Eis aí um conceito que se presta a muitas interpretações. Desde o estabelecimento da primeira religião sobre a face da Terra, os conceitos de espiritualidade e religião ficaram misturados e a confusão se estabeleceu.
Já postei aqui o brilhante texto do Dr. Guido Nunes Lopes sobre as diferenças entre os dois conceitos. Hoje vamos clarear mais algumas crenças a respeito.
Não pretendo aqui impor meu ponto de vista sobre o assunto, os que já são leitores sabem que aqui no blog está a minha opinião, cada um depois, refletindo, a aceitará ou não.
Os mestres do Círculo Carmesim ensinam que espiritualidade é uma coisa muito simples, assim como o Criador o é.
Vamos começar por este conceito – o Criador. O que é? Quem é? Não tenho a resposta, assim como ninguém a tem. O que tenho certeza é que não é um ser antropomorfizado, com características humanas como ira, vingança e julgamento. Os mestres o caracterizam como, ao mesmo tempo, um ser único e coletivo (a soma de todos os seres que ele criou).
Ao lermos os registros escritos de muitas as religiões veremos que está escrito que ele criou o homem à sua imagem e semelhança, isso significa que cada um de nós é Deus também.
No passado a espiritualidade esteve muito misturada com a religião, salvo no oriente, e no ocidente, graças a uns poucos que souberam separar os conceitos.
Nas décadas de 1930 e 1950 surgiram ensinamentos de muitos mestres ascensionados que mostraram todo um novo espectro de informações e conceitos que para nós, ocidentais, se revelaram inéditos – Eu Sou o que Sou, ou seja, faço parte da divindade, sendo um com ela.
Devido aos nossos sistemas de crenças profundamente arraigados, não conseguimos assimilar tais ensinamentos na sua acepção completa e começou, nesta época, o culto pelo fenômeno e o uso de mecanismos, exercícios, e parafernálias externas como sinônimos de: sou espiritualizado.
Mecanismos mais comuns: meditação, entoação de mantras, uso de cristais, velas, diferentes tipos de oráculos, danças sagradas, consumo de plantas “sagradas” (?). Cada um deles outorgando ao usuário o status de espiritualizado.
Vamos esclarecer: nada disso é prejudicial se usado com lucidez. Meditação, por exemplo, já fez muito bem a muita gente e pode sim ser um meio de encontro com a Divindade. O que estou querendo mostrar é que o uso dessas práticas não faz de uma pessoa – espiritualizada! Pode torná-la mística ou esotérica, nada mais.
Vejo espíritas criticando ou rejeitando ensinamentos dos mestres. Vejo evangélicos perseguindo e julgando gays, taxando-os de pecadores ou coisa pior. Vejo católicos e também evangélicos numa verdadeira caça às bruxas rejeitando e criticando as religiões afro descendentes.
Nada disso é ser espiritualizado e esses até vão contra aos ensinamentos de seu maior ídolo, Jesus. O homem que respondeu por este nome, em sua encarnação aqui na Terra, pregava o amor, o perdão e o não julgamento!
Ser espiritualizado é, antes de tudo, viver no presente. É só aceitar mensagens, ensinamentos, canalizações, vindas de quem seja, após questionamento e reflexão. Estar em contato direto com seres que se dizem da Confederação Galáctica ou coisa parecida (ETs) não faz de ninguém espiritualizado, ainda mais porque tais seres podem não ser exatamente quem dizem que são.
É prestar atenção à voz interior e, de preferência, seguir o que a mesma diz para não se arrepender depois. rsrs
Ser espiritualizado é ter consciência que objetos externos (cristais, velas, mandalas, etc.) não têm poder por si próprios, que oráculos podem ser divertidos, mas jamais uma verdade absoluta, pois o futuro se compõe de potenciais apenas.
Ser espiritualizado é concentrar-se no “ser”, em si mesmo (autoconhecimento, autoanálise), e não no ter ou no fazer (seminários, workshops, encontros xamânicos, rituais, etc.). Você pode frequentar todos ou qualquer um deles, mas tendo consciência que isso não o torna espiritual. É ter consciência também que a Divindade só apresenta uma única regra: amar, portanto não é preciso viver seguindo regras, algumas bem absurdas, ou exigindo disciplina do próprio corpo (seu corpo detesta isso) ou da mente. Disciplina é uma regra e como toda regra vai contra a criatividade, que é nosso legado divino.
Ser espiritualizado é ter consciência que aqui no planetinha somos comandados pelo ego, mas o mesmo não precisa ser autocentrado ou inflado e também não querer se desfazer dele, pois nós o necessitamos para sobreviver aqui.
Ser espiritualizado é viver o que Jesus ensinou e não simplesmente citá-lo!!!
Imagem: fraternidadebranca-luzdanovaera.blogspot.com
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