole e o valor do pensamento correto. 

Onde quer que as pessoas tenham de viver juntas num lar, ou trabalhar juntas num campo, numa fábrica, num escritório ou numa firma, a presença de uma única personalidade agressiva e indisciplinada entre elas bastará a criar dificuldades ou a provocar brigas. Por aí podemos perceber os benefícios que a insistência de todos os guias espirituais no autotreinamento e no auto-aperfeiçoamento pode acarretar ao viver social. Isto ensina os homens a alçar-se à sua natureza superior e a manter sujeita a sua natureza inferior. Na medida em que eles forem capazes de fazer uma coisa dessas, a sociedade se beneficiará com eles. Mas na medida em que as advertências dos profetas são menosprezadas e a sabedoria dos filósofos é posta de lado, manifestam-se a discórdia, as lutas e as guerras. 

Quando a emoção descontrolada se precipita na direção errada, seja na cólera, na lascívia, no ódio ou no orgulho, ela tende também a fugir com a paz e a felicidade. Torna-se um perigo para a pessoa e para a propriedade. Os que mais preponderam entre os complexos maus, que, sob a lei da recompensa, acarretam o sofrimento quando ativados, são os agressivos, os violentos, os explosivos e os egoisticamente passionais. As pessoas que querem conservar essas causas das suas dificuldades simplesmente porque são naturais ou familiares, mas não querem experimentar as próprias dificuldades, que a elas se seguem, inexoráveis, adotam uma atitude ilógica. Enquanto as iras e as concupiscências, os ódios e as lubricidades não morrerem no coração dos homens, os conflitos e as contenções persistirão em suas vidas. E essa morte das paixões primitivas só se verificará com a entrega total do ego ao Eu Supremo. Os que o procuram não são muitos: os que o conseguem, pouquíssimos. A paz na terra é um nobre sonho; a sua plena realização está muito distante (se bem a sua realização limitada não esteja) enquanto um número maior de pessoas não vier a procurá-lo neste, que é o único caminho verdadeiro e duradouro. Cada indivíduo precisa lidar com a sua natureza inferior por si mesmo e em si mesmo, precisa opor-lhe o intelecto, em lugar de fazer que o intelecto se sujeite a ela. Isto feito, não somente ele aproveitará, mas também todo o seu povo. 

A humanidade precisa aprender a governar as suas violentas paixões negativas, as suas emoções agressivas e os seus hostis pensamentos destruidores, precisa começar a lutar contra si mesma se quiser, um dia, abster-se de lutar contra os outros, precisa crescer, perder a sua maturidade emocional adolescente e elevar-se, deixando de lado as suas atitudes infantis, totalmente egocêntricas. A busca da paz dentro de si mesma deve preceder e, assim, inevitavelmente, criar a paz no mundo sem paz. O desequilíbrio universal, em parte, é o resultado da incapacidade de reconhecer que não basta ser fisicamente maduro, que ainda é necessário ser emocional, intelectual e espiritualmente maduro.

É um fato de que a vida espiritual está fora da visão e além do poder de muita gente hoje em dia. Se perquirirmos as causas disso, chegaremos à conclusão de que essa gente se escravizou por tanta maneira à sua natureza inferior, tornou-se tão suscetível às sugestões e aos ambientes externos materialistas, que só as coisas que ela pode tocar, sentir e ver com os seus corpos têm para ela alguma realidade ou algum significado. Só essas coisas atraem essa gente, e não as coisas mais belas da mente e da intuição, nem os ideais mais sublimes da intuição. 

O que a sabedoria dita e a experiência endossa é que, para a humanidade poder conhecer um mundo melhor será preciso que melhores pensamentos e melhores sentimentos da humanidade sejam o prelúdio dessa desejável condição. A noção de que ela poderá ter uma ordem melhor de sociedade sem se preocupar em melhorar-se primeiro, é uma noção ociosa. E para que o começo seja real e não um começo simulado, a reforma há de começar com o caráter humano. Pois do seu longo passado, ela trouxe um resíduo de qualidades e sentimentos que pertencem naturalmente ao reino sub-humano, às feras selvagens e vorazes do jângal. Foi a sua combinação com o intelecto frio e impiedoso que deu em resultado os homens megalomaníacos, desordenadamente ambiciosos, os quais, por seu turno, conduziram tantos outros pelas estradas da discórdia, do egoísmo e do ateísmo para o que, afinal, só pode ser o desastre e a condenação.[...]

Paul Brunton




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