Daniel Clement Dennett (Boston, 28 de abril de 1942) é um proeminente filósofo americano, estudioso da filosofia da mente e da biologia, que fala sobre a honestidade intelectual, o livre pensamento e sua relação com a fé e os religiosos. Daniel Dennett é um dos poucos autores verdadeiramente incontornáveis na filosofia da mente. Depois de estudar em Harvard e Oxford sob a orientação de Quine e Ryle, Dennett acabou por se fixar na Universidade de Tufts (Massachusetts) onde é professor e investigador há cerca de 30 anos. Dennett passou parte da sua infância em Beirute, onde, durante a II Guerra Mundial, seu pai era um agente disfarçado de inteligência no Escritório de Serviços Estratégicos posto como um adido cultural à embaixada americana em Beirute. O jovem Dennett e a família voltaram para Massachusetts em 1947 depois que seu pai morreu em um acidente de avião inexplicável. Sua irmã, Charlotte Dennett, é jornalista investigativa.
Ele participou da Phillips Exeter Academy e passou um ano na Universidade Wesleyana antes de receber o seu bacharelado em filosofia pela Universidade de Harvard em 1963, quando ele era um estudante de WV Quine. Em 1965, ele fez seu doutorado em filosofia da Christ Church, Oxford, onde estudou com o filósofo Gilbert Ryle. Dennett é atualmente professor universitário, e co-diretor do Centro de Estudos Cognitivos (com Ray Jackendoff) na Tufts University. Dennett descreve-se como "um autodidata - ou, mais corretamente, o beneficiário de centenas de horas de aulas informais em todas as áreas que me interessam, de alguns dos principais cientistas do mundo." Deu palestras sobre John Locke na Universidade de Oxford, em 1983, palestras em Adelaide, na Austrália, em 1985, e palestras em Michigan, em 1986, entre muitas outras. Em 2001 foi premiado com o Prêmio Jean Nicod e deu palestras em Paris. Recebeu duas bolsas Guggenheim, uma bolsa Fulbright, e uma bolsa do Centro de Estudos Avançados em Ciência Comportamental.
Ele foi eleito para a Academia Americana de Artes e Ciências, em 1987. Ele foi o co-fundador (1985) e co-diretor do Software Studio Curricular na Tufts University, e contribuiu para a concepção que o museu exibe em computadores para o Smithsonian Institution, o Museu da Ciência, em Boston, e Museu do Computador, em Boston.
Ele é um humanista laureado da Academia Internacional de Humanismo e um Fellow da Comissão de Inquérito Skeptical. A Associação Humanista Americana chamou-o de Humanista do Ano 2004. Ele também é um ávido marinheiro. Em outubro de 2006, Dennett foi hospitalizado devido a uma dissecção aórtica. Após nove horas de uma cirurgia, foi-lhe dada uma nova aorta. Em um ensaio postado no site Edge, Dennett se dá conta, pela primeira vez, dos seus problemas de saúde, e manifesta seu sentimento de gratidão para com os cientistas e médicos, cujo árduo trabalho tornou sua recuperação possível, e sua completa falta de "conversão no leito de morte". Após ter sido informado por amigos e parentes que haviam orado por ele, resistiu ao desejo de perguntar-lhes: "Vocês também sacrificaram uma cabra?"
Atualmente vive com sua esposa em North Andover, Massachusetts, tem uma filha, um filho e dois netos.
Ele está principalmente preocupado em proporcionar uma Filosofia da Mente que seja baseada em pesquisas empíricas.
Em sua dissertação original, Conteúdo e Consciência, ele quebrou o problema de explicar a mente através da necessidade de uma teoria do conteúdo e de uma teoria da consciência. A sua abordagem nesse projeto também permaneceu fiel a esta distinção. Assim como Conteúdo e consciência têm uma estrutura bipartida.
Muito do trabalho de Dennett desde a década de 1990 tem se preocupado em dar as suas ideias anteriores, abordando os mesmos temas a partir de uma perspectiva evolucionária, o que distingue humanos a partir de cérebros de mentes animais (Tipos de Mentes), a forma livre e espontânea vontade é compatível com uma visão naturalista do mundo (Liberdade evolui). Autor de “A Perigosa Ideia de Darwin” e “Quebrando o Encanto”, Dennett se especializou em explicar com clareza os conceitos-chave da teoria da evolução, usando-a para abordar temas como a natureza da consciência e as origens da religião. Em 2006 seu livro Breaking the Spell, Dennett tenta dar à crença religiosa o mesmo tratamento, explicando possíveis razões evolutivas para o fenômeno da adesão religiosa.
Dennet disse que a grande ideia de Darwin não foi a ideia da evolução, mas a ideia da evolução pela seleção natural. A qual ele define como a melhor ideia que algum humano já teve. Ele afirma que tentar conciliar os dados da biologia evolutiva com a crença em Deus é um ato de desespero intelectual.
Os que fazem isso, ataca, "estão apresentando como ciência o que, na verdade, é uma espécie de confusão na cabeça deles". Diz também que se declarar ateu hoje em algumas regiões dos EUA é o equivalente a se declarar homossexual nos anos 1950, e que a onda recente de livros escritos por cientistas ateus militantes está ajudando a tirar o ateísmo do armário.
As pesquisas de Dennett se prendem principalmente à filosofia da mente (relacionada à ciência cognitiva) e da biologia. Dennett é ainda um dos mais proeminentes não religiosos da atualidade.
Para Dennett, os estados interiores de consciência não existem. Em outras palavras, aquilo que ele chama de "teatro cartesiano", isto é, um local no cérebro onde se processaria a consciência, não existe, pois admitir isto seria concordar com uma noção de intencionalidade intrínseca.
Para ele a consciência não se dá em uma área especifica do cérebro, como já dito, mas em uma sequência de inputs e outputs que formam uma cadeia por onde a informação se move.
Dennet é autor dos livros A perigosa ideia de Darwin (Darwin’s Dangerous Idea), em que analisa o impacto da Teoria da Evolução das Espécies, de Darwin, no pensamento filosófico ocidental, e Breaking the Spell: Religion as a Natural Phenomenon (Quebrando o encanto: a religião como fenômeno natural), em que faz uma análise científica do fenômeno religioso.
É também um dos autores (junto de Linda LaScola) do artigo Preachers Who Are Not Believers (Pregadores que não são crentes), publicado em março de 2010 na revista estadunidense Evolutionary Psichology.
A "Perigosa Ideia Perigosa de Darwin", publicado em 1995, tornou-se instantaneamente uma obra de referência do pensamento darwinista: além de apresentar uma defesa robusta da teoria da evolução por seleção natural, Dennett discute as suas implicações em vários domínios do conhecimento e da vida humana. Stephen Jay Gould, Noam Chomsky e Roger Penrose são alvos privilegiados de crítica.
Opondo-se a filósofos como John Searle, Dennett advoga um modelo computacional da mente, rejeitando a ideia de que os aspectos mais importantes da consciência nunca poderão ser computados.
Conhecido por seus estudos sobre a mente, Daniel Dennett, acredita que estados intrinsecamente subjetivos não existem e que o cérebro, em princípio, pode vir a ser substituído por próteses. Admirador de Darwin e de sua teoria da evolução, afirma que os seres humanos são apenas temporariamente únicos, “até que outra espécie desenvolva linguagem e tudo o que vem com ela.” Dennett, defende que os filósofos da mente devem andar de mãos dadas com os cientistas e critica aqueles que escolhem uma postura contrária: “fico impressionado com a resistência de alguns filósofos para qualquer abordagem que envolva a Ciência”. O livro "Quebrando o encanto: a religião como fenômeno natural" proporciona uma breve incursão pelos interesses filosóficos de Dennett, cuja influência na filosofia da mente se deve sobretudo às tentativas inspiradoras de alcançar dois objetivos: explicar a consciência e desenvolver uma teoria da intencionalidade, ou seja, da propriedade dos nossos estados mentais serem acerca de coisas.
Dennett possui uma obra filosófica extensa, mas extremamente consistente, o que o torna um dos filósofos mais respeitados da contemporaneidade.
E ele recobre temas diversos, tais como a evolução, a cognição animal, a questão do livre-arbítrio e a Religião. Mas nela se nota sempre o fio condutor do mesmo filósofo naturalista, o materialista não-reducionista ou; como ele se classifica, o “funcionalista naturalista”. O funcionalismo é o materialismo que acredita que a mente pode ser instanciada por dispositivos que não sejam necessariamente o cérebro humano, estendendo sua possibilidade para sistemas artificiais. Daí não reduzir o mental, seja ao biológico seja ao silício, pois isso mostraria que a mente não depende do seu substrato físico. Para Dennett, o mental é produto da evolução, algo que auxilia nossa sobrevivência, tanto quanto a linguagem ou outras características humanas. E esta posição tem, contudo, colidido com a de outros filósofos da mente contemporâneos, sobretudo os que sustentam o dualismo mente-cérebro.
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