Estudar é algo morto, intelectual. Aprender é vivo!
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Estudar é algo morto, intelectual. Aprender é vivo!


Nenhuma universidade pode lhe oferecer um curso de religião. Elas fazem isso, mas tudo o que ensinam não é religião absolutamente.

Pode ser uma história de religião — não religião. Pode ser filosofia da religião — não religião. Elas podem auxiliá-lo a aprender o Alcorão, a Bíblia, o Gita, mas não religião. Elas podem falar sobre Jesus, Buda, Krishna e você aprenderá muitas coisas, mas não compreenderá a verdadeira base, a própria essência.

(…) A religião é tão delicada, tão frágil, que nenhum invólucro pode protegê-la. No momento em que você a transfere, ela já está morta. Ela vive numa vida interna. Vivem em um Buda, em um Mestre. Ele não a pode dar, mas você pode abrir-se para ela.

É exatamente como quando o sol surge pela manhã. O sol não pode dar vida à flor — não! Mas a flor pode abrir-se através dele e ser enriquecida pela sua própria abertura. Se a flor permanecer fechada, o sol não poderá fazer nada . O sol não poderá bater na porta, não poderá distribuir a luz, distribuir vitalidade e vida — não! O sol passará despercebido. Um Buda vem — Eu estou aqui, você pode se abrir. Mas se permanecer fechado, nada poderá ser feito. Assim, isso compete a você. Depende totalmente de você aprender ou não — isto não é um estudo.

Estudar é algo morto, intelectual. Aprender é vivo! Não vem da cabeça, surge do coração. Você aprende pelo coração e estuda pela cabeça. Quando estuda, torna-se um grande erudito. Vá e olhe para os grandes homens cultos; todas as universidades estão repletas deles. Você não encontrará pessoas mais mortas do que eles. Estão quase na sepultura — estão quase enterrados! Nunca viveram; estão tão obcecados pelas palavras que não levam em conta a vida.

Esses eruditos podem estar falando de amor, mas nunca amaram. Eles não podem se permitir isto — é muito arriscado, e eles são tão instruídos, não podem dar um passo tão perigoso! Eles falam sobre meditação, lêem a respeito, mas nunca fazem nada. É perigoso! Nada pode ser mais perigoso do que a meditação. E um erudito está sempre em busca de segurança: segurança nas palavras, segurança nas doutrinas, segurança em tudo. Ele não é um jogador, não pode apostar sua vida. E a menos que você arrisque sua vida, não poderá aprender.

Este aprendizado é do coração, é exatamente como o amor. É por isso que Jesus repetia sempre que Deus é amor. Ele não estava dizendo — como os cristãos entenderam, ou como não entenderam — que Deus é um amante. Não! Ele não quis dizer que Deus ama. Essa frase justamente indica que o caminho é pelo coração, não pela cabeça.

(…) Lembre-se sempre de dar o primeiro passo de modo certo. Se o primeiro passo estiver certo, então metade da jornada estará vencida, quase terminada. Se o primeiro passo estiver certo, tudo o que vier se seguirá automaticamente, você chegará à meta. Assim, não vá ao Mestre para estudar, vá para aprender. Se você for para estudar, o Mestre lhe ensinará, mas o ponto mais significante não poderá ser transmitido — vá para aprender.

Qual a diferença entre essas duas atitudes? Muitas são as diferenças: quando você vai para estudar, quer mais informações; quando vai para aprender, quer mais ser — não informações. Quando você aprende, seu ser cresce. Quando você estuda, sua memória é que cresce. Quando você estuda, sabe cada vez mais e mais; quando aprende torna-se cada vez mais — e essas são coisas totalmente diferentes. Um homem pode ter uma grande memória, saber muitas coisas, e, no seu íntimo, ser completamente mendigo, pobre, não ter nada. Ele pode estar-se iludindo que conhece muitas coisas, mas esse conhecimento não o auxiliará — a menos que ele seja. O conhecimento é fútil! Apenas ser auxilia.

Se você estiver morrendo, quem irá com você? Seu conhecimento ou seu ser? Quem o auxiliará? Quem será a ponte? O que você poderá carregar consigo além da morte? Conhecimento? O cérebro será deixado para trás porque faz parte do corpo. Apenas o ser é levado para lá. E como você nunca o olhou, ele permaneceu pobre, faminto — você nunca o alimentou.

O aprendizado é do ser, o conhecimento é apenas da memória, da mente. As universidades podem lhe dar conhecimento, os professores podem lhe dar conhecimento, mas apenas um homem iluminado pode lhe dar, pode auxiliá-lo — e este auxílio é indireto — a ganhar mais ser. Você pode receber este auxílio, mas isto depende totalmente de você.

Se você vier para estudar, perderá o primeiro passo. E o primeiro passo é muito significativo, porque o primeiro eventualmente se transforma no último. A semente é muito significativa: a semente é o primeiro passo e é ela que se transforma em árvore. Ela pode levar muitos anos para florescer, mas se você tiver plantado a semente errada, então mesmo um milhão de vidas não serão de qualquer auxílio.

(…) Que tolice! Um Mestre está vivo e você fica obcecado pelas escrituras. Os diamantes estão por toda a parte e você fica se apegando em bijuterias, em pedras coloridas! O Mestre está vivo e você continua interessado em palavras mortas.

(…) Um homem que está junto com o Mestre para estudar, está sempre repleto de perguntas — porque é assim que as pessoas estudam. Você tem de criar perguntas para obter respostas, então você vai colecionando as respostas e torna-se mais instruído.

Um homem que não está querendo estudar, mas sim aprender, tem apenas uma pergunta, não muitas. Lembre-se: muitas perguntas não podem ser respondidas porque, se você é desse tipo de homem que tem muitas perguntas, qualquer resposta obtida servirá apenas para criar mais perguntas — nada mais. Todas as soluções apenas lhe darão mais problemas.

(…) Mas quando você tem apenas uma pergunta… isto é muito difícil. Só um homem muito sábio faz apenas uma pergunta. Para chegar a ter apenas uma pergunta é preciso que você esteja amadurecido — porque muitas perguntas demonstram curiosidade, uma pergunta demonstra que o seu ser chegou a uma conclusão. Neste momento, isto está em jogo: se esta pergunta for resolvida, tudo estará resolvido. É uma questão de vida ou morte.

Ter uma pergunta significa ter uma direção. Ter uma pergunta significa ter chegado à unidade! Só quando você chega à unidade a resposta pode lhe ser dada; caso contrário, você não está preparado. E nenhum Mestre vai perder seu tempo e energia, se você tiver muitas perguntas. Faça apenas uma pergunta!

Em primeiro lugar, descubra o que é essa pergunta significativa. Não se mova na periferia! Venha para o centro! Na periferia, podem existir muitos pontos a serem questionados;mas no centro existe apenas um ponto. Quando você se movimenta na periferia, está caminhando no círculo: uma pergunta o conduz a outra que por sua vez o conduz a outra e assim por diante — ad infinitum. Mas, no centro, há apenas uma pergunta.

E esta pergunta pode ser respondida até mesmo sem uma resposta: se você tiver apenas uma pergunta, o Mestre olhará para você e a pergunta estará respondida. Porque quando você tem apenas uma direção, você está alerta: sua chama está tão luminosa, sua mente tão clara — não repleta de nuvens, não com milhões de nuvens, apenas com um sol — você está tão límpido, tudo está tão vívido, claro, chamejante que apenas um olhar pode ser a resposta, apenas um toque já é o suficiente. Mas se você estiver repleto de perguntas, mesmo que o Mestre o martele com respostas, de nada adiantará.

(…) Você é a pergunta, você é o criador da questão. Você — o ego, a mente — você é a doença. Por que você não se retira? Muitas perguntas foram feitas — apenas uma resposta foi dada, e mesmo esta não pode ser compreendida. Porque uma pessoa que faz muitas perguntas não pode compreender uma resposta. Sua mente não consegue entender o que pertence ao um. Ela só entende a diversidade. Diversidade significa estar sempre do lado de fora; a unidade está sempre do lado de dentro — porque o centro está em seu interior e a periferia está do lado de fora.

(…) Se você ficar, as perguntas continuarão a vir. As perguntas vêm da mente exatamente como as folhas vêm da árvore. Você continua regando a árvore e as folhas continuam vindo. Naturalmente as folhas velhas irão cair e as novas virão. Assim, se o Mestre responder uma pergunta, a velha irá embora, mas uma nova virá, a qual será novamente substituída. E uma nova pergunta é pior do que uma velha porque da velha você está farto. Pode jogá-la fora. Você já viveu o suficiente com ela.

Uma nova pergunta é como uma nova vida: novamente você está amando, novamente o romance principia, novamente há poesia e novamente lá está o absurdo. Um novo pensamento é mais perigoso do que um velho porque, do velho, você já está farto. Você já se aborreceu com ele, quer jogá-lo fora. É por isso que Buda, ou Ryutan, ou pessoas como eles, nunca respondem suas perguntas. Eles não gostam de dar novos abrigos para a sua mente. Eles não gostam de lhe dar novos substitutos para o velho.

Buda costumava dizer: “Se quiser ter a resposta, não pergunte. Quando você não perguntar, eu responderei. Se perguntar, a porta será fechada”.

Buda costumava insistir sobre isso com os recém-chegados: “Por um ano, permaneça comigo sem perguntar nada. Se você perguntar, não poderá continuar vivendo comigo, terá de ir embora. Por um ano, fique simplesmente silencioso.” A pergunta não deve ser feita nem mesmo por dentro. Se você a fizer, mesmo que seja invisível, Buda saberá.

(…) Mesmo que você não pergunte, se a mente perguntar você estará perguntando, porque o pensar é uma ação sutil. Mais cedo ou mais tarde, ele se torna visível. A bolha está lá, ela virá a superfície. Você pode reprimi-la mas não pode enganar Buda.

Quando é que uma pergunta pode ser admitida? Quando não houver nenhuma pergunta. isto parece paradoxal: se não há nenhuma pergunta, o que você irá perguntar? Mas apenas então você pode fazer uma pergunta, uma busca, uma indagação. Então todo o seu ser  é uma indagação. E quando você se coloca diante de um Buda, com todo o seu ser transformado numa indagação, numa sede, numa fome interna — tão interna que nem mesmo você esteja presente, apenas a fome — então Buda pode alimentá-lo, então a resposta pode lhe ser dada. Caso contrário, qualquer coisa que Buda diga parecerá irrelevante.

(…) Você não está suficientemente cansado da mente? Então retire-se! A mente já não fez o suficiente? A mente já não criou caos suficiente para você? Por que você está apegado a ela? Qual esperança, qual promessa o mantém preso a ela? Ela o tem enganado continuamente. Ela diz: “Lá — naquela meta, naquela posse, naquela casa, naquele carro, naquela mulher, naqueles bens — tudo está lá.”

Você caminha para lá e quando chega nada vem para as suas mãos, exceto frustração. Todos os desejos, no fim, transforma-se num caso deplorável, numa grande tristeza.

E essa mente continua prometendo, prometendo — sem nunca cumprir nenhuma promessa, mas você nunca lhe diz: “Você está me engando, pare com isso!” Você tem medo de dizer.

OSHO





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