Já li muitas matérias de religiosos, gurus(?), canalizadores(?), etc. falando mal do Ego e exortando as pessoas a se livrarem dele ou o destruírem.
Nada mais fácil do que dar conselhos sem conhecimento de causa.
Quem fala mal do Ego são aqueles que estão sob o domínio dos sistemas de crenças limitantes que nos governam há tanto tempo.
Uma dessas crenças é a de que o Ego é a causa de comportamentos arrogantes, possessivos, materialistas, etc. Segundo alguns, o Ego impediria o ser humano de ser espiritualizado e se aproximar da Divindade.
Essa crença está fundamentada em uma outra criada pelas religiões: a matéria (o corpo) não é algo divino e , pelo contrário, nos afasta de Deus.
Nas religiões ocidentais estamos sempre encontrando ministros(?) de Deus nos templos, igrejas, e agora até na TV, esbravejando contra “os apetites da carne”. Estes até estão listados entre os sete pecados capitais.
Pois bem, “os apetites da carne” são também atribuídos ao campo de atuação do Ego.
Agora, diga-me: você é o seu Ego - somente?
Claro que não, somos seres bem mais complexos. O Ego é simplesmente uma parte nossa, não a nossa totalidade. Existem outras instâncias psíquicas capazes de controlar o Ego quando ele “sai fora dos trilhos”.
Sem o Ego não teríamos condições de sobreviver aqui no planetinha. O Ego carrega uma energia masculina ou yang, como queiram, e é esta que possibilita a ação e consequentemente a sobrevivência.
O Ego também possibilita o senso de identidade, sem ele não teríamos noção de quem somos. Ele permite a autonomia, o ajustamento à realidade, a responsabilidade, a independência e o tudo mais necessário para nos expressarmos como indivíduos aqui na terceira dimensão.
Os problemas surgem quando o indivíduo pensa que o Ego é tudo que existe, o que cria as atitudes autocentradas, as narcisistas ou ainda as do tipo “eu contra eles”.
Muitos, quando adultos, continuam com um Ego infantil, exigindo gratificações imediatas, necessitando de regras e normas ditadas pelos outros (é isso a que a criança está acostumada) ou mantendo os sentimentos de onipotência que costumavam ter na infância.
Esse é o Ego não saudável ou não desenvolvido.
“Enquanto não são aceitas, as limitações da esfera humana não podem ser transcendidas. Enquanto não for suficientemente desenvolvido, o Ego não pode ser liberado. Essas afirmações podem parecer contraditórias, mas são passos essenciais do caminho espiritual. Somente quando o Ego é saudável e forte podemos saber que ele não é a resposta final do ser.” (Guia do Patthwork.)
Ou seja, para podermos nos liberar do jugo do Ego primeiramente precisamos trabalhá-lo no sentido de fortalecê-lo. É então que surgem os aspectos positivos como: o discernimento, a compaixão, a responsabilidade, a capacidade de fazer escolhas conscientes e aceitar as frustrações, entre outros.
O Ego não é bom nem mau, ele só precisa ser amadurecido e educado.
Não briguem com ele. rsrs Aceitem-no, analisem-no e partam para fazer as mudanças necessárias ao seu desenvolvimento.
Imagem: valedosolencantado.blogspot.com
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